Better With You

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— Se eu não for casada, sra. Anil Sawetwarit Anuntrakul.... é bom que saiba que pretendo tê-la novamente nua na cama, comigo, fazendo todas as coisas que já fizemos e muito mais.

Era um juramento. O rosto de Anil estava vermelho, mas ela conseguiu falar com a mesma compostura de antes.

— Creio que também tenho direito de opinar sobre esse assunto, senhora.
— Gostou do que fizemos hoje de manhã...
— Não tem nenhuma ideia sobre o que penso ou sinto! E não continuaremos discutindo essa tolice! Veja, trouxe chinelos. Os pés do vigário são pequenos demais para que possa usar suas botas, mas os chinelos servirão para protegê-la. E também trouxe uma lâmina de barbear.

A estranha passou a mão sob sua pélvis coberta.

— Quer dizer que não gosta dos pêlos? Sua filha me comparou com um coelho por causa da minha aparência mal arrumada, mas tive a impressão de que você apreciou o... estímulo.

Ela riu com um brilho provocante e malicioso naqueles olhos castanhos.

— Chega!

Anil responde com tom ríspido, certo de que todo seu corpo estava vermelho, não só no rosto.

— Vou buscar água quente para que possa se barbear aí embaixo, e depois comeremos. Preparei um guisado.
— Sim, o aroma está me tentando há algum tempo.

Seu olhar era quente e sugeria outras tentações.

— Sua casa é tão cheia de tentações que uma pessoa faminta como eu não tem a menor chance de...

Seu rosto esclarecia o exato significado da palavra “faminta”, e não se referia ao guisado. Anil deixou o quarto sem dizer mais nada.



(...)



— Mamãe me mandou até aqui com o espelho.

Namo anunciou da porta.

— Ela disse que vai precisar dele para se arrumar.

A mulher riu.

Alguns minutos antes, Anil havia enfiado a cabeça pelo vão da porta, empurrava uma tina com água quente para dentro do quarto e desaparecera novamente, resmungando sobre ter coisas para fazer. Namo entregou-lhe o pequeno espelho quadrado e ela o aceitou um pouco nervosa, sentindo-se aflita diante da perspectativa de deparar-se com a própria imagem. Seria capaz de reconhecer-se? Devagar, ergueu o espelho e fez uma careta.

Era fácil compreender por que a mulher não confiava em si! Tinha aparência de uma pirata sanguinária! Faltavam o brinco e o tapa-olho.

Sua pele era morena, escurecida pelo sol, certamente, a julgar pela coloração de outras partes de seu corpo.

Por consequência, podia deduzir que passava muito tempo ao ar livre.

Ladies não faziam isso. Mas as piratas...

Seus olhos eram castanhos, mas isso já sabia antes, graças à menina que a fitava solenemente. Também entendia por que ela a  chamara de coelho.

Não precisava fazer apenas a manutenção dos pelos da pélvis.

Sob o curativo, os fios eram espessos, abundantes escuros e rebeldes.

As sobrancelhas eram grossas e escuras, e havia uma ruga entre elas.

O nariz era mediano e, ela virou um pouco a cabeça, um tanto encurvada.

Quebrara o nariz em algum momento da vida. Sua pele tinha inúmeras e pequenas cicatrizes, além das marcas deixadas pelos ferimentos mais recente. No geral, não oferecia uma imagem muito bonita. Também encontrara antigas cicatrizes espalhadas por seu corpo.

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