capítulo 18: A furiosa

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No dia seguinte, o ambiente na casa estava tenso e pesado. Penélope acordou cedo, os ecos da discussão ainda reverberando em sua mente. Ela se sentia exausta, mas não tinha tempo para descansar. Sua cabeça estava cheia de pensamentos conflitantes, mas sabia que precisava seguir em frente, não podia deixar que a tempestade emocional que ainda a atormentava tomasse conta. Ela se levantou da cama com uma sensação de distanciamento, como se um abismo tivesse se aberto entre ela e Colin.

Colin ainda estava na sala, sentado sozinho, com uma expressão fechada. Quando ela entrou para tomar café, eles se evitaram, cada um imerso em seu próprio mundo de pensamentos. Penélope pegou sua xícara de café sem dizer uma palavra, bebendo lentamente, sentindo o gosto amargo da bebida misturado ao amargor das palavras que haviam sido ditas. Ela sentia o peso da tensão no ar, mas não tinha forças para se desculpar ou sequer tentar amenizar as coisas. Ela sabia que precisaria de tempo, mas isso não diminuía a dor.

Penélope não olhou para Colin enquanto tomava o café, e ele também não parecia ter a menor vontade de iniciar uma conversa. Quando terminou, se levantou da mesa, sem nem ao menos lançar um olhar em sua direção, e foi direto para o quarto. O silêncio entre os dois era quase ensurdecedor.

Colin, por sua vez, ficou em silêncio por mais um tempo, a mente tumultuada pelas revelações de Marina e as palavras de Penélope. Ele sabia que precisava consertar as coisas com ela, mas não sabia por onde começar. Foi então que uma batida na porta o fez se levantar, interrompendo seus pensamentos.

— Entre — ele disse, a voz mais grave e cansada do que gostaria de admitir.

Benedict e Anthony entraram na sala, com expressões preocupadas. Benedict, sempre mais direto, foi o primeiro a falar.

Benedict voltou à sala, reparando na expressão de Colin, que parecia pálido e exausto.

— Parece que você viu um fantasma, Colin — comentou Benedict, lançando um olhar curioso para o irmão.

Anthony, sempre mais observador, cruzou os braços e acrescentou:

— E parece que não dorme há dias. A lua de mel já está sendo assim tão... cansativa?

Colin soltou um suspiro profundo, e depois de um momento de hesitação, decidiu que era hora de compartilhar com eles o que estava acontecendo. Se alguém entenderia a gravidade da situação, seriam Anthony e Benedict.

— Marina está viva — começou ele, vendo as sobrancelhas dos dois irmãos se erguerem em surpresa. — Ela apareceu ontem aqui, de repente, como se nada tivesse acontecido. Veio até minha casa, disse que precisava me contar algo que mudaria tudo... e, pior ainda, Penélope a ouviu. Quase voou no pescoço dela.

Anthony e Benedict trocaram olhares. Ambos já tinham uma antipatia conhecida por Marina desde que ela havia abandonado Colin no passado e, agora, só ficavam mais desgostosos.

— Marina? Viva? — Anthony disse com um tom de incredulidade. — E ela aparece na sua casa, como se fosse dona do lugar?

Benedict balançou a cabeça, claramente irritado.

— Que ousadia! E agora ela quer o quê? Voltar para sua vida depois de tudo? Espero que Penélope tenha feito muito mais do que simplesmente ameaçar. Afinal, Marina sempre soube manipular as coisas ao redor dela, e se você não tomar cuidado, ela pode tentar destruir o que você tem com Penélope.

Colin passou as mãos pelo rosto, ainda abalado com a situação.

— É exatamente o que eu temo. Marina insinuou que os gêmeos dela poderiam ser meus filhos... mas isso tudo é uma armadilha. Ela quer desestabilizar meu casamento, e Penélope está furiosa. Ela tem todo o direito de estar, mas... preciso encontrar uma forma de consertar isso antes que Marina cause ainda mais estragos.

A última chance (Oneshot Polin) Onde histórias criam vida. Descubra agora