𝚃𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢 𝙾𝚗𝚎

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Rosalyn's POV

Três anos se passaram, e eu mal conseguia acreditar em como minha vida tinha mudado desde que Baltazar e eu nos casamos. A empresa tinha crescido além das nossas expectativas, e tínhamos feito uma bela reforma na casa. Agora, os espaços refletiam exatamente quem éramos, e cada canto trazia boas lembranças.

Enquanto Baltazar revisava alguns documentos na sala, eu me aproximei com um café fresco e me sentei ao lado dele.

— Sabe, você não precisa passar o sábado inteiro nisso, Baltazar — disse, entregando a xícara com um sorriso. — A empresa pode sobreviver um dia sem você.

Ele deu um leve sorriso, fechando a pasta e segurando a xícara.

— Só mais um pouco, prometo. — Ele me lançou um olhar divertido. — E, além do mais, quem é você para falar? Está sempre insistindo em me ajudar, mesmo quando eu digo que não precisa.

Eu revirei os olhos, fingindo um ar indignado.

— Ei, alguém tem que manter você na linha — repliquei. — Além disso, já me adaptei a esse trabalho, então não adianta tentar fugir.

Baltazar riu, apoiando a xícara de lado e se inclinando para me dar um beijo na testa.

— Nunca conseguiria fugir de você, mesmo que quisesse — ele disse, com um brilho no olhar. — E, na verdade, você é a melhor parceira que eu poderia ter.

Sorri para ele, satisfeita com aquela simplicidade tranquila que tínhamos construído. Nossas viagens, as noites em que passeávamos pela cidade e até os dias de trabalho lado a lado tornaram-se uma rotina que eu apreciava profundamente.

Mais tarde, no jantar com minha mãe, acabei comentando sobre Penélope. Mesmo depois de todos esses anos, era estranho pensar que ela havia sido capturada e finalmente levada à prisão depois de dois anos como foragida.

— A notícia de que ela foi encontrada finalmente trouxe um pouco de paz — confessei para minha mãe, mexendo a comida no prato. — Mas saber que ela chorou e se recusou a comer… não consigo sentir pena. É quase um alívio.

Minha mãe assentiu, colocando uma mão reconfortante sobre a minha.

— Você não precisa sentir pena, Rosalyn. O que ela fez foi imperdoável, e é natural que você ainda sinta essa mágoa.

— Você está certa — suspirei, afastando o prato. — Acho que estou em um ponto onde o passado ficou no passado, mas… certas lembranças ainda permanecem.

Ela sorriu, puxando um tabuleiro de xadrez para o centro da mesa.

— Então, vamos nos concentrar em criar novas memórias, certo? Agora, me diga, você ainda lembra como se joga ou vai me deixar ganhar fácil?

Eu ri, pegando as peças e posicionando-as.

— Veremos. Quem sabe você esteja subestimando minha nova habilidade estratégica, mãe.

Naquela noite, depois de voltar para casa, Baltazar estava me esperando na sala, o olhar sereno e contente.

— Como foi com sua mãe? — ele perguntou, se aproximando para me envolver em um abraço.

𝐎 𝐝𝐢á𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐦𝐮𝐝𝐚𝐧ç𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora