No dia seguinte, Penélope se viu no ateliê de madame Delacroix, rodeada por tecidos delicados, rendas e a atmosfera de elegância que pairava no ambiente. A escolha do vestido de noiva era um dos momentos mais importantes, e ela sentia o peso da expectativa sobre seus ombros. Sua mãe, Portia, estava ao seu lado, claramente no comando de cada passo, enquanto Lady Bridgerton, com seu olhar sereno, acompanhava tudo de forma discreta, mas atenta.
Portia, com sua energia vibrante e desejo de brilhar em cada situação, não deixava de dar sua opinião a todo momento, frequentemente interrompendo o processo e sugerindo mais brilho, mais detalhes, mais cor, mais presença.
— Penélope, querida, esse modelo é bonito, mas não tem nada de especial. Você está se casando com um Bridgerton! Esse casamento precisa ser grandioso! — Portia exclamou enquanto passava os dedos pela seda de um vestido decorado com bordados dourados. — Eu imagino você deslumbrante, com uma cauda longa, talvez até com alguns detalhes em pedrarias. Vamos impressionar a todos!
Ela estava sempre tentando ser o centro das atenções, desejando que sua filha fosse uma extensão de seu próprio brilho. Seu olhar estava fixo em cada pedaço de tecido, como se ela soubesse exatamente o que faria Penélope ser o centro de todos os olhares naquele dia. Mas Penélope sentia-se cada vez mais apertada com as ideias da mãe. Ela não queria um vestido que fosse um espetáculo de ostentação, mas sim algo que refletisse quem ela era – ou quem ela queria ser, longe da pressão da sociedade e das expectativas de sua mãe.
Lady Bridgerton, por outro lado, permanecia mais silenciosa, mas sua presença era forte de uma maneira mais calma e sofisticada. Ela olhava os modelos com um semblante pensativo, avaliando cada peça com um olhar que refletia a verdadeira classe e elegância que ela tanto valorizava. Quando ela finalmente falou, sua voz era suave, mas cheia de autoridade.
— Eu acho que o simples é sempre a melhor escolha. A beleza vem daquilo que é discreto e bem feito. Não precisamos de tantos adornos. Um vestido mais simples, com um corte clássico, seria perfeito para o seu tipo, Penélope. Nada muito chamativo, mas com uma elegância atemporal.
Penélope sentiu uma certa paz ao ouvir as palavras de Lady Bridgerton. A ideia de um vestido mais simples, mas com uma sofisticação sutil, parecia algo mais próximo de quem ela realmente era. Mas, ao olhar para sua mãe, que estava agora ajustando um véu adornado com pérolas, ela sentiu uma crescente pressão para agradar as duas mulheres – cada uma com sua visão oposta de como ela deveria se apresentar ao mundo no dia de seu casamento.
Portia percebeu o olhar de Penélope e imediatamente se aproximou, pegando a mão da filha com a sua.
— O que você acha, querida? — ela perguntou com um sorriso forçado. — Não acha que um vestido mais exuberante ficaria maravilhoso em você? Não podemos deixar de fazer uma grande entrada. Esse casamento é um evento da sociedade, e você merece ser a estrela.
Penélope olhou para a mãe, depois para Lady Bridgerton, e sentiu uma onda de confusão tomar conta dela. O que ela realmente queria? O que seria mais verdadeiro para ela neste momento?
Ela respirou fundo e, antes que pudesse se decidir, Lady Bridgerton a observou com um olhar afetuoso e compreensivo.
— Penélope, o mais importante é que você se sinta confortável e bonita no seu próprio corpo, não importa o que os outros esperem. Um vestido de noiva deve refletir sua essência, e não a de outra pessoa. Faça essa escolha por você, minha querida.
As palavras da matriarca Bridgerton a acalmaram, e Penélope deu um sorriso tímido, sentindo pela primeira vez que, talvez, fosse possível agradar a ambas de alguma forma. Ela olhou para o espelho à sua frente, onde o vestido em questão estava sendo ajustado, e imaginou como se sentiria naquele dia, com o coração apertado, mas também cheia de coragem para encarar o que estava por vir.
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A última chance (Oneshot Polin)
FanfictionEm uma Londres repleta de intrigas e paixões, Colin Bridgerton e Penélope Featherington nutrem uma animosidade antiga e inabalável. Apesar de serem obrigados a se cruzar constantemente devido à amizade inseparável entre Penélope e Eloise, irmã de Co...