𝐎 𝐝𝐢á𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐦𝐮𝐝𝐚𝐧ç𝐚

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Celeste's Pov

Ao longo dos últimos dias, observei cada mudança sutil em Rosalyn, cada momento em que um leve sorriso tentava se formar em seus lábios. Após uma semana de conversas, passeios e risadas, sua tristeza extrema estava se dissolvendo, dando lugar a uma calma suave e, eu esperava, uma centelha de curiosidade. No fundo, sabia que precisava ir com cuidado, para que os sentimentos dela por Baltazar ressurgissem de maneira natural, sem pressão.

Decidi levar Rosalyn para uma tarde descontraída. Coloquei uma música suave e a convidei para uma valsa, algo que sempre fizéramos em momentos de angústia. Enquanto dançávamos, senti que o peso em seus ombros diminuía pouco a pouco, seus movimentos tornando-se mais leves. Aproveitei aquele momento para, de maneira leve, compartilhar o sonho que tive, sabendo que suas barreiras estavam um pouco mais baixas.

— Ah, Rosalyn, eu tive um sonho que fiquei tão encantada — disse, segurando suas mãos entre as minhas, olhando-a com um sorriso caloroso. Ela ergueu uma sobrancelha, seu semblante suavizando em curiosidade.

— Você me deixou curiosa... agora vai ter que contar! — Rosalyn respondeu, com um riso leve que me trouxe uma alegria imensa.

— No meu sonho, você e Baltazar estavam casados, tão felizes, e tinham filhos adoráveis... netinhos para mim! — Falei de maneira tranquila, observando atentamente sua expressão. Notei que ela tentou disfarçar, mas não deixou de se perder brevemente nesse pensamento.

Sua expressão fechou-se um pouco, mas vi algo nos olhos dela, um brilho suave que era difícil de disfarçar, algo que ela parecia não conseguir controlar completamente. Ela desviou o olhar, mas, por dentro, eu já comemorava. Conseguir alcançar um ponto em que Baltazar pudesse surgir em sua mente sem desencadear tristeza ou raiva já era um grande avanço.

— Sonhos... — Rosalyn murmurou, fingindo uma leve indiferença. — Bem, é engraçado você sonhar com isso agora, mãe.

Acariciei sua mão e ri suavemente, buscando não pressioná-la. — Os sonhos podem ser um reflexo do que a gente sente lá no fundo, meu bem. E, no fundo, eu só quero ver você feliz. Talvez seja esse o significado do sonho.

Ela sorriu levemente, mas vi que ainda restava um resquício de dúvida em seu olhar. Um sinal de que a insegurança ainda estava lá, mas também de que havia espaço para a possibilidade de algo bom entre ela e Baltazar.

Eu sabia que esse era só o primeiro passo, mas era um sinal de que estávamos no caminho certo. Baltazar e eu ainda tínhamos muito trabalho pela frente, e cada momento de cuidado era essencial para que ela voltasse a acreditar no amor e na verdade que eu sabia que existia entre eles.

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Nos dias seguintes, continuei a ser uma presença constante, preenchendo os momentos de tristeza com atividades e conversas que pouco a pouco reconstruíam seu estado emocional. Sempre que podia, introduzia menções sutis de Baltazar — o jeito que ele a fazia rir, os gestos cuidadosos que ele tinha com ela — sem forçar, sem pressionar. Só queria lembrá-la do que ela sabia ser verdadeiro antes das mentiras de Morgan.

Estava tudo indo como planejado. Com um pouco de paciência e apoio, o brilho dela voltaria, e eu sabia que, devagar, os laços entre ela e Baltazar se reatariam. Para cada sombra que Morgan havia lançado, nós duas traríamos uma nova lembrança, um novo motivo para seguir em frente.