|Capítulo 35|

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P.O.V Narradora

Os meses de outubro, novembro e dezembro passaram lentamente, como se o tempo estivesse paralisado em Forks. A ausência dos Cullen deixava um vazio palpável na casa dos Swan. Bella, consumida pela dor da perda de Edward, mergulhou em um estado depressivo profundo, enquanto Adeline, mesmo devastada por dentro, tentava manter uma fachada de força, tanto por Bella quanto por Charlie.

As noites eram as piores. Bella frequentemente acordava no meio da noite, gritando o nome de Edward, seu desespero ecoando pelos corredores da casa silenciosa. Charlie, embora sempre tentando ser forte, não conseguia esconder o cansaço. Seus olhos estavam sempre pesados, e o semblante preocupado tornava-se mais evidente a cada dia. Ele mal sabia como lidar com uma filha destroçada e outra que tentava a todo custo segurar os pedaços da família.

Adeline, por outro lado, tentava sufocar a própria dor. Ela sabia que Bella precisava dela, então engolia a tristeza e fingia estar bem. Mas, à noite, quando estava sozinha em seu quarto, os pesadelos voltavam com força. O mesmo cenário repetia-se: um ambiente escuro e vazio, com figuras indistintas ao fundo e uma sensação crescente de perda. Acordava suando frio, os gritos de Bella ao fundo misturando-se aos ecos de seus próprios medos.

Enquanto Bella passava horas inertes, sentada em sua cama, os olhos fixos na janela, esperando por alguém que nunca voltaria, Adeline tentava encontrar um escape em seus desenhos. Seu quarto estava cheio de papéis espalhados, cada um carregando esboços sombrios e melancólicos. Eram reflexos dos sentimentos que ela não conseguia verbalizar. No papel, as emoções fluíam figuras sem rosto, paisagens solitárias, um céu perpetuamente nublado. Era a única forma que encontrara de lidar com o vazio que também sentia.

Por mais que tentasse ser forte, Adeline sabia que estava apenas segurando uma tempestade dentro de si.

Era uma manhã de sexta-feira nublada, como quase todas em Forks. Na escola, a presença de Bella era quase fantasmagórica. Ela se isolava completamente, preferindo sentar sozinha na mesa que um dia foi ocupada pelos Cullen. Seus olhos vidrados, perdidos em algum ponto distante, enquanto o refeitório seguia com o barulho das conversas, risadas e a vida cotidiana que ela já não fazia parte.

Adeline, por outro lado, havia abandonado o refeitório. Não conseguia suportar o ambiente que antes compartilhava com Alice e agora parecia tão vazio. Passava suas horas de almoço na biblioteca, mergulhada nos livros, buscando distração e consolo.

Naquela manhã, Adeline caminhava pelos corredores, os passos ecoando pelo chão frio, os pensamentos distantes. Estava a caminho da biblioteca, mais um refúgio, quando, distraída, esbarrou em alguém.

— Ah, desculpa! — ela disse rapidamente, levantando o olhar para ver quem era.

O rapaz era alto, de traços coreanos, com um ar que misturava indiferença e algo mais profundo. Ele a olhou com uma expressão fechada, quase enigmática, antes de suavizar com um pequeno sorriso.

— Está tudo bem. — sua voz era baixa, porém firme, e por um breve momento, seus olhos se encontraram.

Adeline franziu as sobrancelhas, uma sensação estranha crescendo dentro dela. Sentia que o conhecia de algum lugar, mas não conseguia identificar de onde. Ele a estudou por um instante a mais, como se também estivesse tentando se lembrar de algo, mas não disse mais nada.

Antes que ela pudesse perguntar ou tentar se lembrar, o rapaz se afastou com passos rápidos. Adeline se virou para observá-lo, mas em questão de segundos, ele havia desaparecido no corredor.

Ela permaneceu parada, os pensamentos confusos. Quem era aquele garoto? E por que parecia tão familiar?

(...)

Era uma noite fria e silenciosa em Forks, com o vento batendo suavemente contra as janelas. Adeline estava deitada em sua cama, mergulhada em um sono profundo. Seu corpo estava imóvel, mas sua mente vagava para longe, para um lugar desconhecido e assustador.

No sonho, o cenário era diferente de tudo que ela já tinha visto. Estava em uma sala escura, as paredes eram negras como breu, quase absorvendo toda a luz. O ambiente emanava uma energia pesada, como se o ar estivesse impregnado de algo sombrio e misterioso. Ela olhou ao redor, tentando entender onde estava, mas não reconhecia nada.

De repente, sentiu uma presença atrás dela. Seu coração acelerou, e um arrepio percorreu sua espinha. Lentamente, ela se virou, temendo o que encontraria, e foi então que a viu.

Era ela mesma. Uma versão distorcida, uma sombra de si própria. Os olhos da figura eram negros como carvão, e marcas estranhas e profundas se espalhavam por seu rosto. A versão sombria de Adeline sorriu, um sorriso cruel e ameaçador que fazia o ar parecer ainda mais pesado.

— Você de novo? — Adeline murmurou, a voz tremendo enquanto encarava aquela visão macabra de si mesma.

A outra Adeline inclinou a cabeça, os olhos negros brilhando com uma malícia contida.

— Eu novamente, ou pelo menos, o que você se tornará. — a voz da figura era fria, ecoando pela sala como um sussurro ameaçador. — Logo, você vai precisar de mim. Logo, você vai explodir.

Adeline deu um passo para trás, seu coração batendo cada vez mais rápido. Ela sentia o pavor crescendo dentro de si.

— Explodir? O que você quer dizer com isso?

A versão sombria sorriu ainda mais, como se soubesse algo que Adeline não sabia.

— Está dentro de você, escondido. Mas não vai demorar muito. Quando acontecer, você vai me chamar. E então, não haverá mais volta.

Adeline sentiu o medo crescer, e tudo ao redor parecia sufocante. Ela queria fugir, acordar desse pesadelo, mas as palavras da sua versão sombria ecoavam em sua mente. Sentia que aquilo não era apenas um sonho; era um aviso.

Antes que pudesse reagir, o chão sob seus pés começou a rachar, e ela sentiu como se estivesse caindo em um abismo, tudo ao redor escurecendo ainda mais, até o vazio absoluto tomar conta.

Adeline acordou com um sobressalto, ofegante e com o coração disparado. O quarto estava escuro, mas ao invés de alívio, ela sentia que o sonho ainda pairava no ar, como uma sombra que não a deixaria tão cedo.

 O quarto estava escuro, mas ao invés de alívio, ela sentia que o sonho ainda pairava no ar, como uma sombra que não a deixaria tão cedo

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Mais um capítulo amores espero que gostem amores desse capítulo ❤️ 🥰 ❤️ 🥰

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Até o próximo capítulo amores ♥️ 🥰 ♥️ 🥰

𝐒𝐇𝐀𝐃𝐎𝐖𝐒 𝐎𝐅 𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐘 ▍𝐀𝐋𝐈𝐂𝐄 𝐂𝐔𝐋𝐋𝐄𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora