capítulo 11: Eu te amo

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Colin acordou com o som do silêncio do quarto, um tipo de quietude que parecia ainda mais presente pela manhã. Ele se espreguiçou no sofá, sentindo os músculos do corpo ainda tensos pela noite mal dormida. Sua cabeça estava um pouco confusa, o sono interrompido pelos pensamentos sobre o que acontecera entre eles na noite anterior, mas principalmente sobre o diário. O diário de Penélope.

Ele se levantou com o propósito de verificar como ela estava, mas, ao entrar no quarto, o que encontrou a fez parar por um momento. Penélope estava ali, ainda vestida com o mesmo vestido de ontem, dormindo profundamente na cadeira da penteadeira. Sua postura estava cansada, os ombros caídos, e parecia tão vulnerável. Os livros, incluindo o diário de Penélope e o dele, estavam sobre a mesa, como se ela tivesse passado a noite inteira refletindo, o que lhe deu uma sensação desconfortável.

Colin se aproximou com o coração acelerado, a preocupação crescendo. Ele não sabia o que ela havia lido, o que ela havia sentido ao fazer isso, mas sabia que o que quer que fosse, a estava consumindo de uma maneira que ele não entendia. Ele se ajoelhou ao lado dela, observando seu rosto tranquilo enquanto ela dormia, aliviado por vê-la finalmente em paz, mas ao mesmo tempo sentindo um peso no peito ao pensar em tudo o que havia acontecido.

Em silêncio, ele se inclinou para pegar Penélope no colo, seus braços firmes em torno dela, sentindo o calor de seu corpo ainda quente de sono. Ele a levantou com cuidado, tentando não acordá-la, e a carregou até a cama. Seus passos foram suaves, mas o que ele sentia era uma mistura de proteção e uma tristeza silenciosa, como se carregasse um peso invisível que não sabia como dividir com ela.

Colin deitou Penélope gentilmente na cama, ajeitando-a sob as cobertas, e olhou para o diário em cima da mesa. Ele sabia que ela havia lido o que estava ali, e uma parte dele se sentiu invadido, mas ao mesmo tempo compreendia a dor que ela estava tentando enfrentar sozinha. Ele não conseguia evitar o desejo de entendê-la melhor, mas sabia que suas próprias palavras também a haviam atingido de maneiras que ele não poderia controlar.

Ele se afastou da cama, com o coração apertado, e sentou-se na cadeira ao lado. Ficou ali, em silêncio, observando-a enquanto ela dormia, pensando em tudo o que tinha falhado em dizer, em tudo o que não tinha conseguido fazer para protegê-la.
Colin saiu de casa em silêncio, seus passos ecoando na calçada vazia enquanto o amanhecer ainda tingia o céu com cores suaves. O ar da manhã estava fresco e gelado, uma brisa suave que batia contra sua pele, mas ele não sentia o frio. Seu corpo estava em movimento, mas sua mente ainda estava turbilhonada, cheia de pensamentos e sentimentos conflitantes que ele não sabia como organizar.

A caminhada foi longa e sem direção. Ele passou pelas ruas desertas, sem realmente ver nada, mergulhado em seus próprios pensamentos. Cada passo parecia uma tentativa de afastar os fantasmas do passado, de dar sentido às palavras que não disseram, aos gestos não feitos. Aquelas páginas dos diários ainda estavam frescas em sua mente, as palavras de Penélope lhe cortando como lâminas afiadas. Ele sabia que havia errado, sabia que tinha falhado em ser o homem que ela precisava.

Ele se perguntava por que ela tinha se afastado tanto dele, por que parecia guardar um oceano de dor dentro de si. Ele não tinha as respostas, e isso o deixava desesperado. Não sabia mais o que fazer ou dizer para corrigir tudo o que havia quebrado, para curar as feridas que ele próprio tinha causado. As lembranças daquele dia, quando ele a deixou sozinha depois de salvá-la, ainda estavam muito vívidas, e ele não conseguia se perdoar. Havia feito ela se sentir abandonada quando ela mais precisava de alguém.

Aquela caminhada não trazia respostas, apenas mais perguntas, e, à medida que os minutos passavam, o peso sobre seu peito parecia aumentar. Ele sabia que não poderia voltar atrás e desfazer o que havia feito, mas também não queria continuar vivendo com a culpa e o arrependimento. Havia algo em seu coração, um desejo profundo de que as coisas entre eles pudessem ser diferentes. Mas como? Como poderia fazer Penélope acreditar nele novamente?

A última chance (Oneshot Polin) Onde histórias criam vida. Descubra agora