3 meses depois
Seria um eufemismo da parte de Buck dizer que as coisas continuavam "instáveis". Na verdade, ele nunca havia estado tão feliz em toda a sua vida, e grande parte dessa felicidade vinha de seu relacionamento com Eddie, da convivência com a equipe da 118, e, claro, de seu vínculo com Christopher. Ainda assim, havia dias em que o peso do mundo parecia estar sobre seus ombros, e a depressão continuava presente – mais discreta, é verdade, mas ainda espreitando nos cantos da sua mente.
As sessões com Frank continuavam sendo uma constante, algumas semanas até exigindo atendimentos emergenciais. Havia dias em que, se algo que ele planejara com tanto cuidado não saísse como esperado, uma sensação esmagadora de fracasso o levava a buscar ajuda.
Uma noite, enquanto Buck preparava o jantar na casa de Eddie, ele sentiu uma inquietação diferente vinda do parceiro. Eddie estava sentado à mesa, observando Buck, claramente com algo na mente.
— Eu estava pensando em mandar o Chris para um acampamento de verão — disse Eddie, de repente, quebrando o silêncio.
Buck parou de mexer a panela e olhou para ele, surpreso. — Um acampamento? Mas... por quanto tempo?
— Duas semanas. É um acampamento de ciências. Chris tem falado disso há meses. Eu sei que ele ama ficar aqui com a gente, mas... acho que ele está ansioso para experimentar algo novo — explicou Eddie, sorrindo com um misto de orgulho e um toque de nervosismo.
Buck sorriu, mas havia uma leve preocupação em seus olhos. — Você acha que ele vai ficar bem? É bastante tempo, Eddie. Ele... ele está pronto para isso?
Eddie soltou um suspiro. — Eu também me perguntei isso, Buck. Mas... ele quer tanto ir. E eu quero que ele sinta que pode ser independente, sabe? Que pode ter suas próprias experiências... mesmo que isso signifique ele ficar longe por um tempo.
— É só que eu... Eu já sinto falta dele só de pensar nisso — confessou Buck, com um sorriso triste. — Ele é como um irmão mais novo para mim. Não, na verdade, é mais do que isso. Ele é parte da gente.
Eddie deu um sorriso reconfortante e segurou a mão de Buck. — Eu também sinto o mesmo, Buck. Mas o Chris está crescendo. E... ele sempre terá a gente aqui, esperando por ele, não importa onde ele vá.
Buck assentiu, os olhos brilhando com uma emoção suave. — Então, a gente vai ajudá-lo a arrumar a mala. E garantir que ele saiba que pode contar conosco... mesmo a quilômetros de distância.
Os dois compartilharam um momento silencioso de compreensão, ambos se preparando emocionalmente para as próximas semanas, sabendo que o amor e a união deles seriam a âncora de Chris em qualquer lugar do mundo.
Enquanto as semanas passavam, Buck e Eddie sentiam suas vidas se entrelaçando de uma forma quase natural. Desde o primeiro dia juntos, eles se entendiam com uma facilidade que nenhum dos dois havia experimentado antes, mas, agora, parecia que cada pequeno momento compartilhado reforçava ainda mais a profundidade do que sentiam. Havia uma confiança silenciosa e inabalável entre eles, uma conexão que se mostrava nas menores ações: uma xícara de café deixada para o outro pela manhã, o toque breve e reconfortante de suas mãos quando um deles estava ansioso, e a presença constante e solidária em dias difíceis.
A cada desafio superado, a cada dia em que Buck enfrentava seus traumas com a ajuda de Eddie e da terapia, eles percebiam que estavam crescendo juntos, que suas feridas antigas se tornavam cicatrizes que, embora permanentes, eram menos dolorosas de se carregar porque dividiam o peso entre si. Eddie se via apoiando Buck de uma forma que nunca imaginou ser capaz, especialmente em momentos que Buck ficava em silêncio, lutando com demônios antigos que nem sempre se expressavam em palavras.
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Invisible String | Buddie
Historical FictionDecisões precipitadas, geram consequências previstas. Buck sabia que todas as suas ações tinham consequências e ele está cada dia aprendendo com isso. Contudo, quando se tem uma corda invisível o puxando de volta para uma pessoa que ele não esperava...