Olivia (Cap. 11)

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22 de novembro de 2016 — terça-feira.

Eram sete horas da manhã quando eu desci para comer antes de ir para a aula. O cheiro de café já estava no ar e minha mãe trazia a garrafa para a mesa, me encontrando no caminho e me dando um bom dia sorridente. Hannah e meu pai já estavam sentados, passando geleia nas suas torradas em uma sincronia perfeita que era até curioso de se observar. E eu o fiz por alguns segundos, rindo sozinho quando eles também me olharam simultaneamente para perguntar qual era a graça. O dia começava como todos os outros: conversas empolgadas por parte dos meus pais, eu com preguiça de existir antes das nove e minha irmã reclamando sobre ir para a escola. Tudo parecia normal até o barulho de um carro estacionando diante da casa ressoar e meu pai olhar pela janela.

— Não é possível! — ele exclamou acelerado, levantando-se da cadeira em um salto quase olímpico e contornando a mesa até alcançar a porta.

Hannah, que estava mais perto da mesma janela, se esticou em sua cadeira para ver o que era e imediatamente espantou-se, abrindo um sorriso largo e correndo atrás dele enquanto anunciava:

— A Liv chegou!

— Quê? — minha mãe e eu dissemos igualmente surpresos, deixando nosso café da manhã sobre a mesa e indo atrás deles.

Do lado de fora, meu pai já erguia minha irmã no ar em um abraço apertado enquanto o taxista ajudava a colocar a bagagem exagerada dela para fora do porta-malas. Hannah estava atrás, esperando sua vez de abraçá-la com uma euforia engraçada, como se fosse a próxima a abrir seu presente de Natal. Meu pai perguntava porque a filha não havia avisado que estava vindo e que poderia tê-la buscado no aeroporto ao mesmo tempo que se desesperava pedindo sua carteira para pagar pelo táxi, mesmo Olivia afirmando que já tinha passado seu cartão de crédito. Ele definitivamente ficava fora de si com a "Princesa" por perto. Logo minha mãe passou por mim e recebeu a Liv em seus braços com uma porção de beijos, quase tão emotiva quanto meu pai. Me aproximei enquanto isso, prestando atenção no carro amarelo que se arrancava apressado.

— Eu disse que não precisava vir — sorri de lado, como se não estivesse feliz, e fui o último a abraçá-la. Liv riu com seu queixo no meu ombro e em seguida me deu um tapa na traseira da minha cabeça.

— Também estava com saudades, tonto.

Assim que Olivia se afastou de mim, meu pai já estava com as mãos ocupadas pelas malas cor-de-rosa dela e com um sorriso tão grande que mal cabia no seu rosto, passando por nós em seguida e mandando todo mundo entrar. Hannah novamente enganchou-se ao corpo da nossa irmã, adiantando-se em contar todas as fofocas dos últimos meses como se ela só fosse ficar aqui por dois minutos e Olivia respondia à tudo com onomatopeias. Não sei dizer se ela não estava conseguindo acompanhar ou se não estava muito interessada. Talvez um pouco dos dois. 

De volta à mesa, minha mãe começou a se lamentar pela falta de aviso pois queria ter preparado um café da manhã melhor. Olivia logo retornou da cozinha, onde tinha ido lavar as mãos, e meu pai estava igual à uma barata tonta sem saber se deveria se sentar e continuar comendo sua torrada, se ia até a cozinha preparar alguma coisa para a filha ou se deveria servi-la com o que estava ali. Olivia e eu sempre falamos que a filha favorita, sem sombra de dúvidas, era a Hannah por ser a mais nova, mas no fundo sempre foi claro que a primogênita era a queridinha. 

— Meu Deus, relaxa, você vai abrir um buraco no chão de tanto que anda! — exclamei já aflito com a movimentação dele ao meu redor.

— É, fica tranquilo — Liv continuou, acomodando-se na cadeira da ponta sob sua solicitação como uma forma de deixá-la perto dele. — Não precisam me receber com cerimônia. Sou só eu. — Ela esboçou um sorriso breve.

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