16. Que Diabos Eu Fiz?

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Os dias na empresa pareciam intermináveis, e a ausência de Fernando me deixava inquieta. Ele não aparecera desde o dia da nossa conversa emocional, e cada momento que passava, eu me sentia mais ansiosa. O que estaria acontecendo? A última vez que nos vimos, ele parecia preocupado, mas não tinha ideia do quão sério isso se tornaria.

O telefone da empresa tocava incessantemente, mas meu foco estava longe das ligações e tarefas. As imagens das ameaças anônimas ainda martelavam minha mente, e eu não conseguia deixar de pensar na foto de Fernando amarrado. O que eu deveria fazer? Ele deveria estar aqui, ao meu lado, mas a realidade era que eu estava sozinha, e isso me deixava apavorada.

Então, no meio da tarde, meu celular vibrou em minha mesa. Olhei para a tela e vi um número desconhecido. Hesitei, mas a preocupação me venceu e atendi.

— Alô?

O silêncio no outro lado era perturbador. Então, uma risada baixa e distorcida ecoou, fazendo meu coração disparar.

— Maria… você realmente acha que pode escapar disso?

— Quem é você? — minha voz tremia, mas eu tentei soar firme.

— Alguém que está prestando atenção em você e em suas escolhas. E, a propósito, você deveria ver isso.

Uma imagem apareceu na tela, e meu coração parou. Era uma foto de Fernando, amarrado e com um olhar desesperado. Um desespero gelado me envolveu, e eu quase deixei o celular cair.

— O que você fez com ele? — gritei, a voz embargada.

— Ele é só o começo, Maria. Você vai precisar tomar decisões. E não esqueça: eu sei tudo sobre o seu passado. A escolha é sua.

A ligação foi encerrada abruptamente, e eu fiquei paralisada, a imagem de Fernando presa em minha mente. O que estava acontecendo? Por que ele não estava na empresa? A cada segundo, a sensação de que algo terrível estava prestes a acontecer aumentava.

Senti uma necessidade urgente de encontrá-lo, mas onde poderia começar? Com o coração pesado de medo, decidi deixar o escritório. O caminho para casa parecia mais longo e perigoso, e as sombras ao meu redor pareciam se mover, como se escondessem algo aterrorizante.

Quando cheguei em casa, o silêncio me envolveu como um manto opressivo. O telefone não parava de tocar, mas não conseguia tirar a imagem de Fernando amarrado da minha cabeça. O que havia acontecido com ele? Por que não estava respondendo minhas mensagens?

De repente, ouvi um barulho na porta. Meu coração disparou, e me aproximei cautelosamente. Era o vento? Ou havia alguém lá fora?

Com a respiração trêmula, abri a porta lentamente. Para minha surpresa, lá estava Fernando, pálido e com um olhar desesperado. Um alívio imediato tomou conta de mim, mas uma sensação estranha me acompanhava.

— Maria… — ele começou, mas eu o interrompi, puxando-o para dentro e fechando a porta rapidamente.

— Você está bem? O que aconteceu? Por que não veio para a empresa? Eu estava tão preocupada! — perguntei, a preocupação transbordando em minha voz.

Fernando olhou para mim, seu olhar revelando um misto de dor e determinação. — Eu não tinha certeza se conseguiria chegar até você… você não faz ideia do que aconteceu.

Eu olhei em seus olhos, buscando respostas, mas a tensão estava palpável. Então, em um impulso de necessidade e desespero, o puxei para perto, nossos lábios se encontrando em um beijo intenso, carregado de todas as emoções reprimidas. O gosto da tensão e do medo se misturou à doçura de um momento que tanto desejei, mas que agora parecia tão frágil.

Assim que nos separamos, a realidade voltou com força. O que quer que estivesse por trás das ameaças ainda estava à espreita, e a sensação de que a escuridão se aproximava de nós se tornava cada vez mais real. O passado e o presente estavam prestes a colidir, e eu sabia que a batalha estava apenas começando.

Um Amor Que Machuca, Dois Amores Que Fazem Chorar.Onde histórias criam vida. Descubra agora