Kornkamon finalmente estava de volta ao seu apartamento, acompanhada por sua amiga Yuki. Durante sua ausência, a ruiva havia providenciado uma equipe de saúde completa para cuidar de Kornkamon e assisti-la integralmente. A empresária, ainda estava limitada a uma cadeira de rodas devido à severa fratura na perna, sabia que precisaria continuar o tratamento fisioterapêutico para retomar sua funcionalidade total e não via a hora de ser independente novamente.
Ao entrar no apartamento, Kornkamon olhou ao redor e sentiu uma onda de solidão. O lugar, que sempre fora conveniente e confortável, agora parecia ainda mais vazio e sem cor. Cada canto do apartamento estava imaculado, como se refletisse a monotonia de sua própria existência. As paredes frias, os móveis impecáveis, tudo parecia gritar a falta de conexão e significado em sua vida e no lugar que ela ousava chamar de lar.
Enquanto Yuki se ocupava em organizar os medicamentos e verificar os equipamentos de saúde, Kornkamon não conseguia evitar o sentimento de solidão que a invadia. A ausência de amigos para sentir sua falta era um lembrete cruel de como sua vida havia sido isolada e reclusa. Além de Yuki, não havia ninguém que realmente se importasse, ninguém que procurasse saber como ela estava ou sentisse saudade de sua companhia.
Pior ainda era a indiferença de seus pais, que não a visitaram uma única vez durante sua internação. A lembrança de sua transferência rápida e infundada para o Iris Medical Center apenas intensificava a dor. Para seus pais, Kornkamon era apenas uma peça em seu jogo de poder e prestígio, um nome a ser mantido nas manchetes, mas não uma pessoa a ser amada e cuidada. A apatia e a falta de apoio familiar eram como facas que cortavam profundamente, deixando cicatrizes invisíveis mas permanentes.
Sentada em sua cama espaçosa, seu quarto de paredes claras e móveis estrategicamente dispostos, Kornkamon permitiu-se sentir a dor de sua situação pela primeira vez. A realidade de sua vida insignificante era esmagadora, e a tentação de cair em um buraco de crítica e auto piedade era quase irresistível. Mas em meio à escuridão, havia uma luz, uma faísca que a mantinha à tona.
A presença de Samanun vinha sendo sua âncora. Cada mensagem trocada, cada risada compartilhada, era um lembrete de que havia alguém que parecia realmente se importar. Sam, com sua presença insistente e apoio inabalável, era a razão pela qual Kornkamon não caía em desespero total. A médica havia se tornado em tão pouco tempo um farol de esperança, um símbolo de que a vida podia ser mais do que apenas dor e isolamento.
Kornkamon pegou o celular e, antes de continuar, mandou uma mensagem para Sam. A resposta rápida e carinhosa da médica trouxe um sorriso aos lábios da mais nova, iluminando seu coração de uma maneira que ninguém havia conseguido. Sam era uma tábua de salvação, uma promessa de que havia algo mais esperando por ela, algo além da escuridão de sua própria mente.
Ainda refletindo honestamente sobre sua situação, Mon observava Yuki organizar tudo ao redor, a empresária sentiu-se grata por ter uma amiga tão leal. E ao mesmo tempo, sentiu uma determinação crescente de lutar por algo mais, de buscar a felicidade que sempre lhe escapou.
Kornkamon olhou para Yuki com um sorriso sincero, tentando expressar o quanto era grata por todo o apoio e dedicação que a amiga lhe havia dado. "Yuki, eu não sei como agradecer o suficiente por tudo que você tem feito por mim. Você tem sido maravilhosa."
Yuki sorriu de volta, mas seus olhos travessos indicavam que ela tinha algo em mente. "Mon, eu estou mais do que feliz em ajudar, apesar de ainda estar estranhando esse seu lado carinhoso. Mas preciso perguntar... O que há de tão interessante no seu celular? Você está rindo para ele a manhã toda. Tem algo a ver com o seu real anjo da guarda?"
Kornkamon sentiu suas bochechas corarem e riu nervosamente. "Bem... Estou trocando mensagens com... Alguém especial."
Yuki levantou uma sobrancelha, claramente interessada. "Ah, então a pancada na sua cabeça foi providencial, hein? Eu mesma estou agradecida! Parece que foi algo divino para te fazer encontrar essa nova luz na sua vida. Posso dizer que nunca te vi assim antes, Mon. Você está literalmente toda quebrada e ainda assim radiante."
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Ecos da Tormenta
FanfictionNo coração da Flórida, a força implacável de um furacão une os destinos de duas mulheres que, de outra forma, talvez nunca tivessem se cruzado. Samanun Anuntrakul, uma renomada cirurgiã pediátrica, é conhecida por sua competência e compaixão. Criada...