As duas mulheres chegaram ao flat de Mon, um lugar que até então ninguém mais conhecia. O prédio era discreto, situado em um bairro tranquilo e arborizado. Mon guiou Sam até o elevador, e a tensão estava explícita. Samanun estava curiosa e um pouco confusa, sem entender que local era esse ou o que estavam fazendo ali, aguardou pacientemente enquanto observava a aparente normalidade em que sua acompanhante adentrava o local.
Mon permaneceu em silêncio durante todo o trajeto, parecia aflita. Ao entrarem no flat, Samanun não pôde deixar de admirar o ambiente sofisticado e moderno. A sala de estar era um exemplo perfeito de elegância minimalista, com um design interior cuidadosamente planejado. O teto alto possuía iluminação embutida e um lustre moderno pendurado no centro, proporcionando uma atmosfera acolhedora e refinada.
Grandes janelas permitiam a entrada de muita luz natural e ofereciam uma vista deslumbrante da cidade ao fundo. O ambiente era iluminado por um brilho suave e natural que dava à sala uma sensação de amplitude e tranquilidade, seus tons de azul corroboravam para sensação de paz que o lugar trazia consigo.
A mobília incluía um grande sofá em forma de L, coberto por almofadas coloridas que adicionavam um toque de vivacidade ao espaço. Em frente ao sofá, uma mesa de centro redonda exibia alguns itens decorativos cuidadosamente selecionados. Ao lado, uma poltrona amarela e uma luminária de chão criavam um canto de leitura aconchegante.
Ao fundo, uma mesa de jantar com cadeiras estava posicionada perto das janelas, proporcionando uma vista encantadora enquanto se desfrutava de uma refeição. Na parede principal, uma grande obra de arte abstrata capturava o olhar, e uma televisão montada acima de um móvel suspenso exibia diversos objetos decorativos. Plantas em vasos estavam estrategicamente posicionadas, adicionando um toque de verde ao ambiente e trazendo um pouco da natureza para dentro do flat.
O piso de madeira clara complementava o design sofisticado e era coberto por um tapete que delimitava a área da sala de estar, criando uma sensação de separação sutil e elegante. Todo o espaço exalava uma sensação de luxo discreto e calma, um refúgio perfeito para Kornkamon se desconectar do mundo exterior.
"Mon, que lugar é esse?" perguntou Sam, tentando esconder a desconfiança em sua voz. "De quem é essa casa?"
Kornkamon suspirou, percebendo a confusão nos olhos de Sam. "Sam, por favor, sente-se. Eu preciso te explicar algumas coisas."
Samanun sentou-se no sofá, ainda tentando entender a situação. Mon se aproximou, deixando as muletas encostadas na lateral do móvel e sentando-se ao lado dela, segurando suas mãos com ternura.
"Este lugar é sagrado para mim, Sam. É uma parte importante de mim que eu quero mostrar pra você." começou Mon, a voz suave e cheia de emoção. "Eu sei que parece estranho, mas este flat é meu refúgio. É o único lugar onde posso ser eu mesma, sem as pressões e expectativas da minha família ou do mundo exterior. É um lugar que ninguém conhece, ao menos ninguém que me importo. Nem mesmo Yuki sabe da existência deste apartamento."
Sam olhou para Mon, os olhos suavizando ao perceber a sinceridade em suas palavras. "Mas por que manter isso em segredo? Este lugar poderia ser sua casa. Por que não contar para ninguém?"
Kornkamon respirou fundo, sentindo a necessidade de abrir seu coração. "Porque este lugar é meu espaço mais íntimo e imaculado. Aqui, eu posso extravasar minhas frustrações através da arte, posso ser vulnerável, posso ser verdadeira com meus próprios sentimentos. É onde eu venho quando preciso de um tempo para mim mesma, longe de tudo e de todos. Este lugar me ampara quando estou frustrada e me aconchega quando estou em paz."
Ela fez uma pausa, os olhos marejando. "Eu nunca trouxe ninguém importante aqui antes porque este lugar representa minha liberdade e minha autenticidade. Eu quis mostrar pra você porque eu confio em você, Sam. Sinto que posso compartilhar qualquer coisa contigo."
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Ecos da Tormenta
FanfictionNo coração da Flórida, a força implacável de um furacão une os destinos de duas mulheres que, de outra forma, talvez nunca tivessem se cruzado. Samanun Anuntrakul, uma renomada cirurgiã pediátrica, é conhecida por sua competência e compaixão. Criada...