Capítulo 3

41 4 0
                                    

Quando o jantar chegou ao fim, Santiago se afastou de Dulce para ir buscar o carro. Dulce ficou esperando, tentando processar tudo o que havia acontecido durante a noite. Enquanto ela esperava, notou um homem conversando com uma mulher a alguns metros de distância.

A conversa deles chamou sua atenção. O homem estava falando sobre violência doméstica, explicando a importância da vítima procurar ajuda rapidamente.

— Não hesite em buscar ajuda. A violência doméstica só piora com o tempo se não for resolvida logo, —  disse o homem, sua voz era firme e compassiva.

Dulce se aproximou um pouco mais, curiosa para ouvir melhor. O homem pegou um cartão do bolso e o entregou à mulher.

— Meu nome é Chris, eu sou policial. Pode me procurar na delegacia ou ligar para mim se precisar de qualquer coisa, —  ele disse, em um tom amigável e profissional.

A mulher aceitou o cartão com um agradecimento murmurado, claramente aliviada por ter alguém para ajuda-lá. Dulce observava tudo em silêncio, absorvendo as palavras de Chris. Algo na maneira como ele falava, na seriedade e gentileza de suas palavras, a tocou profundamente.

O que Chris havia dito, ecoava na mente de Dulce, plantando uma semente de dúvida sobre a decisão que havia tomado de confiar em Santiago novamente.

Chris terminou de conversar com a mulher e notou os olhares de Dulce sobre si. Ele se aproximou dela, percebendo algo em seu semblante.

— Oi boa noite, está tudo bem? — ele perguntou, com um tom gentil, mas atento.

Chris tinha experiência com casos de violência doméstica e podia sentir quando algo estava errado.

Dulce, sentindo-se pega de surpresa, hesitou por um momento antes de responder.

— Sim, está tudo bem. Eu só estava escutando o que você estava dizendo para aquela mulher, porque... tenho uma amiga que está passando por essa situação, — ela disse, tentando parecer casual, mas a tensão em sua voz era perceptível.

Chris observou-a cuidadosamente, desconfiado de que pudesse ser uma mentira. Mas seu instinto de ajudar prevaleceu.

— Entendo. Bom, se essa sua amiga está passando por isso, ela deve procurar ajuda o quanto antes. Muitas vezes, o agressor promete mudar, diz que vai ser diferente, mas basta algo o irritar para que a violência aconteça de novo, — ele explicou, com firmeza e compaixão.

Dulce engoliu em seco, pensando que aquelas palavras descreviam exatamente sua própria situação. Santiago prometia mudar, mas sempre acabava voltando ao seu comportamento violento.

Chris, percebendo que Dulce não se abriria tão facilmente, continuou:

— Se a sua amiga precisar de ajuda, por favor, peça para ela entrar em contato comigo. Eu sou policial e trabalho na delegacia. Aqui está o meu cartão. —

Dulce pegou o cartão, olhando para ele com uma mistura de esperança e medo.

— Obrigada, — disse ela, guardando o cartão na bolsa.

Chris deu um sorriso encorajador.

— Estou à disposição. — ele disse, se despedindo e indo embora.

Dulce ficou parada por um momento, refletindo sobre a conversa. As palavras de Chris ressoavam em sua mente, e o cartão dele em sua bolsa parecia pesar uma tonelada. Ela sabia que deveria confiar em alguém e buscar ajuda, mas ainda não estava pronta para dar esse passo.

Antes de Chris sair, Santiago viu o momento em que ele e Dulce conversavam, e na mente dele, os dois pareciam extremamente próximos.

No entanto, quando viu Chris entregando um cartão para Dulce e indo embora, um ciúme incontrolável tomou conta de si. Ele sentiu uma raiva intensa brotar em seu coração, a ponto de seu rosto começar a ficar vermelho.

Santiago imediatamente foi até Dulce, segurando seu braço com força.

— Quem era aquele homem? O que ele estava conversando com você? —  ele perguntou, com os olhos cheios de fúria.

*******

Próximo Capítulo na Terça-Feira a Partir das 20:00hrs da Noite.

Deixe seu Favorito, isso me ajuda muito a conseguir divulgar a história aqui no Wattpad.

Violência DomésticaOnde histórias criam vida. Descubra agora