Capítulo 37 - Queda

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A cena era sombria e pesada, com a chuva caindo incessantemente sobre a arena destruída, cada gota refletindo o desespero da situação. Kayn estava no chão, em sua forma base, ensanguentado e ferido, a Yamato cravada em seu peito, imobilizando-o. A dor era lancinante, cada movimento um esforço monumental enquanto ele agonizava, tentando respirar em meio ao sofrimento físico e emocional. Seus olhos estavam turvos, mas a determinação ainda brilhava neles, mesmo que a esperança parecesse escassa.

Azel, com um sorriso frio e confiante, se afastava lentamente, observando Kayn com desdém. Aquele que o enfrentara tão bravamente agora parecia derrotado, vulnerável, e para Azel, a vitória já estava garantida. A chuva pesada caía sobre seu rosto, mas ele não se incomodava — ao contrário, parecia que o clima tempestuoso realçava ainda mais o drama daquela cena. A luta anterior, tão brutal, havia desgastado Kayn completamente. Mesmo com o breve uso de seu Angel Trigger e sua forma de Arcanjo, o corpo dele já estava exausto, a energia esgotada, e a dor era insuportável.

A voz de Azel cortou o silêncio, carregada de frieza e indiferença, mas também de uma estranha curiosidade. "Por que, Kayn? Por que continuar lutando?" Ele se aproximava lentamente, as botas ressoando na superfície molhada da arena, cada passo marcado por superioridade. "Por que... por que simplesmente não desiste? Você não tem mais forças para continuar, e mesmo assim..." Azel fez uma pausa, olhando para Kayn como se estivesse analisando algo incompreensível. "Você tenta desesperadamente se levantar para impedir algo que é inevitável... Não vê que é inútil?"

Kayn, deitado no chão, a dor perfurando cada fibra de seu ser, levantou os olhos lentamente para encarar Azel. Seus músculos estavam tensos, o peito subindo e descendo com dificuldade enquanto ele lutava para respirar. A cada segundo que passava, parecia que sua vida estava se esvaindo mais rapidamente, mas algo dentro dele se recusava a sucumbir. Ele apertou os punhos, a mão tremendo ao tentar alcançar a Yamato, que ainda estava cravada em seu corpo.

A dor era insuportável, mas a voz de Azel, cheia de escárnio, reacendeu algo dentro de Kayn. Algo primordial, uma chama que, por mais fraca que estivesse, ainda ardia com um brilho intenso. "Eu... não... vou desistir," Kayn sussurrou, sua voz quase inaudível, mas carregada de uma determinação feroz. "Você... pode pensar que já ganhou... pode acreditar que é invencível... mas eu... eu vou continuar lutando... porque é o que eu faço..."

Azel riu, mas havia uma pontada de irritação em seu riso. *"Ah, sempre essa teimosia inútil. Vocês caçadores são todos iguais, cheios de bravata até o último suspiro. Mas você está acabado, Kayn. Isso... isso é suicídio."* Ele gesticulou para a espada cravada no corpo de Kayn, o sangue ainda escorrendo pela lâmina, misturando-se com a chuva.

Kayn sentia o frio do metal atravessando sua pele, sentia o calor do sangue deixando seu corpo, mas em sua mente, as memórias de todas as batalhas que já enfrentou o mantinham consciente. Ele pensou em seus companheiros, em Adelheid, Kimberly, em todos que dependiam dele para parar Azel e o plano maligno dos Gorgon. Eles precisavam dele, e desistir agora não era uma opção.

"Eu... não luto só por mim," Kayn disse com dificuldade, apertando os dentes enquanto suas mãos tremiam em torno do cabo da Yamato. "Eu luto... por aqueles que não podem mais lutar... por aqueles que... contam comigo... é por isso que eu não vou desistir... nunca..."

A luta para se levantar era quase insuportável, mas lentamente, com um esforço sobre-humano, Kayn começou a mover seu corpo, mesmo com a espada ainda cravada nele. O som de sua respiração ofegante ecoava pela arena, misturando-se com o som da chuva que batia no chão. Seus músculos tremiam de esforço, mas a chama dentro dele crescia, queimando com uma intensidade que o próprio Azel não conseguia entender.

"Eu... vou... parar você," Kayn murmurou com uma força renovada, ainda que seu corpo estivesse no limite. "Mesmo que isso me mate... eu não vou parar até você cair, Azel..."

Aquela última declaração reverberou pelo campo de batalha. Azel parou de sorrir por um momento, o olhar frio se intensificando, como se estivesse tentando entender a profundidade do que Kayn estava dizendo. "Você é realmente patético, Kayn..." murmurou ele, mas havia uma pontada de respeito em suas palavras. "Mas se você deseja a morte... então vou garantir que você tenha uma despedida memorável."

A batalha entre a luz e a escuridão ainda não tinha acabado.

Azel

Muito bem....Hora da morte....

Entretanto, Azel sente alguma coisa, uma presença a mais naquele campo de batalha, ele sorri de lado se virando para trás, e lá estava ele em toda a sua beleza e estilo

Isso foi algo inesperado...conseguiu chegar aqui em cima, vivo ainda por cima?!!.....

Adelheid

agora, é eu e vc....

The Syzygy 3: DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora