capítulo 19: O desmaio

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Na noite seguinte, Penélope e Colin estavam no grandioso baile de Lady Danbury, mas o que deveria ser um evento de celebração e diversão parecia mais um teste de paciência para ambos. Cada um estava em um canto do salão, claramente distantes, como se o ar ao redor de ambos fosse carregado de algo não dito. Penélope, com seu vestido refinado e seu sorriso cordial, dançava e conversava com alguns convidados, mas seus pensamentos estavam longe dali, perdidos em tudo o que havia acontecido nos últimos dias. O distúrbio gerado pela visita de Marina, as acusações, a pressão de seu casamento com Colin, tudo estava pesando em sua mente.

Enquanto ela estava absorvida em seus próprios pensamentos, o som da chegada de Lady Danbury cortou a tranquilidade. A presença da matriarca era sempre marcante, e seus olhos imediatamente procuraram por Penélope entre os convidados. Logo, Lady Danbury se aproximou, seu olhar aguçado e sorridente, como se sempre soubesse que Penélope estava com algo a dizer.

— Ah, minha querida Penélope, que alegria vê-la novamente — Lady Danbury disse, com sua voz firme e cheia de energia. — Como você tem se saído? Parece estar um pouco... distraída hoje à noite. Algo a incomodando?

Penélope, por um momento, hesitou. Ela olhou para Lady Danbury, percebendo o interesse genuíno nos olhos da mulher, mas não queria sobrecarregar ninguém com os detalhes dos últimos dias. Marina, as crianças, os segredos de Colin — ela sabia que não estava pronta para compartilhar tudo, nem com a mulher sábia e astuta à sua frente.

— Não, Lady Danbury, estou apenas... refletindo um pouco — Penélope respondeu suavemente, tentando manter a compostura. — Não é nada sério, apenas o peso de ser parte de uma sociedade tão observadora. Como sempre, as expectativas pesam.

Lady Danbury a olhou com uma expressão que parecia ler mais do que Penélope queria revelar. Sabia que havia algo mais por trás das palavras suaves da jovem mulher, mas respeitou seu silêncio, não pressionando, apenas mantendo uma postura receptiva.

— Bem, você é forte, Penélope. Sei que está lidando com tudo isso com uma força silenciosa — Lady Danbury disse, com um sorriso enigmático. — Só lembre-se de que você não está sozinha. Se precisar de alguém para conversar, estou sempre aqui.

Penélope sorriu, grata pela compreensão, mas não falou mais nada sobre seus conflitos internos. Não naquele momento. Era difícil explicar a complexidade de sua vida, especialmente com a presença de Colin em um canto distante do salão, evitando os olhares, como se a tensão entre os dois fosse palpável.

A conversa entre as duas se arrastou por mais alguns minutos, com Penélope se esforçando para manter o foco em Lady Danbury, mas seu olhar constantemente se desviava em direção a Colin. Ela sentia que ele a observava de longe, e, embora não quisesse admitir, ela também se sentia atraída por ele. Mas as palavras não ditas e os segredos ainda pairavam pesados entre eles.

Eventualmente, Penélope se despediu de Lady Danbury, que a observou com um olhar de sabedoria e uma pitada de preocupação. Ela não estava convencida de que Penélope estava sendo completamente honesta, mas sabia o suficiente para não forçar a jovem mulher a revelar o que não queria.

Naquela noite, o salão do baile de Lady Danbury estava cheio de risos e música, mas tudo pareceu parar por um instante quando Marina Thompson atravessou as portas com um ar de autossuficiência. Ela estava deslumbrante, vestida com um vestido idêntico ao de Penélope, em tons de azul e prata – as cores tradicionais dos Bridgertons – como se fosse uma provocação direta.

Os murmúrios começaram a se espalhar pelo salão, e Penélope, que ainda se recuperava do recente desmaio, sentiu o sangue gelar ao perceber que Marina não só havia ousado aparecer, mas também escolhendo um vestido que imitava o seu. Era um insulto descarado e um lembrete amargo de sua rivalidade.

A última chance (Oneshot Polin) Onde histórias criam vida. Descubra agora