capítulo 3: Ciúmes?

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Ela bufou, sem se virar.

— Você já conseguiu o que queria, Colin. Pode voltar para dentro e deixar que eu tenha, ao menos, um momento de paz.

Colin se aproximou, ficando de frente para ela. Ele parecia tão agitado quanto ela, os olhos estreitos, o queixo tenso.

— O que eu queria? Você está louca? — ele retrucou, a voz carregada de indignação. — Desde quando eu quis algo disso? Se tem alguém que parece ter armado tudo para cair nesse casamento, certamente não fui eu!

Penélope cruzou os braços, olhando-o com desafio.

— Ora, Colin, poupe-me das suas queixas. Ontem à noite você me beijou porque não suportou me ver dançando com outro cavalheiro. Mas claro, seria pedir demais que você admitisse que é incapaz de me ver feliz.

Ele arregalou os olhos, quase incrédulo.

— Admitir? Eu?! — Ele deu uma risada seca. — Escute, Penélope, se me casei com você será porque fui forçado. Nunca passou pela minha cabeça que algo assim aconteceria, e isso só está acontecendo porque você insiste em me provocar!

— Eu? — Ela revirou os olhos, rindo sem humor. — Você não se dá conta, não é, Colin? Você não se importa com as consequências das suas ações. Brinca com as pessoas ao redor como se fossem brinquedos, sem pensar nos estragos que causa.

Ele parecia pronto para rebater, mas parou por um instante, os olhos dele encontrando os dela com uma intensidade que quase a fez recuar. Ele respirou fundo, e, num tom mais baixo, falou:

— E você, Penélope? Será que alguma vez pensou em como eu me sinto? Ou me vê apenas como o vilão que arruinou sua vida?

A sinceridade repentina na voz dele a surpreendeu, e ela piscou, perdida por um instante. Porém, o orgulho falou mais alto.

— Não, Colin. Eu só vejo você exatamente como você sempre me mostrou ser: egoísta e superficial. E, para deixar claro, eu aceito esse casamento apenas por imposição. Eu jamais escolheria você.

Houve um silêncio pesado entre os dois. Colin parecia ferido por um breve instante, mas logo o disfarçou com uma expressão de indiferença.

— Nesse caso, teremos que tornar isso suportável. O suficiente para que, ao menos, ninguém perceba o quanto isso nos desagrada.

Penélope assentiu friamente, determinada.

— Suportável. Nada mais.

{...}

Mais tarde, ainda com o coração pesado, Penélope seguiu até a casa dos Bridgerton. Ela estava decidida a contar para Eloise a verdade sobre seu futuro casamento. Eloise era sua amiga mais próxima, quase uma irmã, e merecia saber antes que os rumores se espalhassem.

Quando chegou à grande mansão dos Bridgerton, Penélope foi levada até o salão onde Eloise estava, envolvida em uma pilha de livros e papéis espalhados. Assim que Penélope entrou, Eloise ergueu os olhos e sorriu.

— Pen! Finalmente uma visita que vale a pena! — Eloise exclamou, levantando-se para abraçá-la. — O que houve?

Penélope hesitou, prendendo as mãos nervosamente. Não sabia nem por onde começar.

— Eloise... preciso te contar uma coisa, e... — Ela respirou fundo. — Bem, espero que você não me julgue, mas... Colin e eu vamos nos casar.

Eloise a encarou em choque, o sorriso desaparecendo rapidamente enquanto seus olhos se arregalavam.

—  Mais isso eu já sabia, a pegunta é você matou meu irmão ou não? — Eloise perguntou

— Não tive tempo...

A última chance (Oneshot Polin) Onde histórias criam vida. Descubra agora