Capítulo 17

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Com o gravador discretamente ligado em seu bolso, Dulce se preparava para o que precisava dizer.


— Santiago, se você realmente me amasse, nunca teria feito o que fez. — Afirmou ela, sua voz era firme e ao mesmo tempo triste.


Santiago suspirou pesadamente, com uma expressão de remorso.


— Dulce, eu me arrependo de todo o mal que fiz a você. Só estou fazendo isso porque quero consertar as coisas entre nós. Eu forjei as evidências contra você porque quero a minha família de volta.


Dulce sabia que aquele momento foi crucial. Ela havia conseguido a confissão que tanto precisava. Mesmo assim, ainda tinha que agir com cautela para não levantar suspeitas.


Santiago então, se aproximou e acariciou delicadamente o rosto de Dulce, seus olhos imploravam por uma reação positiva dela.


Ele tentou beijá-la, mas Dulce rapidamente se esquivou.


— Santiago, eu ainda preciso de tempo. — disse ela, com a voz suave, mas firme.


Santiago, frustrado e abatido, deu um suspiro profundo. Ele então, encarou Dulce com um olhar sério e se afastou, deixando ela sozinha com a prova da confissão que tanto precisava.


Dulce observou Santiago sair de casa, com seu coração batendo forte. Com o gravador guardado, ela sentia uma mistura de alívio e apreensão.


O próximo passo seria crucial.

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Assim que Santiago saiu, Dulce não perdeu tempo. Sentindo a urgência do momento, pegou seu celular e ligou para Chris. Suas mãos tremiam levemente enquanto aguardava ele atender.


— Chris, eu consegui. Consegui a gravação. — disse Dulce, sua voz mistura alívio e tensão.


Chris, do outro lado da linha, ficou em silêncio por um breve momento, processando a informação.


— Dulce, você precisa sair daí o mais rápido possível. É perigoso você continuar nessa casa.


— Mas para onde vamos, Chris? Não posso simplesmente pegar Nicolas e sair sem um plano.


— Por enquanto, venham para o meu apartamento. Vocês estarão mais seguros comigo. — disse Chris, com um tom firme e decidido.


Dulce hesitou por um momento, sentindo-se um pouco sem graça com o convite.


— Tem certeza, Chris? Talvez se Nicolas e eu formos...


— Dulce, essa a melhor decisão para manter vocês seguros. Vou buscar vocês imediatamente — respondeu ele, sem deixar espaço para mais dúvidas.


Dulce sabia que Chris estava certo. Ela precisava agir imediatamente. Desligando o telefone ela rapidamente começou a arrumar as malas. Pegou roupas e itens essenciais para ela e Nicolas, tentando se mover o mais rápido  possível.


Minutos depois, Chris chegou à casa. Dulce e Nicolas já estavam prontos, suas malas estavam ao lado da porta. Chris foi até eles rapidamente, seus olhos encontraram os de Dulce com uma mistura de preocupação e alívio.


— Vamos, não podemos perder tempo — disse ele, pegando algumas malas enquanto Dulce pegava Nicolas pela mão.


Eles se moveram rapidamente até o carro de Chris, colocando as malas no porta-malas e acomodando Nicolas no banco traseiro. Dulce se sentou ao lado de seu filho, tentando manter a calma.


Chris dirigia com determinação, seus olhos alternavam entre a estrada e o retrovisor, garantindo que não estavam sendo seguidos.

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Quando finalmente chegaram ao apartamento de Chris, Dulce olhava para o prédio, sentindo uma onda de alívio e nervosismo ao mesmo tempo.


— Chegamos — disse Chris, estacionando o carro. — Vamos entrar.


Eles subiram para o apartamento de Chris, onde ele os acomodou com cuidado. O lugar era simples, mas acolhedor, um refúgio seguro em meio ao caos.


— Obrigada, Chris — disse Dulce, sua voz era suave e cheia de gratidão. — Não sei o que faria sem você.


Chris sorriu, tocando suavemente o rosto dela.


— Estamos juntos nessa, Dulce. Vamos garantir que tudo fique bem para você e Nicolas.


Dulce olhou ao redor do apartamento, sentindo-se mais segura, mas ainda consciente da batalha que tinham pela frente.

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