The Syzygy 3: Despertar

Capítulo 4 - Submundo

Lúcifer, cercado por seus irmãos, caminhou pelas ruas da Cidade Prateada. Cada passo era observado atentamente por olhos celestiais — querubins, serafins e arcanjos, todos atentos ao caminho do arcanjo caído. Sua figura destacava-se, não apenas pelo contraste que sua presença causava naquele ambiente divino, mas também pela aura de poder e mistério que emanava de si. Ele carregava a marca de sua rebeldia, uma sombra que nunca se dissipou completamente, mas agora parecia envolta em uma nova camada de propósito.

O percurso até o portal foi marcado por um silêncio solene. Aqueles que o guiavam eram seus irmãos, outros arcanjos que haviam permanecido ao lado do Pai durante sua rebelião. Olhares eram trocados, mas palavras não eram necessárias. Havia um entendimento tácito do que estava para acontecer. Este não era um exílio, mas uma missão, uma descida deliberada ao mundo dos humanos e além. Uma descida que Lúcifer aceitou, consciente do peso e da consequência que isso implicaria.

Ao chegar diante do portal, uma estrutura de luz e energia, que brilhava com uma intensidade quase insuportável para os olhos humanos, Lúcifer parou por um instante. Ele olhou para trás, observando uma última vez a Cidade Prateada. Os anjos estavam em silêncio, suas expressões variavam entre respeito, curiosidade e até mesmo ressentimento. Este era um momento sem precedentes. Lúcifer, o arcanjo caído, estava prestes a cruzar a fronteira entre os céus e o mundo inferior mais uma vez.

Sem hesitar mais, ele deu um passo à frente, atravessando o portal. Imediatamente, ele foi envolvido por uma corrente de energia que o transportou através das esferas celestes. A queda foi rápida, mas cheia de simbolismo. Ele passou pelas camadas do universo, atravessando os céus e descendo em direção ao mundo dos humanos. Durante essa travessia, ele pôde sentir a energia pulsante da Terra, o calor e a vida que brotavam dela, um mundo tão frágil e ao mesmo tempo tão resiliente.

Mas sua jornada não terminava ali. Lúcifer continuou a cair, seu destino estava além da superfície terrestre. Ele desceu ainda mais, atravessando a crosta e as camadas da Terra, indo além do tangível, além do físico. Ele estava sendo puxado para um lugar que era seu domínio por direito, um lugar que ele havia moldado segundo sua própria imagem e que, por eras, fora seu trono de poder e tormento.

Finalmente, ele atravessou a barreira final, chegando ao Inferno. A transição foi imediata; a luz do portal foi substituída por uma escuridão opressiva e um calor sufocante. Chamas dançavam ao redor, e o ar estava pesado com a essência do sofrimento e da rebelião. Este era o seu reino, a Idade das Trevas, um reflexo de sua própria alma. O Inferno estava vivo, vibrante com a energia daqueles que foram condenados.

Lúcifer pousou no solo ardente, sua presença imediatamente sentida por todos os habitantes do submundo. Um silêncio tenso se espalhou, interrompendo os gritos e os lamentos que normalmente preenchiam aquele lugar. Seus olhos se ergueram, e ele observou seu domínio com uma expressão impenetrável. Ele estava de volta ao Inferno, mas desta vez, com uma nova missão.

O primeiro anjo caído, agora liberto de sua prisão, tinha retornado ao seu reino. A partir desse momento, o equilíbrio entre o Céu, a Terra e o Inferno estava para mudar, e Lúcifer, com toda a sua glória e complexidade, estava no centro dessa transformação iminente.

Lucifer

N posso dizer q isso é um lar doce lar...

Lúcifer caminhava pelo Inferno com um olhar analítico, absorvendo cada detalhe daquela paisagem infernal que uma vez foi seu domínio. O cenário ao redor era uma mescla caótica de formas e cores, uma visão indescritível para os olhos mortais. Montanhas de fogo, rios de lava, e criaturas retorcidas rastejavam na escuridão, cada canto exalando uma aura de desespero e malícia. No entanto, nada disso abalava Lúcifer. Havia uma sensação de familiaridade, um retorno a algo que ele conhecia intimamente.