𝒞𝒜𝒫Í𝒯𝒰𝐿𝒪 13

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Daryl Dixon

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Daryl Dixon

Acordo de repente, como se meu corpo estivesse avisando que era hora de lidar com alguma coisa antes mesmo de eu me mexer. Meus olhos se abrem, e, antes mesmo de focar, já sinto o peso daquela noite me atingindo. Meu corpo está meio dolorido, e demoro um segundo pra entender que é pelo sofá. Apaguei no mesmo sofá onde Merliah dormiu noite passada, o mesmo lugar onde ela fez o curativo no meu ombro e... puta merda.

Sento no sofá, soltando o ar num suspiro pesado, as mãos cobrindo o rosto enquanto tento, em vão, processar. Eu e Merliah nos beijamos. Não é um sonho ou uma memória distorcida. Foi real. Eu e ela. Aqui. Neste sofá. Esse pensamento pesa como uma âncora, me puxando pra baixo. O que caralhos aconteceu pra chegar nisso? E como diabos deixei isso acontecer?

Passo a mão pelo rosto, tentando buscar qualquer outro detalhe da noite, como se alguma explicação fosse aparecer, mas tudo o que lembro é do beijo. O jeito que nossos lábios se tocaram, como se o mundo tivesse parado ali, só eu e ela. Só consigo ver a intensidade daquele momento, o jeito que a freira me fez sentir, e, porra, faz muito tempo que não sinto algo assim.

Meu ombro lateja, me trazendo de volta à dor física. Aquele tiro que ela me deu. Só então noto que o curativo não é o mesmo de antes. Merliah o trocou enquanto eu dormia. Mas como eu dormi? Como aquele maldito beijo terminou que eu não me lembro? É como se tudo depois disso tivesse desaparecido, deixando só aquele instante. E agora, agora só sobram perguntas que me arrastam pra esse abismo sem fim, sem nenhuma resposta.

—Está com fome?— a voz doce de Merliah  soa mansa e gentil, quebrando o silêncio, e imediatamente viro na direção dela.

Merliah está no canto da cabana, segurando algumas flores nas mãos, flores que não faço ideia de onde ela conseguiu. A mesa antiga está arrumada como se fosse em uma casa chique, com o pouco de comida enlatada que tínhamos disposto em pratos. Tudo no seu lugar. Franzo o cenho, observando cada detalhe, até deixar meus olhos pousarem nela. Ela também está me olhando, mas, diferente de mim, seu olhar parece tranquilo, sereno. Não parece afetada pela minha presença tanto quanto eu estou pela dela, como se tudo que aconteceu não fosse peso nenhum. Me pego me perguntando; será que ela se lembra de tudo como eu?

𝒮𝒜𝒢𝑅𝒜𝒟𝒪 𝒫𝑅𝒪𝐹𝒜𝒩𝒪 | Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora