v3 - Not Celebrity • Immoral Fame

13. Ressentida

Já haviam cinco dias que Sooyan estava internada em observação, finalmente recebeu alta e estava liberada para ir para casa.
Ha-ri levou Eun-ho até o hospital para visitar a mãe e matar um pouco da saudade, V ficaria alguns dias com ele para que ela pudesse repousar um pouco, devido a cirurgia que fez não poderia carrega-lo por um tempo, pois ficaria limitada, ainda que tivesse Ha-ri para ajuda-la com ele.
V não voltou a ir ao hospital depois do terceiro dia, que foi quando Sooyan finalmente acordou e eles acabaram discutindo – no fundo ela sentia sua falta. Já Dong-Seok não tinha deixado de ir, mesmo que Sooyan não quisesse vê-lo.
Park Seo-joon também não apareceu por lá, mas mandou flores todos os dias.
Hyunjin ainda não havia voltado de sua turnê, mas mandou mensagens todos os dias desde que ela acordou e respondeu, assim como os demais rapazes de seu grupo – e os do BTS também. Estranhamente, Thória não havia mandado nenhuma mensagem ou sequer ido visitá-la, o que deixava Sooyan preocupada.
Jungwon e Sunghoon a visitaram por alguns minutos em um dos dias, eles lamentaram o ocorrido, mas se mostraram felizes por vê-la tão próxima de Ni-ki. Nesse tempo todo desde que acordou eles não se desgrudavam, só em alguns momentos, como a ida dele até o refeitório, ir em casa tomar um banho... Mas até mesmo dormir, ele dormia deitado com ela sobre a maca.
A polícia havia ido até lá para pegar o depoimento dela e Park Jan, que ainda estava preso, também foi interrogado e disse que não sabia nada a respeito do crime que o irmão cometeu, o que era mentira.
Mas respostas ficaram pendentes, como por exemplo: como Jamal conseguiu entrar no condomínio? Como conseguiu passar pela segurança e danificar o gerador do apartamento? Como ele sabia em qual andar Sooyan morava e como conseguiu entrar sem disparar o alarme, já que provavelmente as luzes acabaram quando ele já estava no local?
Naquele momento Sooyan estava terminando de arrumar sua mala para ir embora, Ni-ki havia ido até o refeitório buscar um capuccino.
Quando retornava para o quarto ele deu de cara com Dong-Seok no andar de cima, eles pararam frente a frente, a cerca de um metro e meio de distância.
Dong-Seok com as mãos nos bolsos da calça e Ni-ki segurando um copo de capuccino com caramelo salgado.
— Você ainda está aqui! — comentou Ni-ki.
— E você! — devolveu Dong-Seok com ironia.
— Por que eu não estaria? — perguntou Ni-ki sério.
— E por que EU não estaria, se sou o responsável por ela? — Dong-Seok devolveu na mesma seriedade.
Ni-ki abaixou a cabeça e deu um riso abafado.
— Sinceramente?! — murmurou voltando a olha-lo. — Ainda estou aqui por que ela quer a minha presença, diferente da sua. Quanto a arcar com as despesas médicas do hospital, sabe que facilmente eu poderia assumir a dívida e o que você gastou até agora ser estornado para a sua conta, não sabe?!
Dong-Seok foi quem bufou um riso sarcástico.
— Você é muito ousado.
Ni-ki deu um risinho e desviou o olhar por um momento.
— Foi justamente a minha ousadia que me fez ter uma chance com ele.
A expressão de Dong-Seok mudou e ele encarou Ni-ki com raiva, o garoto percebeu e deu um sorriso de satisfação.
Quando o jovem ídol foi passar pelo empresário em direção ao quarto de Sooyan, o mesmo o barrou com a mão no peito o fazendo recuou e parar novamente frente a frente; Ni-ki o olhou confuso.
— Você vai embora, e não vai voltar a procura-la. — disse Dong-Seok o olhando. — E eu não estou me referindo só ao hospital.
Ni-ki o encarou por um tempo, ele riu daquela fala sem noção de Dong-Seok e voltou a caminhar passando por ele.
— Quer arriscar? — perguntou Dong-Seok e se virou, ele viu Ni-ki parar e demorar alguns segundos para se virar e olha-lo de volta.
— Arriscar o quê? — perguntou o garoto.
Dong-Seok enfiou a mão no bolso e se próximos dele.
— Você e a Sooyan trabalham juntos, ela é praticamente sua chefe, e como somos sócios, isso também faz de mim seu chefe. — ele disse. — A empresa toda está sabendo do que aconteceu com ela, e agora que a polícia está envolvida não vai demorar para todo mundo saber que você estava com ela no momento do acontecido, os rumos até mesmo já começaram.
Ni-ki engoliu a seco.
— Qual o problema disso?
— "Qual o problema?" — Dong-Seok repetiu e riu com ironia. — Você já leu as polêmicas que envolvem o nome dela? Sabe o quanto foi difícil para ela superar tudo? — pausou. — Imagina só quando todo mundo na empresa ver vocês dois grudados como pulga e cachorro e todos os rumos se concretizarem...! Os fóruns de notícia divulgando o envolvimento dela com um garoto da sua idade, o quanto isso vai afetar não só a nossa empresa, mas como a imagem do seu grupo, e a da Hybe também. Nós seremos obrigados a desfazer a nossa parceria, e tenho certeza que a Hybe vai propor que ambas as partes assinem um contato de confidencialidade que impõe que nunca mais vocês cheguem perto um do outro, afim de não alimentar mais todo esse alvoroço. Consegue imaginar?
Ouvindo tudo aquilo Ni-ki sentiu como um choque na alma, a garganta secou e uma sensação gelada tomou conta de seu estômago, ele desviou o olhar e em sua mente passou como um filme inteiro em um curto segundo, como se pudesse ver tudo aquilo realmente acontecendo.
Dong-Seok percebeu que conseguiu entrar na mente do jovem e o deixou ser inundado por aquela sensação por um tempo, então ele se aproximou um pouco mais e parou ao lado de Ni-ki, se esticou para falar quase em seu ouvido.
— Já vi famoso perderem tudo por bem menos, então se gosta mesmo da Sooyan ou de sua carreira como ídol, afaste-se dela. — ele pegou o copo de capuccino na mão de Ni-ki, que o olhou. — Eu aviso que você precisou ir embora.
Dong-Seok caminhou se afastando e deixando Ni-ki ali parado, congelado, com seus pensamentos gritando a possível culpa de acabar com a própria carteira e a imagem de Sooyan.
Sooyan estava terminando de arrumar seus pertences na mala de mão quando ouviu passos atrás e se virou com um sorriso pensando ser Ni-ki, mas viu Dong-Seok e o sorriso se desfez, ela voltou a atenção para a mala e começou a mexer na mesma fingindo que ainda precisava ser arrumada.
— O que você está fazendo aqui? — ela perguntou friamente. — Já disse inúmeras vezes para você ir embora.
— Eu não posso ir embora sabendo que você está desprotegida. — disse Dong-Seok. — Eu me preocupo com você.
— Não preciso da sua preocupação. — disse Sooyan parando o que fazia para olha-lo. — Tampouco te quero aqui.
Dong-Seok suspirou.
— A gente não precisa ficar nesse clima.
— Foi você que disse que não éramos nada, então não faz sentido você estar aqui. — lembrou a garota ainda friamente.
Dong-Seok deu um risinho abafado desviando o olhar por um momento.