A sala de Frank estava banhada pela luz suave da tarde, com as cortinas meio fechadas, criando um ambiente confortável e acolhedor. Eddie e Buck estavam sentados lado a lado, um tanto nervosos. Eles já haviam frequentado a terapia separadamente, mas esta seria a primeira vez que estariam juntos ali, enfrentando suas questões com Frank como um casal.
Frank, como sempre, sentava-se na poltrona em frente a eles, uma expressão atenta, mas relaxada. Ele não estava lá para julgar, e ambos sabiam disso. Havia uma segurança na forma como ele conduzia as sessões, sempre permitindo que o silêncio fosse preenchido com as emoções e reflexões necessárias.
— Então, vocês dois estão juntos há um mês, certo? — Frank começou, sua voz suave mas direcionada.
Eddie e Buck trocaram olhares. Buck foi o primeiro a responder, com um pequeno sorriso.
— Sim. Um mês, oficialmente.
Frank assentiu, olhando para ambos com interesse.
— E como vocês estão se sentindo, agora que esse novo capítulo começou?
Eddie apertou as mãos nas pernas, um gesto que Buck notou imediatamente, sinal de nervosismo. Eddie respirou fundo antes de responder.
— Está sendo... intenso. De um jeito bom, mas ainda temos muito o que lidar. — Ele olhou para Buck, seu rosto suavizando. — Não é como se tudo tivesse magicamente resolvido porque estamos juntos agora.
Buck assentiu, sentindo que Eddie estava sendo honesto, algo que ele sempre apreciou.
— Sim. Quero dizer, estar juntos tem sido incrível. Nós dois estamos mais conectados do que nunca. Mas, como Eddie disse, ainda há muito que a gente precisa resolver. Eu tenho meus traumas, ele tem os dele. Às vezes é difícil não deixar isso afetar o dia a dia.
Frank escutava atentamente, os dedos repousando sobre o caderno no colo, mas sem anotar nada. Ele sabia que aquele momento precisava ser sobre eles desabafando.
— Vocês já tiveram algum desafio específico que trouxe à tona esses traumas? Algo que vocês ainda sentem que precisam trabalhar juntos? — Frank perguntou, encorajando-os a serem mais específicos.
Buck olhou para Eddie, esperando que ele tomasse a iniciativa, já que, ultimamente, Eddie havia sido o mais fechado em algumas questões. Eddie suspirou, olhando para baixo por um momento antes de falar.
— Na verdade, sim. — Ele começou, sua voz mais baixa, mas firme. — Eu ainda tenho momentos... em que minha raiva aparece. Não da forma como era antes, com as lutas ou com explosões de raiva. Mas ela ainda está lá, em algum lugar, esperando uma brecha.
Buck se mexeu um pouco no sofá, como se estivesse tentando controlar o impulso de acalmar Eddie fisicamente. Ele sabia que era importante deixar Eddie falar livremente.
— E quando isso acontece, Buck, como você reage? — Frank perguntou, virando seu foco para Buck.
Buck esfregou a nuca, pensativo.
— Eu tento ser paciente. Sei que Eddie não está brigando comigo, mas com o que ele carrega. Mas, às vezes, eu sinto que não estou fazendo o suficiente. Eu quero ajudar, quero tirar essa dor dele... e me sinto frustrado porque não consigo.
Frank acenou com a cabeça, compreendendo a dificuldade de Buck. Ele se inclinou um pouco para frente.
— O que você acha, Eddie, dessa frustração que o Buck está sentindo?
Eddie virou-se para Buck, seus olhos expressando mais do que qualquer palavra poderia dizer. Ele apertou levemente o joelho do namorado, um gesto de conforto.
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Invisible String | Buddie
Ficción históricaDecisões precipitadas, geram consequências previstas. Buck sabia que todas as suas ações tinham consequências e ele está cada dia aprendendo com isso. Contudo, quando se tem uma corda invisível o puxando de volta para uma pessoa que ele não esperava...