A última chance (Oneshot Polin)

capítulo 8: Palavras erradas

Sem trocar uma palavra, mas completamente em sintonia, Penélope e Colin tomaram a decisão no instante em que seus olhares se encontraram após aquele beijo arrebatador. Ambos sabiam que precisavam de um tempo a sós, longe dos olhares curiosos e dos sussurros da festa. Eles se afastaram discretamente, aproveitando um momento de distração entre os convidados para sair sem se

Penélope sentia uma mistura de emoção e alívio, deixando-se levar por cada toque e gesto de Colin. Ali, sem as barreiras e as provocações habituais, eles finalmente estavam livres para se descobrirem de uma nova forma, abrindo-se para o que o futuro lhes reservava.

Colin manteve Penélope junto de si, sentindo o coração dela bater acelerado, e naquele momento percebeu que, mesmo sem palavras, estavam mais próximos do que nunca. Sem se despedirem de ninguém na festa, eles deixaram a celebração discretamente, escapando pela porta dos fundos, ansiosos por um momento a sós.

A carruagem os aguardava, e no curto trajeto até a nova casa, o silêncio entre eles estava carregado de expectativa. Colin segurava a mão de Penélope, entrelaçando seus dedos, enquanto ela olhava pela janela, uma expressão de nervosismo misturado com curiosidade iluminando seu rosto. Era uma sensação nova e ao mesmo tempo familiar – o peso das novas responsabilidades, mas também a empolgação de estarem juntos, prontos para começar uma vida ao lado um do outro.

Ao chegarem à casa, Colin desceu primeiro e estendeu a mão para ajudá-la. Penélope aceitou o gesto e, com um leve sorriso, seguiu-o pela entrada imponente. Colin observou sua reação conforme ela caminhava pelo salão iluminado por velas, os detalhes elegantes da decoração refletindo o cuidado com o qual ele havia escolhido cada peça, cada objeto, para tornar aquele espaço confortável para ambos.

— Espero que goste — disse ele, observando-a ansiosamente. — Quero que essa casa seja um lar, algo que possamos construir juntos, sem pressões ou expectativas. Apenas nós, vivendo da maneira que escolhemos.

Penélope olhou para ele, surpresa com a sinceridade e o tom quase vulnerável em sua voz. Aquele era o Colin que, lá no fundo, sempre acreditara existir.

Colin a segurava com ternura e desejo, os olhos fixos nela, enquanto as palavras que queria dizer fervilhavam em sua mente. Tudo o que sentira ao longo dos anos – o afeto crescente, as dúvidas, os ciúmes, o respeito e, finalmente, o amor intenso e inegável – parecia pronto para transbordar. Mas quando tentou falar, as palavras ficaram presas em sua garganta, bloqueadas pela insegurança e pelo medo de expor uma vulnerabilidade que jamais admitira.

Ele queria dizer a Penélope o quanto a amava, o quanto ela significava para ele e o quanto, em todos esses anos, ela havia se tornado indispensável em sua vida. Cada vez que tentava formular as palavras, porém, hesitava, temendo que, ao se abrir, ela pudesse rejeitar esse sentimento ou rir da intensidade que ele sentia. E se, ao confessar, ele perdesse aquele equilíbrio frágil que ainda havia entre eles?

Penélope, percebendo o conflito nos olhos de Colin, colocou as mãos suavemente sobre o rosto dele, acariciando suas bochechas e sorrindo com carinho. Ela não precisava ouvir as palavras para entender o que estava ali, entre eles. Sentia em cada gesto, cada olhar, a profundidade de um sentimento que, apesar de não dito, estava presente de forma inconfundível.

Como se entendesse sua hesitação, Penélope sussurrou, com a voz suave e tranquilizadora,

- Não precisa dizer nada, Colin. Eu sei.

Colin fechou os olhos por um momento, sentindo o alívio e o calor da compreensão dela. Ele a puxou para mais perto, a abraçando com toda a intensidade que não conseguia expressar em palavras. Talvez não fosse o momento certo para dizer tudo que sentia, mas ele sabia que, ao seu lado, com Penélope, ele encontraria o tempo e a coragem para abrir seu coração. Por ora, aquele abraço apertado e silencioso seria sua promessa, um começo para o que finalmente estavam prontos para viver juntos.