The first passion (Wenclair)

Cap 19

POV WESNESDAY

Eu não conseguia acreditar no que Enid tinha acabado de dizer. Como assim ela quer me beijar? Isso com certeza é o álcool que estar no seu corpo. Assim como Enid, eu também estou sobre efeito de álcool, mas com um pouco mais de consciência que Enid. Eu não posso fazer isso, eu não posso pensar nisso. Ela namora, e além de tudo é minha amiga, então por que eu sinto tudo isso perto dela? E esse desejo que eu tenho daqueles lábios... Acho melhor eu parar por aqui.

Ao mesmo tempo que eu quero, eu não posso, minha cabeça está confusa e indecisa. Meu Deus! Esse tempo não passa nunca? Isso é torturante, Enid está me torturando. Eu não posso mais ficar aqui ou vou acabar fazendo algo que vou me arrepender depois.

- Enid para, você está bêbada. - juntei coragem e a afastei de mim. Levantei e me encostei na parede perto da porta.

- Posso estar bêbada, mas eu falei a verdade. - Enid se levantou com um pouco de dificuldade, olhou nos meus olhos e andou até mim.

É como aquele ditado "A bebida entra e a verdade sai". No caso, eu nunca acreditei nisso.

- Você bem que poderia realizar esse meu desejo. - Enid parou na minha frente.

- Para de dizer besteira Enid. - Tentei sair, mas ela segurou a gola da minha camisa.

- Besteira é o que poderíamos estar fazendo agora, e eu estou bem consciente do que estou dizendo. - Enid me encurralou na parede. Engoli em seco.

Pra uma pessoa bêbada, ela parece saber bem o que está dizendo né. Ok, vou ignorar o pequeno surto que tive agora.

- Olha Enid, você está bêbada e não sabe o que está dizendo e fazendo. - com um movimento rápido consegui sair da parede.

- Diz a verdade Wed, eu sei que você também quer. - Enid cruzou os braços.

- Não, eu não quero. - menti. Não podia dar corda pra ela, ainda mais bêbada.

Enid com um sorrizinho malicioso nos lábios foi se aproximando de mim, estava tentando de todo jeito sair, minha cabeça gritava para sair, mas meu corpo não se movia. Apenas conseguia olhar para seus olhos, que agora possuía uma coloração acizentada. Enid estava tão perto que conseguia sentir sua respiração, seus olhos não saiam dos meus, Enid encostou sua testa na minha e sua mão direita parou em minha bochecha.

Enid fechou seus olhos lentamente, quase que imediatamente os meus também se fecharam. Pude sentir sua aproximação, seu nariz tocou o meu suavemente, os próximos que iriam se tocar seriam nossos lábios, mas antes que isso acontecesse, ouvimos o som da porta sendo destrancada, abrimos os olhos e rapidamente nos separamos.

Não perdi tempo e logo saí dali, não parei de andar até chegar no quarto, quando entrei e fechei a porta, soltei o ar que nem sabia que tinha prendido. Fui até minha cama e sentei sobre ela colocando as mãos sobre a cabeça, aconteceu de novo, por pouco não seria um quase e sim um finalmente.

Preciso sair.

Fui até a minha mochila e peguei minha carteira, coloquei a carteira no bolso do short e saí do quarto. Andei tão rápido que em vinte segundos eu já havia chegado no muro, pulei o mesmo com um pouco de dificuldade mais consegui. Do lado de fora, andava pelas ruas sem parar, com as mãos no bolso do short pelo vento frio que passava. As lojas todas fechadas pelo horário, até meus olhos captarem um único bar aberto, provavelmente era 24 horas, sem perder tempo andei a passos rápidos até o estabelecimento.

Precisava de um cigarro urgentemente, sem interrupções pedi dois maços, em cima havia uma prateleira com várias bebidas, olhei para todas em fileira, não sou de beber muito, mas uma garrafa de whisky estava chamando a minha atenção. Já decidida falei para o rapaz do bar colocar a garrafa de whisky junto com os dois maços, o rapaz tirou a garrafa da prateleira e pôs em cima do balcão junto com os maços, tateando o bolso pra pegar a carteira, percebi que estava sem meu isqueiro. Merda. Bufando sem paciência, peço um isqueiro ao rapaz que rapidamente o trouxe, abri a carteira e tirei o valor que tinha dado tudo, entregando ao rapaz.