15 - Bad Dreams

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Já passava das cinco horas da manhã, e a animação entre Samanun e Kornkamon continuava inabalável. Sentadas na sala da casa de Sam, as duas mulheres conversavam sobre tudo e nada, aproveitando a sintonia sincera que parecia crescer a cada minuto.

Kornkamon, no entanto, não pôde deixar de se preocupar. "Sam, não quero te atrapalhar. Sei que já tem problemas suficientes para lidar, e a falta de sono não deveria ser mais um deles."

Sam sorriu, tocando suavemente a mão de Mon. "Não se preocupe comigo, Mon. Só preciso estar no hospital no turno da tarde. Tenho tempo suficiente para descansar um pouco depois."

Kornkamon parecia aliviada, mas a preocupação ainda estava presente em seus olhos. "Tem certeza? Não quero que isso interfira no seu trabalho. Além disso, como você vai para o hospital se mal descansou?"

Sam ergueu uma sobrancelha, curiosa. "E você? Como veio até aqui a essa hora?"

Mon deu um sorriso tímido. "Há um motorista esperando do lado de fora. Você sabe, recursos e tudo mais." A empresária deu de ombros despreocupadamente.

Sam riu suavemente, mas depois seu rosto ficou mais sério. "Mon, por favor, dispense o motorista e fique aqui. Você pode dormir comigo..." corrigiu-se rapidamente, sentindo suas bochechas corarem. "Quero dizer, na minha casa. Não é porque você tem diversos funcionários à sua disposição que eles também não têm necessidades ou outras preocupações. Eles precisam descansar também."

Kornkamon ficou encantada com a postura de Sam, tocada pela consideração que a médica demonstrava tanto por ela quanto pelos funcionários e também feliz em poder conhecer mais da mulher que vinha ocupando os seus pensamentos. "Sam, eu... não sei o que dizer. É muita gentileza da sua parte. E, para ser honesta, eu adoraria ficar."

A médica sorriu amplamente, sentindo um calor reconfortante se espalhar pelo peito. "Então é isso. Vamos aproveitar essa manhã pra descansar um pouco."

Sam ajudou Kornkamon a se acomodar em seu quarto após uma longa discussão sobre seu quarto ser maior e permitir que ela pudesse circular com maior segurança com sua cadeira de rodas. Garantiu que tudo estivesse em ordem e que Mon estivesse confortável. A empresária sentia-se cada vez mais à vontade na presença de Sam, apreciando cada gesto de cuidado e carinho.

A proximidade entre as duas tornou-se tensa enquanto Samanun, com mãos gentis mas firmes, auxiliava Kornkamon na transferência da cadeira de rodas para a cama. Mon sentiu o toque caloroso e seguro de seu anjo da guarda, sentindo-se apoiada e protegida. Samanun, por sua vez, notava cada detalhe da expressão de Mon, buscando assegurar que ela estava confortável e tranquila. A respiração da empresária em sua nuca nua levava ondas de choque por todo corpo da médica e, sem saber, KornKamon também partilhava desta energia estática explorando seu corpo.

Era uma dança silenciosa de cuidado e confiança, onde os olhares trocados e os sorrisos sutis falavam mais do que palavras poderiam expressar. A intimidade daquele momento reforçava a conexão crescente entre elas, trazendo um conforto profundo e mútuo.

Após garantir que Mon estava acomodada, Sam decidiu que precisava de um momento para si mesma também. Voltou para sua sala de estar, onde a papelada ainda estava espalhada pela mesa. Sentou-se por um momento, refletindo sobre a noite e a inesperada visita de Mon. A conexão que sentia com a mulher era mais forte do que jamais imaginara, e isso a enchia de expectativa.

A médica mesmo exausta, sentia que o trabalho a ajudava a manter-se focada e organizada. Pegou uma pilha de relatórios e começou a ler, tentando absorver as informações e planejar suas ações.

Depois de algum tempo, Sam finalmente decidiu que era hora de descansar. Fechou os relatórios e apagou as luzes, dirigindo-se ao quarto de hóspedes com a mente ainda cheia de pensamentos soltos. Deitou-se na cama, e, pela primeira vez em muito tempo, sentiu uma paz genuína.

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