11 - Energy

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Enquanto a madrugada se transformava em manhã, Samanun e Kornkamon viram o dia amanhecer trocando mensagens divertidas. A conversa fluía tão naturalmente que parecia que se conheciam há séculos. Entre risos e tiradas sutis, foram descobrindo pequenas facetas uma da outra que as aproximavam cada vez mais.

Mensagem de Samanun:

"Bom dia, KornKamon! Quem diria que passaríamos a noite conversando como adolescentes? Acho que vou precisar de uma dose dupla de café hoje."

Mensagem de Kornkamon:

"Desculpe por ter te roubado uma noite de sono, Dra. Anuntrakul! Na verdade acho que devo me desculpar por muitas noites de sono que a fiz perder e que, infelizmente, não pude aproveitá-las tão bem quanto esta."

Mensagem de Samanun:

"Valeu cada segundo, sem dúvida! Que tal deixar de lado tantas formalidades e me chamar apenas de Sam? Não somos amigas nem nada mas.. não sei, parece melhor. Enfim, estou me trocando agora para ir ao hospital. E você? Alguma novidade? Não acha que precisa de uma boa noite de sono para se recuperar logo?"

Kornkamon hesitou por um momento antes de responder, tentando não parecer tão empolgada. Ou ao menos não perder a sutileza, algo que realmente nunca havia sido o seu forte.

Mensagem de Kornkamon:

"Por mim até prefiro, Sam. A única condição é que você me chame de Mon daqui pra frente. Parece mais pessoal, íntimo. E na verdade, tenho novidades sim. Receberei alta amanhã! Vou finalmente voltar para o meu apartamento. E quanto a noites de sono acho que já dormi o suficiente, você viu, estava lá o tempo todo. Certo?!"

Samanun sentiu seu coração acelerar, se já havia gostado de como seu apelido soava mesmo através de uma mensagem, quão bom seria ouvi-lo através da voz doce de Kornkamon? Ela pronunciou o apelido da mais nova em voz alta, se deliciando com cada letra que saiu de sua boca. "Mon.... Mon". Um misto de alegria e preocupação ao ler a mensagem se formou. Afastou estes pensamentos e tentou encorajar Kornkamon, tentando parecer mais animada do que realmente estava quanto a sua alta hospitalar. Em um hospital tinha certeza que ela estava tendo todos os cuidados necessários e sendo monitorada 24 horas por dia.

Mensagem de Samanun:

"Que ótima notícia, Mon! Fico feliz por você. Mas vou sentir falta das nossas conversas noturnas de hospital."

Mensagem de Kornkamon:

"Podemos continuar as conversas, mesmo com minha alta. Você é tão profissional que limita nossas, ainda mínimas, interações apenas a ambientes hospitalares e variações dele? Eu não estou com a saúde completamente restaurada mas lembro vagamente da faixa etária dos seus pacientes usuais, fico lisonjeada mas realmente não queria mais o status de paciente."

O coração de Samanun batia acelerado enquanto lia as mensagens de Kornkamon. Cada palavra parecia acender uma chama dentro de seu peito, algo que nunca havia experimentado antes. Sentimentos que sempre haviam estado adormecidos agora despertavam com uma intensidade avassaladora. Ela se questionava sobre todas essas novas emoções, tentando entender o que estava acontecendo. Durante toda a sua vida, Sam se orgulhara de ser controlada e focada apenas no trabalho. Mas agora, sem aviso prévio, sua realidade havia sido invadida por algo desconhecido e irresistível.

Observando-se clinicamente, Samanun notou cada detalhe de suas reações físicas. Sua pulsação estava acelerada, um ritmo incessante que ecoava em seus ouvidos. As mãos suavam, umidade inesperada que a fazia esfregar os dedos um no outro repetidamente. Sentia um leve tremor no peito, um sinal inconfundível de ansiedade, mas também de excitação. Era como se seu corpo estivesse respondendo a uma chamada incontrolável, algo que não poderia ser ignorado ou combatido.

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