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Daryl nunca saberia dizer ao certo o que havia acontecido durante a noite, nem o porquê de tudo aquilo ter desabado tão rápido

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Daryl nunca saberia dizer ao certo o que havia acontecido durante a noite, nem o porquê de tudo aquilo ter desabado tão rápido. A única certeza que tinha era o frio da manhã cortante contra seu rosto, enquanto observava o nascer do sol deitado no chão da varanda da cabana que ele próprio havia encontrado. O vento gelado lhe atravessava a pele, mas ele permanecia ali, imóvel, enquanto a noviça estava dentro do casebre, aquecida e confortável, provavelmente ainda adormecida. Ele se manteve acordado durante toda a noite, mas se não tivesse, seria fácil acreditar que tudo aquilo não passava de um sonho delirante, ou pior, um pesadelo. Mas não dava para esquecer. Nem o início tentador, excitante e cheio de promessas. Nem o fim abrupto e insano, quando Merliah simplesmente desmoronou, jogando-se no chão em meio a soluços e gritos tão intensos que chegaram a atrair alguns mortos, que se arrastaram até as janelas enfraquecidas da cabana.

Ele não sabia o que havia passado pela sua cabeça naquele momento, além da culpa que o consumiu por inteiro. Sem pensar, a pegou nos braços e a segurou com firmeza, a apertando contra si com uma força tão cuidadosa quanto desesperada, como se pudesse segurá-la inteira, impedir que se quebrasse. Merliah chorou, gritou e se debateu, até que, como uma pequena brasa que se apaga, seu corpo cedeu ao cansaço e ela adormeceu ali, nos braços dele, rendida por completo. Dixon ficou ali parado, segurando-a como se, por algum motivo, deixar que ela se afastasse fosse mais perigoso que enfrentar os mortos do lado de fora.

Era loucura, ele sabia. Desde o momento em que a encontrara até a decisão de levá-la para Alexandria, acreditando que fazia a coisa certa. Ele estava louco. Totalmente fora de si. E agora estava ali, largado no frio, amaldiçoando aquela maldita noviça por fazer com que ele se sentisse como o pior dos homens, incapaz de compartilhar o mesmo teto ou mesmo respirar o mesmo ar que ela sem ser consumido pela culpa.

Daryl se remexeu no chão de madeira, sentindo o ranger das tábuas antigas sob seu corpo, enquanto enfiava as mãos nos bolsos para tentar escondê-las do frio. Um suspiro baixo e furioso escapou por entre seus dentes cerrados. Onde ele estava com a cabeça quando deixou que a ideia de tocá-la atravessasse sua mente? Não deveria ter sequer desejado aquela garota nem por um segundo. Não uma garota tão jovem, com idade para ser sua filha. Não uma freira. Era a pior escolha que poderia ter feito, e a ressaca moral que o atormentava agora era o lembrete de que ele estava se tornando alguém que jurara nunca ser; como Merle.

𝒮𝒜𝒢𝑅𝒜𝒟𝒪 𝒫𝑅𝒪𝐹𝒜𝒩𝒪 | Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora