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AMOR INESPERADO
CAP : 09

Kiara (sorrindo, balançando a cabeça) - Essa menina é a sua cara, Lucero... só pode!
Lucero - É sim, amiga! (as duas riem)
Kiara - Mas vem cá, o tal "ogro sem coração" que vocês falam parece ser um gato. Vocês sabem o que aconteceu?
Lucero - Sei não, e pra falar a verdade, nem tô interessada na vida desse sujeito. (revira os olhos)
Kiara - Posso contar uma coisa pra vocês?
Lorena - Pode, ué! Eu só vi um casal chegando com uma caixa, e dentro tinha um vestido de noiva... mas não faço ideia do que rolou!
Enquanto Lucero e Kiara continuam conversando, Luíza, com um sorriso travesso, se levanta, entrega a boneca a Lorena e se aproxima da cozinha, rastejando. Ela observa Kiara, que está de costas mexendo em alguns ingredientes. Em silêncio, Luíza enfia o dedo em um potinho de farinha, pega um pouco e, sorrateira, joga na calça de Kiara, que não percebe.
Kiara (continuando a conversa, distraída) - Vou te contar! Sabe aquele homem maravilhoso que tava na escada te admirando? Eu vi!
Lucero (desinteressada) - E o que é que tem ele?
Lorena observa a travessura da sobrinha e tenta conter o riso, virando o rosto para disfarçar.
Kiara - Ele é um empresário famoso daqui, dono de uma fazenda enorme! Todas querem cair aos pés daquele "deus grego"! (suspira)
Luíza, sem conseguir segurar o riso, acaba soltando uma risadinha. Kiara estranha o som, olha para trás e finalmente percebe a farinha na calça.
Kiara (arqueando a sobrancelha) - Luíza, sua danadinha! Foi você, né?
Luíza (segurando o riso, tentando fazer cara de inocente) - Eu? Eu só tava brincando aqui...
Lucero (rindo, cruzando os braços) - Acho que alguém precisa de uma conversinha sobre "brincadeiras", né?
Lorena (rindo finalmente) - Ai, Kiara, relaxa... essa é a nossa sapequinha favorita!
Kiara (fingindo estar brava, mas sorrindo) - Ah, é? Pois espera que a titia Kiki vai te pegar, mocinha!
Luíza ri e corre para fora da cozinha, com Kiara em seu encalço. Lucero e Lorena caem na risada, divertidas com a situação. Kiara alcança Luíza, a deita no sofá e começa a fazer cócegas na pequena, arrancando gargalhadas.
Lorena - Lu... (para o riso) vai começar a procurar emprego?
Lucero - Vou, sim. Amanhã bem cedo! (a olha firme)
Lorena - Mas você não conhece a capital!
Lucero - Eu sei disso, mas vou saber me virar!
Depois da brincadeira, Kiara vai até a cozinha, ofegante.
Kiara - Chega por hoje! (se apoia no balcão, cansada)
Luíza (rindo sapeca, indo até Lucero) - Mamãe, a titia Kiki cansa rapidinho!
Kiara termina de preparar a comida, e elas lancham juntas entre uma conversa e outra.
Lucero - Amiga, amanhã vou sair pra procurar emprego!
Kiara - Já? Tá certa disso?
Lucero - Não posso me dar ao luxo de ficar à toa.
Kiara - Sabe que eu vi um site de empregos hoje cedo. Tem uma vaga que pode ser interessante pra você.
Lucero - Qualquer trabalho já ajuda! Preciso voltar ao meu curso de Administração o quanto antes!
Kiara - É vaga de secretária na empresa Colunga. Tenta passar lá!
Lucero - Ta bom! Lorena, pode ficar com a Luíza pra mim amanhã?
Lorena - Claro, maninha, eu cuido dela!
Lucero (sorrindo, agradecida) - Obrigada! Vou levar as malas pro quarto.
Kiara - Te ajudo, amiga!
Lucero concorda e se levanta, pegando as malas com ajuda de Kiara. As duas vão para o quarto, enquanto Luíza e Lorena terminam o lanche.
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Enquanto isso, no escritório...
Fernando entra com um olhar devastado. Respira fundo, tentando conter o desespero, mas os olhos marejados logo revelam a dor. Ele arranca a gravata com brutalidade e a joga no chão, desabotoa o paletó e o atira sobre a mesa. Ao olhar ao redor, vê porta-retratos de Giovanna, lembranças de momentos felizes que agora o esmagam. Pega um deles, uma foto dos dois sorrindo, e o segura com as mãos trêmulas.
Fernando (sussurra, com a voz embargada) - Por quê... Por que você fez isso comigo, Giovanna? (ri amargamente) A gente tinha planos... sonhos. Você dizia que eu era tudo pra você... E agora? Tudo mentira?
Ele aperta o porta-retrato com força, as lágrimas descendo sem controle. Leva o retrato ao peito, enquanto seu coração dói.
Fernando (em tom amargo) - Será que você alguma vez me amou de verdade? Ou eu fui só mais um idiota? (fecha os olhos, tentando segurar o choro) Maldita hora em que eu acreditei em você...
Tomado por um misto de ódio e dor, ele lança o porta-retrato no chão, estilhaçando o vidro em mil pedaços. Respira fundo, mas o ar parece lhe faltar. Vai até o freezer, pega uma cerveja e a toma de um gole, tentando afogar o vazio que o consome....

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