Amelie - Uma Historia Docshoe

Capítulo 20

Era um dia ensolarado em Orlando, e Amelie, Julia, Arthur, Larissa e Amanda tinham decidido passar algumas horas fazendo compras no famoso outlet da cidade. O lugar era gigantesco, cheio de lojas de grife e vitrines brilhantes que chamavam a atenção de todos. Amelie estava especialmente empolgada, pois além de curtir a Disney, nada como um dia de compras para aliviar a tensão de tantos encontros e segredos que pairavam sobre ela nos últimos dias.

Amanda estava ao lado da filha em uma das lojas, passando por araras cheias de roupas. Elas estavam escolhendo algumas peças novas e, enquanto folheavam as araras, conversavam distraidamente.

— Essa camisa aqui é linda, mãe, mas acho que prefiro aquela blusa que vi logo na entrada da loja — disse Amelie, segurando uma camiseta branca simples.

Amanda, ainda distraída, olhou para a peça que a filha tinha escolhido e assentiu.

— Claro, querida, vai lá pegar. Eu espero aqui — respondeu Amanda, mexendo em mais algumas roupas.

Amelie se afastou da mãe, indo em direção à entrada da loja em busca da blusa que havia gostado. Enquanto caminhava pelas prateleiras, seus olhos captaram uma figura familiar parada em frente a uma vitrine ao lado. Era Dona Wilma, a mãe de Antonio, observando com atenção os acessórios expostos.

O coração de Amelie disparou. Ela olhou para trás, garantindo que Amanda não estivesse prestando atenção, e rapidamente se aproximou de Dona Wilma.

— Dona Wilma! Oi! — disse Amelie, tentando soar casual, mas a urgência em sua voz era perceptível.

Dona Wilma virou-se, reconhecendo Amelie imediatamente. Um sorriso acolhedor se formou em seu rosto.

— Ora, ora, Amelie! Que surpresa vê-la aqui. Como estão as coisas?

Amelie respondeu rapidamente, ainda olhando ao redor com medo de que Amanda pudesse aparecer de repente.

— Tudo bem, tudo bem! Eu estou aqui fazendo compras com a minha mãe e alguns amigos — explicou ela. — Foi ótimo te ver, mas... preciso ir agora. Minha mãe está me esperando!

Dona Wilma assentiu com a cabeça, sem desconfiar do nervosismo de Amelie.

— Claro, querida. Nos vemos por aí. Aproveite suas compras!

Amelie deu um sorriso rápido, se despediu e caminhou rapidamente em direção à blusa que havia mencionado, pegando-a da prateleira. Com a mente a mil, ela voltou para perto de Amanda, tentando disfarçar a tensão.

Enquanto isso, Larissa, Julia e Arthur estavam passeando no corredor ao lado, olhando outras vitrines. De repente, Larissa esbarrou em Dona Wilma sem perceber, enquanto tentava abrir caminho pela multidão.

— Com licença — disse Larissa educadamente, olhando para a senhora que havia quase derrubado sem querer. Quando seus olhos encontraram o rosto de Dona Wilma, o mundo de Larissa parou por um segundo.

Ela a reconheceu de imediato.

Larissa sentiu um calafrio percorrer sua espinha, mas disfarçou, fingindo que não sabia quem era.

— Desculpa — repetiu, rapidamente se afastando de Dona Wilma antes que a mulher pudesse perceber a reação estranha. Julia e Arthur, que não entenderam a gravidade da situação, seguiram Larissa de perto, sem dizer nada.

Larissa, ainda assustada e com o coração acelerado, caminhou rapidamente até a loja onde Amanda e Amelie estavam. Ela precisava falar com Amanda, e precisava ser agora.

— Julia, fica com Amelie e Arthur aqui, tá? — disse Larissa, com uma urgência na voz que Julia nunca tinha visto.

Julia a olhou desconfiada, mas assentiu. Larissa então pegou Amanda pelo braço e a levou para um canto da loja, afastando-se o máximo possível dos jovens.

— Larissa, o que foi? Você tá me assustando — disse Amanda, claramente preocupada.

Larissa respirou fundo antes de soltar a bomba.

— Amanda... Eu acabei de ver Dona Wilma no shopping. A mãe do Antonio.

Amanda congelou. Seus olhos se arregalaram, e por um momento, ela parecia não saber o que dizer.

— Você tem certeza? — perguntou Amanda, a voz vacilante.

Larissa assentiu vigorosamente.

— Sim, eu a reconheci imediatamente. E, Amanda, ela esbarrou em mim! Ela não me reconheceu, mas eu sei quem ela é. O que ela está fazendo aqui?

Amanda passou a mão pela testa, claramente em estado de choque. Ela sabia que Orlando era grande, mas nunca imaginou que poderia cruzar com Dona Wilma tão inesperadamente.

Enquanto isso, do outro lado da loja, Julia, que estava com Amelie e Arthur, decidiu contar o que havia percebido.

— Amelie, a minha mãe acabou de esbarrar com Dona Wilma no corredor. E, pelo jeito que ela ficou estranha, tenho certeza de que conhece toda a história.

Amelie sentiu seu coração disparar de novo.

— O quê?! — exclamou, incrédula. — Você acha que a sua mãe sabe de tudo sobre a minha mãe e o Antonio?

Julia assentiu, olhando para Arthur que também parecia preocupado.

— Com certeza. Ela ficou muito esquisita depois que encontrou a Dona Wilma. A gente precisa descobrir o que está acontecendo — disse Julia, enquanto Arthur concordava.

Antes que pudessem discutir mais sobre o assunto, Amanda e Larissa voltaram até eles. Amanda, ainda em choque, parecia ter decidido algo.

— Amelie, Julia, Arthur... a gente vai embora do outlet agora.

— Mas mãe... — começou Amelie, mas Amanda não deu espaço para discussão.

— Sem mas. Vamos. Agora.

Larissa parecia igualmente abalada, o que fez Julia entender que algo muito mais sério estava acontecendo. Amanda se aproximou de Amelie e segurou firme a mão dela, enquanto todos saíam da loja rapidamente. O passeio, que antes parecia uma distração divertida, agora estava envolto em tensão e perguntas não respondidas.

Ao entrarem no carro, o silêncio era palpável. Amelie sabia que algo estava sendo escondido e ela iria descobrir.