4 - If You Believe

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Em um instante, o mundo de Samanun pareceu desacelerar, cada movimento parecendo surreal e em câmera lenta.

O desespero tomou conta de Sam. Imediatamente, ela começou a prestar os primeiros socorros, iniciando compressões torácicas com toda a força e precisão que podia reunir. "Chame a equipe de ressuscitação cardiopulmonar, agora!" Ela gritou, a voz embargada pelo pânico crescente. Seus pensamentos eram um turbilhão de movimentos automáticos e memória muscular.

Cada compressão no peito de Kornkamon era um esforço para trazê-la de volta, uma luta contra o tempo e contra a morte. A equipe médica correu para o quarto, trazendo o desfibrilador e os equipamentos necessários. Em meio ao frenesi, Samanun não conseguia afastar o pensamento avassalador de que Kornkamon poderia escorregar entre seus dedos.

Seu pulso está cada vez mais fraco, eu não posso perdê-la.

Seus pensamentos intrusivos cada vez mais incontroláveis, a urgência em sua mente reverberando em cada célula do seu corpo. As mãos trêmulas, mas firmes, aplicaram o desfibrilador conforme o corpo de Kornkamon reagia aos choques elétricos. Uma, duas, três tentativas, e ainda assim, o ritmo cardíaco não se estabilizava.

Os momentos seguintes foram uma mistura de desespero e determinação, com Samanun gritando instruções e orações silenciosas em sua mente. Cada segundo parecia se estender em uma eternidade, enquanto o bip constante dos monitores tornava-se um grito silencioso de desespero.

Por favor, resista. Você precisa resistir.

A equipe de ressuscitação continuava a trabalhar com precisão e rapidez, mas a esperança parecia escapar, um fio tênue e frágil. Os olhos de Samanun estavam fixos em Kornkamon, a vontade desesperada de salvá-la pintando cada gesto com uma intensidade quase palpável. No fundo de sua mente, uma voz sussurrava melancólica.

Ela não pode partir. Não agora. Não depois de tudo isso. Você está lutando tanto, aguente mais um pouco!

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, os monitores começaram a mostrar um sinal de vida. O coração de Kornkamon, embora fraco, retomou seu ritmo. A tensão no ar diminuiu ligeiramente, mas Samanun sabia que a batalha estava longe de terminar. Ela limpou o suor da testa, os olhos ainda fixos na paciente à sua frente.

Eu não posso perdê-la!

Repetia-se em um mantra silencioso, enquanto a equipe médica ajustava os equipamentos e monitorava cada variação no estado de Kornkamon.

A UTI, com seus bips constantes e ritmados, era agora um palco de esperança renovada, mas precária. A tempestade lá fora já se tornava apenas uma memória dolorosa, mas a tempestade dentro de Samanun ainda rugia com força. Kornkamon estava viva, por ora, e a médica faria tudo ao seu alcance para garantir que ela continuasse assim.

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Os corredores do Jackson Memorial Hospital silenciaram momentaneamente quando os pais de Kornkamon, Aon e Pohn Phetpailin, entraram. Suas presenças imponentes, vestidas em roupas de grife e carregadas de uma aura de autoridade inquestionável, fizeram com que todos os olhares se voltassem para eles. Com expressões severas e passos firmes, avançaram como se fossem donos do mundo, transmitindo uma mistura de superioridade e impaciência.

Sr. Phetpailin, um homem alto e de postura ereta, carregava um semblante sério e autoritário. Sra. Phetpailin, com traços igualmente altivos, tinha uma expressão fria e indiferente que parecia afiar-se a cada movimento. Assim que passaram pela entrada, suas vozes, carregadas de desdém, ecoaram pelos corredores.

"Como ousam nos deixar esperando sem notícia alguma sobre nossa filha?" Sr. Phetpailin rugiu para a primeira enfermeira que encontrou. "Exigimos respostas imediatas."

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