capítulo 9: O Admirador secreto

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Penélope entrou no quarto bufando de raiva, e assim que a porta se fechou atrás de si, ela soltou tudo o que vinha segurando. Começou a andar de um lado para o outro, resmungando e gesticulando com indignação. A cada palavra, sua raiva aumentava, e sua dama de companhia, Martha, observava a cena em silêncio, segurando as luvas de Penélope e contendo um sorriso.

— Colin Bridgerton é... é insuportável! — Penélope praticamente gritava. — Arrogante, presunçoso... Como ele ousa me tratar assim? Como se eu fosse... insignificante! Ah, eu seria capaz de... de envenená-lo, Martha! Isso mesmo, um pouco de veneno no chá talvez fizesse esse homem entender com quem está lidando!

Martha, que conhecia Penélope desde pequena e sabia que seus surtos passavam rápido, apenas balançou a cabeça e suspirou, contendo o riso.

— Pois não seria nada mal, senhora — respondeu Martha com uma voz calma, tentando esconder a diversão nos olhos. — Talvez um pouco de veneno o deixasse mais... maleável.

Penélope lançou um olhar indignado para ela, embora não resistisse a um meio sorriso.

— Não, não posso matá-lo de verdade. Ele... ele é meu marido agora. Mas vou deixar bem claro que ele não pode simplesmente... me menosprezar! Como se eu fosse uma das... das outras — disse Penélope, retomando a postura. — Ele não vai ter o prazer de me ver magoada ou diminuída, isso eu garanto.

Martha, sempre paciente, se aproximou e lhe entregou as luvas, inclinando a cabeça com um sorriso compreensivo.

— Então, minha senhora, mostre a ele do que é feita. E, se precisar de algo mais... drástico, sempre posso preparar um chá especial.

Penélope soltou uma risada breve e, por fim, parou de andar de um lado para o outro. Ela sabia que Martha estava certa. Não deixaria Colin ver que ele a havia afetado. Ao invés disso, faria questão de mostrar o quanto ela podia ser forte e inabalável.

Penélope pegou as luvas que Martha lhe entregava e respirou fundo, determinada a não deixar que o desdém de Colin arruinasse seu dia. Colocou as luvas, ajeitou os cabelos e deu uma última olhada no espelho. Ela estava impecável, como sempre, e sentia-se pronta para encarar o mundo — ou pelo menos para esquecer Colin por algumas horas.

— Vou sair para dar uma volta, Martha. Preciso de ar fresco — disse, erguendo o queixo em uma postura determinada.

— Uma excelente ideia, senhora. Uma volta talvez a ajude a se livrar dos pensamentos... indesejados — respondeu Martha com um sorriso encorajador.

Penélope assentiu, saindo de casa e indo em direção ao parque próximo, onde o ar fresco e a paisagem tranquila ajudariam a clarear sua mente. A caminhada começou a aliviar o peso que sentia no peito. Ela observava as pessoas ao seu redor, casais passeando, senhoras conversando em bancos sob as árvores, jovens rindo em grupos. Ela pensou no quanto a vida havia mudado desde o casamento e em como, de alguma forma, esperava que Colin fosse um pouco mais... atencioso.

Enquanto caminhava, deixou-se perder em pensamentos, tentando ignorar a raiva e a mágoa que ainda a incomodavam. A cada passo, sentia-se mais determinada a enfrentar Colin com a cabeça erguida, mesmo que isso significasse mais provocações e discussões. Afinal, não havia nada que ele pudesse fazer para quebrar o espírito forte e a determinação que sempre a haviam definido.

Sua mente então clareou, ela comprou penas e papéis de cartas e voltou para casa se trancando em seu quarto.

Penélope sorriu para si mesma enquanto segurava a pena e o papel, sentindo-se tomada por um misto de vingança e diversão. Se Colin Bridgerton pensava que ela era uma esposa frágil e facilmente manipulável, ele estava muito enganado. Ela daria a ele uma lição sobre subestimá-la.

A última chance (Oneshot Polin) Onde histórias criam vida. Descubra agora