Oaths of Revenge - Gladiador (2000)

Duelo nas Sombras

Commodus

A mesa longa no salão de reuniões estava cheia de pergaminhos, mapas e estatuetas representando as legiões espalhadas pelo império. O imperador estava sentado à cabeceira, o rosto sério enquanto ouvia as observações do Senador Falco sobre a situação política e militar. Gaia estava ao seu lado, mantendo a postura impecável de uma imperatriz, mesmo com o peso da gravidez começando a afetá-la.

Falco, como sempre, parecia ligeiramente desconfiado de Gaia, mas mantinha a compostura diante de Commodus. Ele terminou sua exposição com um gesto firme.

— Então, César, acredito que a consolidação dessas rotas comerciais será essencial para reforçar o apoio das províncias do sul. Sem isso, corremos o risco de perder ainda mais senadores influentes para os sussurros sobre a República.

— Ah, Falco, sempre tão preocupado com os senadores... Como se fossem mais importantes do que o povo. ele faz um gesto de tédio e se recosta na cadeira. Mas continue. É sempre encantador ouvir suas preocupações.

Falco pareceu ligeiramente irritado, mas não ousou responder. Gaia, por outro lado, manteve-se atenta, os olhos analisando os mapas à sua frente. Ela já estava acostumada com as provocações veladas de Commodus durante essas reuniões. Ele parecia se divertir ao desestabilizar os outros.

Quando Falco finalmente foi dispensado com um gesto de Commodus, Gaia se inclinou para pegar um dos papéis na mesa, mas parou, sentindo uma tontura repentina. Ela levou uma mão à testa, e quando tentou se levantar, seus joelhos fraquejaram. O mundo ao seu redor pareceu girar.

Baixinho, tentando se recompor. — Estou bem... só preciso...

Antes que ela pudesse terminar a frase, sentiu um braço firme segurando-a pela cintura, impedindo que caísse. Commodus estava ao seu lado num instante, os olhos fixos nos dela com uma mistura de preocupação e algo mais que ela não conseguia definir.

—  Não se mexa. Está pálida. Com a voz baixa, mas autoritária.

Gaia tentou se afastar, mas ele segurou-a firmemente, os dedos pressionando levemente sua cintura enquanto a mantinha de pé. Por um momento, os dois ficaram assim, tão próximos que ela podia sentir o perfume dele uma mistura de mirra e algo mais quente, mais intenso. Seus olhos se encontraram, e o silêncio no salão pareceu quase palpável.

Gaia percebeu a intensidade do olhar dele, mas também a forma como ele se demorava em observá-la, como se tentasse decifrá-la. Havia algo de perturbador e fascinante na maneira como ele a olhava. Ela sabia que deveria recuar, mas sentiu suas palavras morrerem antes de serem ditas.

—  Deveria descansar. Um César precisa de uma imperatriz forte.

Ela engoliu em seco, desviando o olhar para evitar a tensão crescente entre eles. Mas antes que pudesse responder, a porta do salão se abriu com um estrondo, quebrando o momento.

— Tio Commodus! Tio Commodus! Você viu os soldados treinando? Eles pareciam leões rugindo! Quero aprender a lutar como eles!. Correndo para dentro, com a energia de uma criança.

Commodus se afastou de Gaia imediatamente, seu olhar endurecendo ligeiramente enquanto olhava para o sobrinho. Ele parecia irritado por ter sido interrompido, mas rapidamente suavizou a expressão ao perceber que era Lucius. Ele se virou para o menino com um sorriso que era quase genuíno.

Brincando, mas com um tom condescendente. —Ah, Lucius... se um dia quiser lutar como os soldados, terá que aprender a obedecer como eles também. Agora, onde está sua mãe?.

Quase como em resposta, Lucilla entrou logo depois, elegante como sempre, com um sorriso controlado que escondia sua constante vigilância. Seus olhos captaram a cena no salão Gaia ainda apoiada na mesa, ligeiramente pálida, e Commodus parado ao lado dela, mais próximo do que o habitual. Lucilla percebeu a tensão entre os dois imediatamente, e seu sorriso cresceu um pouco mais. O plano dela e de Gaia parecia estar funcionando melhor do que ela esperava.