6 - This Is Living

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Dra. Anuntrakul chegou às pressas na UTI do Jackson Memorial Hospital, o coração disparado e a respiração ofegante. Desde o momento em que entrou no hospital, algo dentro dela sabia que havia acontecido com Kornkamon. A conexão inexplicável que sentia com a paciente fazia com que ela estivesse sempre em alerta, e agora, seu instinto a avisava de que alguma coisa estava terrivelmente errada.

Subindo as escadas com passos rápidos e decididos, Samanun foi amparada por sua amiga Jim Poolsak assim que alcançou o andar da UTI. Jim, percebendo a angústia no rosto de Sam, segurou seu braço firmemente e começou a explicar o que havia acontecido.

"Sam, precisamos conversar sobre o estado de Kornkamon" disse Jim, sua voz firme mas com um toque de suavidade. "Ela teve uma mudança repentina nos sinais vitais durante a madrugada, às 2:30 da manhã."

As palavras de Jim trouxeram uma lembrança vívida à mente de Samanun, como um flashback que a fez parar por um momento. Naquela madrugada, precisamente às 2:30, Samanun havia acordado sobressaltada, o coração batendo forte no peito. Ela havia tido um sonho com Kornkamon, um sonho que começara de forma idílica, mas terminara de maneira assustadora.

No sonho, Samanun e Kornkamon estavam caminhando por uma praia deserta, a areia macia sob os pés e o som das ondas criando uma sinfonia tranquila. Kornkamon sorria, e Samanun não pôde deixar de notar as covinhas encantadoras que apareciam em suas bochechas. O cenário era perfeito, um momento de pura paz e felicidade.

Mas, de repente, o sonho começou a mudar. O céu, antes azul e ensolarado, tornou-se escuro e carregado de nuvens ameaçadoras. As ondas do mar cresceram, transformando-se em uma tempestade furiosa. Kornkamon, que antes sorria, agora parecia assustada, tentando alcançar Samanun, mas sendo puxada para trás pelas águas turbulentas.

Samanun acordou com um sobressalto, as lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto olhava ao redor do quarto. O relógio ao lado da cama marcava exatamente 2:30 da manhã. O sonho sombrio e assustador deixou-a perturbada, e o primeiro pensamento que passou por sua mente foi a morena hospitalizada.

Algo está errado.

Ela pensou, sem conseguir voltar a dormir. Decidiu não contrariar seus instintos mas também se conteve em não deixar a ansiedade lhe dominar. Tomou um banho rápido e se preparou para voltar ao hospital.

A lembrança daquele momento fez com que Samanun apertasse a mão de Jim, os olhos cheios de preocupação. "O que aconteceu, Jim? Como ela está agora?"

Jim respirou fundo antes de responder. "Os sinais vitais de Kornkamon se alteraram drasticamente. Houve um aumento na frequência cardíaca e a pressão arterial despencou. A equipe de emergência conseguiu estabilizá-la, mas estamos monitorando de perto. A situação ainda é delicada."

O mundo parecia girar ao redor de Samanun enquanto ela absorvia as palavras de Jim. A preocupação e o medo mesclavam-se com a determinação. Kornkamon estava lutando, e Samanun sabia que precisava estar ao seu lado, mais do que nunca.

As duas amigas entraram na UTI, onde Kornkamon estava cercada por monitores e máquinas que registravam cada batida de seu coração e cada respiração. Os apitos e sons dos aparelhos enchiam o ambiente, criando uma sinfonia frenética que contrastava com o silêncio opressor do sonho de Samanun.

A médica aproximou-se do leito, observando atentamente seu rosto. "Eu não posso perdê-la, Jim," sussurrou Samanun, sua voz cheia de emoção. "Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para garantir que ela supere isso."

Jim assentiu, reconhecendo a profundidade do sentimento de sua amiga mesmo sem compreendê-lo. "Estou com você, Sam. Kornkamon é forte. E você também é."

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