Quem poderia ter tirado aquelas fotos? E por quê? Minha cabeça estava uma bagunça. Fechei a caixa de metal e empurrei ela pro canto da mesa.
Respirei fundo e tentei me acalmar. Não fazia sentido apavorar o Fernando com aquilo, pelo menos não por enquanto. Ele parecia tão feliz hoje, e talvez fosse só uma coincidência bizarra, alguém querendo brincar com a minha cabeça. Resolvi não pensar mais nisso por agora.
Me joguei de volta no sofá, mas minha mente continuava inquieta. Pego o celular de novo e começo a digitar uma resposta pra ele.
Eu: "Oi! Cheguei sim, tá tudo certo. Eu que tenho que te agradecer, foi bom rir um pouco depois de tanto tempo. Espero que a gente possa repetir."
Enviei antes de pensar demais. O que mais eu ia fazer? Talvez conversar com ele me distraísse de tudo isso. E, de certa forma, era bom saber que ele estava se sentindo como eu. Era uma sensação estranha, essa conexão com ele, como se a gente tivesse se entendido de um jeito que eu não esperava.
Alguns minutos depois, o celular vibrou.
Fernando: "Fico feliz que você tenha gostado. Quem sabe da próxima vez eu te levo num lugar ainda melhor."
Sorri de novo. Era leve, despretensioso. Exatamente o que eu precisava agora. Comecei a digitar, mas, antes de enviar qualquer coisa, o celular vibrou de novo, mas dessa vez era uma ligação. Olhei o nome na tela e o sorriso sumiu: Desconhecido.
Atendi, meio hesitante.
— A-Alô? — minha voz saiu mais baixa do que eu queria.
Por alguns segundos, não houve resposta, só um silêncio pesado do outro lado. Então, uma voz masculina, baixa e séria, soou do outro lado:
— Maria... você deveria tomar cuidado com quem anda por aí.
Meu coração disparou.
— Quem é você? O que quer? — perguntei, tentando soar firme, mas minha voz tremia.
Do outro lado, a ligação foi encerrada. Fiquei ali, estática, segurando o telefone, meu estômago revirando. As fotos, a caixa, agora isso. Algo estava muito errado, e eu não sabia o que fazer.
Me levantei, nervosa, caminhando de um lado pro outro. Não podia ignorar mais. Talvez fosse hora de contar ao Fernando, ou até ir à polícia. Mas, ao mesmo tempo, eu não sabia de onde isso vinha. Não queria parecer paranoica. Decidi que, no mínimo, precisava descobrir quem estava por trás disso.
Sentei de novo no sofá, tentando respirar fundo. Isso não ia me derrotar. Se alguém achava que podia me intimidar, estava muito enganado.
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Um Amor Que Machuca, Dois Amores Que Fazem Chorar.
Mistério / SuspenseA história gira em torno de Maria, uma jovem em busca de emprego, que se envolve em uma série de eventos inesperados que mudam o curso de sua vida.