Violência Doméstica

Capítulo 14

Dulce voltou seu olhar para Chris, com uma mistura de apreensão e determinação.

— Dulce, eu vou ficar de olho em tudo. Se algo der errado, me ligue imediatamente — disse Chris, com um tom protetor.

Dulce o abraçou, buscando conforto em seus braços.

— Vai dar tudo certo. Eu sei que vai.

Os dois se despediram com outro beijo apaixonado, confiantes de que, juntos, conseguiriam superar qualquer obstáculo.

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Quando Nicolas acordou, Dulce sentiu um aperto no peito. Ela sabia que precisava contar a ele que voltariam para a casa de Santiago. Com um sorriso tenso, ela preparou o café da manhã, tentando criar um ambiente tranquilo e acolhedor.

— Bom dia, meu amor. Dormiu bem? — perguntou ela, tentando manter a voz leve enquanto servia o suco de laranja e colocava torradas no prato de Nicolas.

Nicolas assentiu, esfregando os olhos ainda sonolentos.

— Sim, mamãe.

Dulce se sentou à mesa, observando seu filho com carinho e preocupação.

— Querido, preciso conversar com você sobre uma coisa importante — começou ela, escolhendo as palavras com cuidado.

Nicolas levantou o olhar curioso, mastigando uma fatia de torrada.

— O que foi, mamãe?

Dulce respirou fundo, tentando manter a calma.

— Nós vamos voltar para a casa do seu pai.

Nicolas parou de mastigar, seu semblante imediatamente mudou para tristeza e confusão.

— Mas mamãe, eu não quero voltar. Eu não quero ver o papai brigando com você de novo — disse ele, com a voz embargada.

Dulce sentiu o coração se partir ao ver a angústia nos olhos do filho. Ela se aproximou, ajoelhando-se ao lado dele e segurando suas pequenas mãos.

— Filho, eu entendo como você se sente. Mas preciso que você confie em mim. Tudo vai ficar bem, eu prometo. Estou fazendo isso para que possamos ficar juntos e seguros — disse ela, com uma voz cheia de determinação e amor.

Nicolas olhava nos olhos de sua mãe, tentando encontrar a segurança que ela prometia. Depois de um momento, ele assentiu levemente.

— Tá bom, mamãe. Eu confio em você — disse ele, abraçando-a apertado.

Dulce o envolveu em seus braços, sentindo a força daquele pequeno corpo que significava muito para ela.

— Eu te amo muito, Nicolas. Vamos passar por isso juntos, e vai ficar tudo bem — sussurrou ela, beijando a cabeça dele e segurando-o com firmeza.

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Santiago chegou ao apartamento de Dulce com um sorriso radiante no rosto. Ele havia vencido, ao menos por enquanto. Dulce já havia arrumado suas coisas e as de Nicolas, mas seu semblante estava sério.

Quando Santiago entrou, ela o encarou com frieza, dizendo:

— Só estou fazendo isso pelo bem do Nicolas — disse Dulce, sua voz firme, tentava esconder o medo e a ansiedade que sentia.

Santiago, ainda sorrindo, tentou suavizar a tensão.

— Aos poucos, vamos voltar a ter uma boa relação. Você vai ver, Dulce, vamos ter uma família feliz.

Nicolas descia as escadas lentamente, com uma pequena mochila nas mãos, observando a cena com olhos inseguros. Santiago se aproximou do filho e, com um movimento brusco, o pegou no colo, abraçando-o com força.

Olhando para Dulce, ele declarou:

— Nós seremos muito felizes Dulce, você vai ver — disse ele sorrindo, beijando o rosto de Nicolas.

Dulce sentia um nó na garganta, mas manteve-se firme. Aquele era um sacrifício necessário para proteger Nicolas e, com sorte, encontrar uma maneira de desmascarar Santiago.

Eles então deixaram o apartamento e seguiram em direção ao carro de Santiago. Enquanto colocavam as malas no porta-malas, Dulce percebeu Chris ao longe, dentro de seu carro, observando cada movimento. Ele estava lá para garantir que tudo corresse bem, e isso lhe deu uma sensação de conforto em meio à tempestade.

Santiago deu partida em seu carro e começou a dirigir em direção à casa onde moravam antes. Chris, mantendo uma distância segura, seguiu o carro de Santiago, tomando todo o cuidado para não ser pego. Ele sabia que precisava ser cauteloso, mas estava determinado a proteger Dulce e Nicolas a qualquer custo.

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