𝐎 𝐝𝐢á𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐦𝐮𝐝𝐚𝐧ç𝐚

𝚝𝚑𝚒𝚛𝚝𝚎𝚎𝚗

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Rosalyn's Pov

Acordei na manhã seguinte com a cabeça latejando e o corpo todo dolorido. Deve ter sido o resultado de tanta correria e o peso da tensão de ontem. Cocei os olhos lentamente, tentando ajustar minha visão e entender onde eu estava. O lugar era estranho, não tinha o cheiro familiar da minha casa, nem os móveis de sempre.

Quando tentei me mexer, senti algo que me fez parar: um par de braços envolvia minha cintura, mantendo-me segura e aquecida. Meu coração acelerou ao perceber o calor nas minhas costas. Com cuidado, virei a cabeça e vi Baltazar dormindo ao meu lado, com a expressão tranquila e serena.

Ele tinha ficado comigo? Dormido ao meu lado, me dando o conforto e a proteção que eu tanto precisava? Meu rosto começou a esquentar, e uma pequena onda de vergonha e felicidade percorreu meu corpo. Sem resistir, deixei-me aproveitar aquele momento, me aconchegando ainda mais em seus braços, buscando um pouco de paz após o caos do dia anterior.

Ainda sentia meu coração disparar e minha respiração tremer ao lembrar de tudo que aconteceu ontem. O homem armado, minha mãe em perigo... Tudo ainda era um borrão confuso na minha mente, e o peso das lembranças me deixava inquieta. Instintivamente, me encolhi mais nos braços de Baltazar, buscando no calor dele uma sensação de segurança que eu sabia que só ele podia oferecer.

Baltazar começou a se mexer, despertando lentamente. Ele abriu os olhos e, ao me ver ali, tão próxima, esboçou um sorriso calmo, com um toque de alívio.

— Bom dia, Rosy — ele sussurrou, apertando de leve meus ombros. — Como você está se sentindo?

Engoli em seco, tentando reunir as palavras, mas meu corpo ainda parecia congelado pelo pânico de ontem. Eu suspirei, sem conseguir evitar que minha voz soasse fraca.

— Eu… estou bem, eu acho. — Minha voz saiu tremida, e senti as lágrimas se acumulando, mas fiz o possível para segurá-las. — Só… ainda não consigo acreditar no que aconteceu.

Baltazar me encarou com uma expressão de empatia, sua mão segurando a minha com firmeza. Ele sabia o que aquilo significava para mim, o quão profundamente aquilo havia me afetado.

— Eu sei que foi assustador — ele disse, baixinho, como se qualquer tom mais alto pudesse me assustar. — Mas você está segura agora. Eu prometo que não vou deixar ninguém te machucar, Rosy.

Ele passou a mão pelo meu rosto, enxugando uma lágrima solitária que escapou. De repente, eu não consegui mais conter o choro, e as emoções explodiram de uma vez.

— Baltazar… Eu achei que… eu pensei que minha mãe… — As palavras se misturavam com soluços, e eu me senti novamente vulnerável, como se todo o meu esforço de me manter forte desmoronasse.

Sem hesitar, ele me puxou para um abraço firme, permitindo que eu desabafasse sem dizer nada. Apenas me segurava, me acolhendo em seu silêncio, me fazendo sentir que, mesmo diante de tudo que estava acontecendo, eu não estava sozinha.

— Eu estou aqui — ele murmurou, passando os dedos calmamente pelo meu cabelo. — E estarei aqui para o que precisar.

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Algumas horas depois, senti meu corpo mais descansado e minha mente um pouco mais tranquila, como se o sono tivesse levado embora parte da tensão que ainda me cercava. Abri os olhos devagar e olhei ao redor, percebendo que estava sozinha no quarto. Respirei fundo, deixando o ar preencher meus pulmões, e me sentei na cama, deixando que o silêncio do ambiente me envolvesse.