Um Amor Que Machuca, Dois Amores Que Fazem Chorar.

20. Quem está por trás da máscara?

As horas se arrastaram naquele lugar sombrio. Fernando estava sentado no chão, observando o irmão Fábio, que ainda estava preso por cordas, as marcas em seus pulsos deixadas pela amarração o lembravam da vulnerabilidade da situação. A tensão no ar era palpável enquanto tentava pensar em uma maneira de escapar daquela armadilha.

— Precisamos encontrar algo para nos soltar — Fernando disse, seus olhos varrendo o ambiente em busca de uma oportunidade.

Fábio balançou a cabeça, com um olhar misto de medo e determinação. O silêncio ao redor deles era opressor, e o peso da situação ameaçava sufocá-los. Finalmente, Fernando avistou uma lâmina no chão, abandonada por quem os havia sequestrado. Com um esforço considerável, conseguiu alcançar a lâmina e começou a cortar as cordas que prendiam Fábio.

— Rápido! — Fernando sussurrou, seus olhos fixos na porta, temendo que o sequestrador retornasse a qualquer momento.

Com um movimento rápido, Fábio se libertou e ambos se levantaram, prontos para enfrentar o que estivesse à frente. O coração de Fernando disparava enquanto ele liderava o caminho pela casa escura e empoeirada. Mas, antes que pudessem chegar à saída, um barulho abrupto interrompeu a fuga: passos pesados ecoaram, e o sequestrador apareceu, bloqueando o caminho.

— Onde vocês pensam que vão? — disse ele, sua voz fria e calculada.

Fábio olhou para Fernando, uma expressão de medo misturada com determinação no rosto. Antes que pudessem se mover, Fábio foi tomado por um sorriso de satisfação, fazendo com que o coração de Fernando disparasse em desespero.

— Você não entende, Fernando — disse Fábio, a voz suave, mas cheia de desprezo. — Eu sempre quis o que era seu.

— O que você está dizendo? — Fernando perguntou, atordoado.

— Você e Maria acham que podem controlar o que está acontecendo, mas estão apenas dançando nas minhas cordas.

Fernando ficou paralisado, a revelação perfurando seu coração como uma faca. Ele sempre acreditou que a lealdade do irmão era inabalável.

— Não, Fábio, não faça isso! — Fernando gritou, tentando apelar para a razão.

— É simples — Fábio respondeu, como se fosse a coisa mais normal do mundo. — Agora você vai ver quem realmente controla tudo isso.

Nesse momento, o sequestrador tirou a máscara lentamente, e Maria sentiu seu coração parar. Era o rosto do seu ex, aquele que a perseguia. Ele sorriu de forma maliciosa.

— Surpresa, Maria! — ele disse, com um sorriso que enviou arrepios pela sua espinha. — Eu sempre estive aqui, observando cada passo seu.

Fernando ficou em choque, os olhos cheios de confusão e raiva. Ele não conseguia acreditar que o irmão, que deveria protegê-lo, agora estava do lado do inimigo. Maria sentiu seu mundo desmoronar, cada esperança se dissipando.

— Fábio, como você pôde fazer isso? — Fernando perguntou, a dor evidente em sua voz.

— Eu só fiz o que era necessário — Fábio respondeu, como se estivesse justificando uma escolha comum. — Maria, você não percebe que tudo isso é um jogo? E você, Fernando, sempre foi o peão.

Maria ficou paralisada, o desespero tomando conta dela enquanto tudo o que pensou que sabia desmoronava. Ela não sabia como escapar daquela armadilha mortal, e a única coisa que restava era a escuridão ao seu redor, pronta para engolir todos eles.