Capítulo 11

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Ethan

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Quando cheguei à empresa, o ambiente estava mais movimentado do que o normal. A notícia de que o projeto estava prestes a ser lançado fez todos ficarem tensos, e eu, agora com a perspectiva de ser pai, me sentia ainda mais pressionado. A revelação do médico ainda martelava em minha cabeça. Quatro semanas. Ele havia dito quatro semanas, mas eu mal conseguia traduzir isso para "meses". Como diabos eu iria lidar com tudo isso? Mas entre um suspiro e outro, tentei disfarçar o turbilhão mental e entrei na sala de reuniões.

— Alguém sabe me dizer quantas semanas de gravidez equivalem a um mês? — soltei, sem pensar muito, e o silêncio foi instantâneo.

As mãos dos funcionários estavam congeladas no ar, olhares surpresos se cruzando. Eu sempre fui aquele que não misturava vida pessoal com trabalho. O CEO sério, rígido, focado no que realmente importava. E agora, ali estava eu, perguntando algo que só faria sentido para... um futuro pai.

Depois de uma pausa desconfortável, alguém, provavelmente para não morrer de curiosidade, tentou quebrar o gelo:

— Desculpa, senhor Ethan... mas, alguém aqui vai ser pai? — a voz era uma mistura de espanto e diversão, e uma explosão de risadas invadiu a sala.

Até eu precisei lutar contra o sorriso. Mudei de postura, tentando manter a compostura.

— Vamos colocar assim: alguém aqui já se perguntou quantas semanas de gravidez cabem em um mês? — disse, tentando afastar as piadinhas, embora soubesse que não ia escapar delas tão facilmente.

Uma analista, que estava mais curiosa que o normal, se inclinou para frente, com um sorriso travesso.

— Mas, senhor Ethan... desde quando você se interessa por essas... semanas? Alguma razão especial? — ela piscou com uma dose de provocação.

Respirei fundo, tentando manter a seriedade enquanto minha mente tentava encontrar uma explicação convincente. O fato é que o projeto estava em andamento, mas minha cabeça estava em outro lugar.

— Vocês sabem que eu sou um homem de negócios, mas todo aprendizado é uma vantagem, certo? Agora, voltando ao projeto — tentei desviar, mas o riso crescente na sala me desafiava.

— Então, chefe... — começou um dos funcionários, tentando segurar o riso — qual de nossos projetos vai exigir que a gente saiba converter semanas de gestação em meses? Vai ser no financeiro? No marketing?

O riso abafado tomou conta da sala, e eu revirei os olhos, resistindo à vontade de rir também.

— Quem sabe no RH? — respondi, com um sorriso malicioso. — Tenho certeza de que vocês vão precisar muito mais do que isso para me lidar daqui para frente.

O silêncio tomou conta, e eu vi alguns funcionários se entreolharem, tentando controlar os sorrisos. Aproveitei a pausa para retomar o foco.

— Bom, pessoal. — disse, com firmeza — Vamos retomar o projeto HORIZON. Preciso de uma atualização detalhada sobre o andamento e os obstáculos que estamos enfrentando para o lançamento. Essa tecnologia precisa estar impecável antes de qualquer divulgação.

A sala ficou mais silenciosa, os rostos se voltaram para os laptops, mas percebi que, apesar da piada, a equipe parecia um pouco mais relaxada. Como se, de alguma forma, eu tivesse criado um momento de alívio entre a tensão que pairava no ar.

Três horas depois, a reunião estava chegando ao fim. Todos estavam dedicados, e eu também estava imerso nos detalhes do projeto. Porém, meu celular vibrou insistentemente. Ignorei as primeiras chamadas, mas a quantidade de notificações ficou impossível de ignorar. Quando a reunião terminou, peguei o celular e vi que eram várias chamadas perdidas. Quase todas de Emma. A surpresa foi ainda maior quando percebi que algumas eram de Elisa. Ambas não ligavam à toa.

Imprevisto a DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora