17. Oque poderia acontecer?

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O beijo entre Fernando e eu foi um momento de pura entrega, mas a tranquilidade foi abruptamente interrompida por um barulho vindo do meu quarto. Um som seco, como se algo pesado tivesse sido derrubado, ecoou pela casa, e um frio percorreu minha espinha.

Fernando imediatamente se virou, sua expressão mudando de alívio para preocupação. Ele se posicionou na frente, como um escudo protetor, enquanto eu ficava logo atrás, aterrorizada.

— O que foi isso? — sussurrei, a voz falhando.

Fernando fez um gesto para eu ficar quieta, e ele se aproximou da porta do quarto, respirando fundo. Eu podia sentir o coração batendo forte no meu peito, o medo se acumulando a cada segundo que passava. Era como se a casa estivesse viva, cheia de segredos e perigos ocultos.

Com cuidado, Fernando abriu a porta lentamente. A escuridão do quarto parecia se espalhar como uma sombra densa, e o ar estava pesado de tensão. Então, em um instante que parecia se arrastar, ele entrou, e eu o segui, hesitante.

Mas o que encontramos lá foi um pesadelo.

Antes que eu pudesse processar, uma figura surgiu das sombras, e antes que Fernando pudesse reagir, alguém desferiu uma paulada na cabeça dele. O som do impacto reverberou no ar, e eu gritei, horrorizada, enquanto ele caía no chão, um fluxo de sangue brotando da ferida.

— Fernando! — gritei, mas minha voz era um eco distante em meio ao pânico.

Desesperada, tentei correr em direção a ele, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, senti mãos fortes me puxando por trás. Uma sensação gelada de terror me envolveu quando um saco foi colocado sobre a minha cabeça. O mundo ao meu redor se tornou uma escuridão opressiva, e eu lutei contra a cegueira e a confusão.

— Não grite! —  a voz de um dos agressores soou, mas era distorcida e irreconhecível. Percebi que havia duas pessoas, e a adrenalina disparou em meu corpo enquanto tentava me libertar.

Gritei, mas só consegui emitir um som abafado. As mãos me seguravam com força, arrastando-me para fora da casa. O medo tomou conta de mim enquanto lutava contra a apreensão, mas era inútil. As sombras se tornavam cada vez mais densas e confusas.

Fui jogada para dentro de um carro, o interior escuro e claustrofóbico. O motor roncou, e logo estávamos em movimento, o carro acelerando em uma direção desconhecida. O desespero aumentava à medida que eu tentava processar o que havia acabado de acontecer. Onde estava Fernando? O que estavam fazendo comigo? Eu precisava de respostas, mas a escuridão ao meu redor parecia engolir qualquer esperança.

As vozes dos sequestradores discutiam entre si, mas não consegui entender nada do que diziam. O medo e a incerteza se misturavam em uma tempestade de emoções. O carro balançava, e o cheiro de couro e sujeira invadia minhas narinas, aumentando minha repulsa.

Concentrando-me, tentei me acalmar. Minha mente começou a trabalhar, procurando uma saída, uma oportunidade de escapar. Mas o tempo parecia contra mim, e a realidade da situação se tornava cada vez mais aterrorizante.

— Maria! — uma voz familiar ecoou em minha mente, e a imagem de Fernando ferido ficou gravada em meu coração. Eu precisava sair dessa. Eu precisava encontrar uma maneira de lutar contra aqueles que me mantinham prisioneira. A luta estava apenas começando, e eu não pretendia desistir tão facilmente.

Um Amor Que Machuca, Dois Amores Que Fazem Chorar.Onde histórias criam vida. Descubra agora