Na manhã seguinte, Colin acordou cedo, determinado a resolver as coisas com Penélope. Ele sabia que o dia anterior havia sido um caos, e o que Marina dissera certamente a abalara profundamente. Ele decidiu levar o café da manhã para ela no quarto, um gesto simples, mas que esperava ser um passo na direção certa.
Com uma bandeja contendo chá, torradas e frutas, Colin subiu as escadas em silêncio. Quando chegou à porta do quarto, hesitou por um momento antes de bater levemente.
— Penélope? — chamou ele, a voz gentil. — Sou eu. Trouxe café da manhã para você.
Lá dentro, Penélope estava sentada na cama, o olhar perdido na janela. Ela havia passado a noite em claro, com as palavras de Marina ecoando em sua mente. Ao ouvir a voz de Colin, sentiu uma mistura de alívio e irritação. Não estava pronta para encará-lo ainda, mas também não queria afastá-lo completamente.
— Não estou com fome, Colin — respondeu ela, a voz fraca e distante.
Ele franziu o cenho, encostando a testa na porta por um momento antes de responder.
— Eu sei que ontem foi difícil — disse ele, tentando soar compreensivo. — Mas você precisa comer, Penélope. Pelo menos um pouco. É importante para você e... para o bebê.
Penélope fechou os olhos, sentindo as lágrimas ameaçarem cair novamente. Ela sabia que ele estava tentando, mas a dor e o cansaço emocional a estavam consumindo.
— Colin, eu preciso de um pouco de espaço — disse ela, tentando manter a voz firme. — Só... me deixe sozinha por um tempo, por favor.
Do outro lado da porta, Colin sentiu um aperto no peito. Ele não queria forçá-la, mas também não suportava vê-la sofrer assim. Com um suspiro pesado, ele colocou a bandeja no chão, bem ao lado da porta.
— Tudo bem, eu vou te dar espaço — disse ele, a voz tingida de tristeza. — Mas, Penélope, eu estou aqui. Se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, é só chamar.
Ele esperou por um momento, na esperança de ouvir algo, mas só o silêncio respondeu. Relutante, Colin se afastou, descendo as escadas lentamente. Quando chegou à sala de estar, encontrou Anthony sentado com um jornal nas mãos, observando-o com atenção.
— Como ela está? — perguntou Anthony, dobrando o jornal e colocando-o de lado.
Colin balançou a cabeça, sentando-se em uma poltrona com um suspiro pesado.
— Não quer falar comigo. Disse que precisa de espaço.
Anthony assentiu, inclinando-se para frente, com os cotovelos apoiados nos joelhos.
— Ela passou por muita coisa ontem — disse ele, em tom de quem sabia bem o que estava falando. — Dê a ela o tempo que pediu. Penélope é forte, mas mesmo os mais fortes têm seus limites.
Colin assentiu, mas o desconforto em seu peito permanecia. Ele só queria que tudo voltasse ao normal, mas temia que as feridas deixadas por Marina e pelo tumulto dos últimos dias fossem difíceis de cicatrizar.
Colin pegou um prato vazio e começou a enchê-lo com ovos, torradas e pedaços de presunto, mas seus movimentos eram distraídos e pesados. Anthony o observava com um olhar analítico, esperando que o irmão mais novo começasse a falar. Não demorou muito.
— Eu não sei mais o que fazer, Anthony — começou Colin, soltando um suspiro enquanto colocava uma fatia de pão no prato. — Penélope está tão... distante. É como se ela estivesse se fechando, e eu nem consigo alcançá-la.
Anthony assentiu, cruzando os braços.
— Não é surpresa depois do que aconteceu ontem. Marina não veio aqui só para causar confusão. Ela veio para machucar, Colin. Você precisa entender isso. E Penélope está no centro dessa tempestade.
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A última chance (Oneshot Polin)
FanfictionEm uma Londres repleta de intrigas e paixões, Colin Bridgerton e Penélope Featherington nutrem uma animosidade antiga e inabalável. Apesar de serem obrigados a se cruzar constantemente devido à amizade inseparável entre Penélope e Eloise, irmã de Co...