12. Tensões no Ar

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Pisquei os olhos algumas vezes, ainda confusa com o lugar onde estava. Fernando estava parado ao meu lado, me olhando com um sorriso meio torto.

— Maria? Você dormiu aqui? — ele perguntou, claramente surpreso.

Eu me levantei devagar, ainda sentindo o corpo pesado pela noite mal dormida no sofá do escritório. Pelo visto, o pesadelo que tive ainda mexia comigo, mas eu estava aliviada por ser apenas um sonho.

— Acho que sim — respondi, esfregando os olhos. — Foi um dia cheio ontem.

— Você deveria ir pra casa, descansar um pouco — Fernando sugeriu, com a voz suave, mas havia algo no olhar dele que parecia diferente. Talvez preocupação.

Antes que eu pudesse responder, a porta se abriu e Fábio, meu chefe, entrou com uma expressão amigável no rosto. Seus olhos percorreram a sala e logo se fixaram em mim.

— Ah, Maria, que bom que você já está aqui — ele disse com entusiasmo. — Precisava falar com você sobre um projeto importante que estou pensando em colocar você à frente. Tem tudo a ver com as fotos que fizemos da última campanha.

Fábio se aproximou mais, e senti uma leve tensão no ar. Seus olhos brilhavam com uma certa admiração, algo que eu não tinha notado antes. Fernando, parado ao meu lado, não parecia nada confortável com a situação.

— Eu ia adorar te ver liderando algo grande assim, Maria — continuou Fábio, com um sorriso que parecia mais pessoal do que profissional. — Podemos conversar sobre isso mais tarde, quem sabe num almoço?

Eu sorri, tentando manter a compostura. Sentia o olhar de Fernando queimando ao meu lado, e sua postura agora estava mais rígida.

— Claro, Fábio — respondi, tentando soar neutra. — Podemos marcar sim.

Fernando pigarreou, interrompendo o momento.

— Maria, eu ia te chamar pra almoçar também hoje... Mas parece que você já tem outros planos — ele disse, com um tom que mal disfarçava o ciúme.

Olhei para Fernando, depois para Fábio, sentindo a pressão de ambos. Não tinha a menor ideia do que estava começando ali, mas podia sentir o peso de duas forças opostas se aproximando, e eu estava bem no meio.

— Talvez a gente possa combinar outra hora, Fernando — respondi, com um sorriso rápido, tentando aliviar a tensão.

Mas no fundo, sabia que esse clima de disputa só estava começando. E eu? Eu não sabia ao certo o que sentir.

Um Amor Que Machuca, Dois Amores Que Fazem Chorar.Onde histórias criam vida. Descubra agora