Quando chegaram ao quarto de Chris, os dois se depararam com uma pequena confusão de brinquedos espalhados. Buck soltou um suspiro exasperado e deu um sorriso brincalhão para Eddie.
— Você acha que ele fez isso de propósito? Só para ver a gente limpando juntos?
Eddie deu de ombros, mas um sorriso apareceu em seus lábios.
— Se fez, não posso culpá-lo. Ele adora nos ver juntos. Para ele, isso é o normal agora.
As palavras de Eddie pesaram suavemente no ar. Era verdade. Chris havia passado por tanto, desde o acidente com Shannon até a incerteza sobre o futuro, mas agora, com Buck presente em suas vidas, a rotina familiar havia se tornado uma espécie de refúgio para ele. Uma base sólida.
Enquanto Buck se ajoelhava para começar a recolher os brinquedos, Eddie olhou em volta do quarto. As paredes estavam cobertas de cartazes de super-heróis, e o uniforme de futebol de Chris estava cuidadosamente dobrado em uma cadeira próxima à cama. Era um lembrete silencioso de como Chris tinha crescido e de como as coisas mudaram desde os dias sombrios que haviam deixado para trás.
— Lembra quando ele disse que queria ser bombeiro, como a gente? — Eddie comentou, inclinando-se para pegar uma bola de futebol do chão.
— Como esquecer? — Buck riu, balançando a cabeça. — Ele quer fazer parte da 118 quando crescer. Já tem até o capacete de brinquedo.
Eddie sorriu com carinho, mas logo seu olhar ficou mais sério.
— Eu só espero que ele nunca tenha que passar pelo que a gente passou. Quero que ele saiba que é forte, mas... não quero que ele tenha que provar isso para o mundo inteiro.
Buck se levantou, com alguns brinquedos nas mãos, e caminhou até Eddie, tocando seu ombro com leveza.
— Ele vai ser forte de qualquer jeito, Eddie. Porque ele tem você. E agora, ele tem a gente. Não vamos deixar que ele passe por nada sozinho.
Eddie suspirou, a gravidade da preocupação paterna pesando sobre ele por um momento. Mas então ele olhou para Buck, e aquela sensação de segurança que sempre vinha com a presença dele dissipou o medo.
— Eu sei. — Ele sorriu. — E, sabe, você é muito bom para ele. Eu vejo como ele te admira, como ele te olha.
Buck sorriu, mas havia um brilho de surpresa em seus olhos.
— Eu... nunca fui o tipo de cara que as crianças olham com admiração. Isso tudo é novo pra mim, sabe? Mas Chris... ele é especial.
— Ele é. — Eddie concordou. — Mas você também é, Buck. E o Chris sabe disso. Ele nunca teve alguém como você por perto antes.
O silêncio entre eles agora era diferente — mais profundo, mais cheio de significado. Os olhares trocados falavam de promessas não ditas, de amor que transcendia as palavras. E, naquele momento, Buck soube que, assim como ele e Eddie haviam salvado um ao outro, juntos, eles estavam criando um ambiente seguro para Chris crescer e prosperar.
Quando terminaram de arrumar o quarto, Buck se jogou na cama de Chris, fingindo estar exausto.
— Acho que a limpeza foi uma missão quase impossível — brincou, esticando os braços e bocejando exageradamente.
Eddie deu um leve tapa no braço dele.
— Não seja dramático. — Ele olhou para a porta do quarto e, como se estivesse ouvindo seus pensamentos, Chris apareceu, esfregando os olhos sonolentos.
— Vocês estão falando de mim? — Chris murmurou, caminhando na direção da cama, o pijama ligeiramente torto.
Buck estendeu os braços para ele, e Chris não hesitou em subir na cama, aconchegando-se ao lado dele.
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Invisible String | Buddie
Historical FictionDecisões precipitadas, geram consequências previstas. Buck sabia que todas as suas ações tinham consequências e ele está cada dia aprendendo com isso. Contudo, quando se tem uma corda invisível o puxando de volta para uma pessoa que ele não esperava...