Imprevisto a Dois

capítulo 19

Ethan

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O momento que acabamos de viver foi, sem dúvida, um dos mais emocionantes da minha vida. As palavras de minha mãe ainda ecoavam na minha mente, e meu coração batia mais rápido a cada segundo, como se estivesse tentando acompanhar a intensidade dos sentimentos que estavam transbordando. Não consegui me controlar, nem mesmo quando gritei, e nem quando a abracei com tanta força que pensei que ela pudesse se assustar. Mas, Emma... ela parecia se derreter sob meu toque, e naquele momento, senti uma conexão que eu não sabia que era possível. A ideia de ser pai finalmente havia se concretizado na minha mente, e com ela, uma avalanche de planos começou a surgir.

"Precisamos pensar em um nome", eu repetia para mim mesmo, como se estivesse tentando me convencer da magnitude do que acabara de descobrir. Um menino... nossa, seria incrível. "Devemos começar a comprar o enxoval, decorar o quarto, fazer tudo certinho... Por Deus, eu nunca imaginei que isso fosse acontecer tão cedo... com ela."

Enquanto Emma falava com minha mãe, seu sorriso genuíno me deixou sem palavras. Ela estava tão à vontade, tão feliz. Algo em mim se mexeu, e eu não consegui desviar o olhar. A ideia de construir uma família com ela, de dividir cada passo dessa jornada, parecia não só possível, mas necessária. Eu estava perdido em um turbilhão de pensamentos, tudo misturado com a emoção do momento, mas algo mais estava começando a surgir no fundo da minha mente.

Eu observava Emma conversando com minha mãe, e algo me atingiu com força, como um soco no estômago. Eu havia planejado tudo com Elisa. Ela era a mulher com quem eu imaginei o futuro, com quem eu vi a vida tomando forma. Eu tinha feito tantos planos para nós dois... mas então eu percebi, de repente, que todos aqueles sonhos que eu tinha vivido em minha mente... todos haviam se desfeito. E o que me restou foi uma realidade que, de alguma forma, era muito mais viva, muito mais palpável. Emma estava ali, e tudo o que eu desejava — o que eu nunca soubera realmente desejar — estava acontecendo. Não com Elisa. Com Emma.

Eu podia ver meu futuro com ela. Os planos que eu fiz com Elisa não tinham mais significado, porque tudo o que eu queria agora, tudo o que me fazia sentir vivo, era Emma. Eu senti meu coração acelerar com um sentimento avassalador, algo que eu nunca tinha experimentado antes. Eu estava completamente... apaixonado. Não apenas pela mulher com quem estava casado por um contrato. Não. Eu estava apaixonado por Emma.

Eu queria ficar com ela. Não apenas até o fim do contrato. Eu não queria voltar para Elisa, não queria mais nenhum outro futuro que não fosse ao lado de Emma. O pensamento de que aquele acordo poderia acabar um dia me deu um nó na garganta. Não importava o que fosse preciso — eu não queria que ela fosse embora. Eu não queria perder o que tínhamos, o que éramos.

Emma riu com minha mãe, e eu vi algo nela que nunca imaginei ver: uma mulher que eu poderia chamar de minha. Uma mulher com quem eu poderia construir a minha vida. Uma mulher que, em pouco tempo, havia me dado um filho e, com ele, me fez ver um futuro inteiro de possibilidades.

E ali, enquanto assistia aquele pequeno momento de felicidade entre mãe e filha, uma verdade brutal me atingiu. Emma não era apenas parte do meu contrato. Ela era parte do meu futuro, e eu nunca mais queria pensar em uma vida sem ela.

Mas, antes de mais nada, precisava dizer a ela. Eu precisava mostrar a ela o quanto isso significava para mim. Eu não sabia como, nem quando, mas eu sabia que algo tinha mudado. E eu não ia deixar isso ir embora. Eu não queria.

Senti o peso da responsabilidade, o que estava por vir, mas também senti uma imensa felicidade, um calor que me consumia por dentro. Ela era minha, de alguma forma, e eu era dela. Isso não era só sobre um contrato. Isso era sobre nós. E, com ela, eu finalmente entendi o que era amor.