Capítulo 14
Acordo sentindo uma forte dor no ombro, como se estivesse carregando o peso do mundo. Tento me levantar devagar, mas o movimento só intensifica a dor, que se espalha pelo meu braço. As imagens do atentado vêm à minha mente, e sinto o ódio me consumir, queimando como um fogo que não consigo apagar.
A porta do quarto se abre de repente. Rosé entra em prantos, seguida pela família Jeon. Ela se aproxima rapidamente; seus olhos vermelhos mostram que faz horas que chora. A preocupação está estampada em seu rosto, cada detalhe denuncia o quanto ela está abalada. Ela me analisa com olhos que parecem buscar respostas para o que ainda nem sequer verbalizei.
— O que aconteceu? - Rosé pergunta, sua voz trêmula. A angústia é clara, como se cada palavra estivesse carregada de medo.
Meu coração aperta ao vê-la assim, tão vulnerável e machucada. Tento encontrar uma explicação, qualquer coisa que possa amenizar seu sofrimento, mas as palavras simplesmente não vêm. Fecho os olhos e me esforço para controlar a dor. Não quero deixá-la ainda mais preocupada.
— Estou bem, não se preocupe. - Murmuro, tentando lhe oferecer algum conforto, por menor que seja.
— Como não vou me preocupar? Você poderia estar morto… e eu ficaria sozinha. -Suas palavras me acertaram em cheio, e sinto o peso do medo e da tristeza que ela carrega.
Um silêncio desconfortável se instala no quarto. A família Jeon observa a tensão que paira no ar, todos tão aflitos quanto ela. Rosé entrelaça suas mãos nas minhas, e seu toque me ajuda a me sentir um pouco mais centrado, menos perdido na dor.
— Prometo que tomarei mais cuidado. — Digo, esperando tranquilizá-la.
Ela balança a cabeça, concordando, mas é visível que a frustração ainda está presente em seu rosto.
— Sei que vai. — Rosé suspira, mudando de assunto para aliviar a tensão.
— Conversei com o médico, ele disse que você terá alta em algumas horas.
— Não vejo a hora de sair desse hospital. — Respondo, impaciente. Sempre odiei hospitais.
Ela me lança um olhar, meio desconfiado, como se já soubesse exatamente o que estou pensando.
— Mas você precisa descansar, e eu sei que não vai fazer isso se estiver sozinho. — Sua voz soa suave, mas firme.
— Então decidi que vou passar alguns dias cuidando de você.
Antes que eu pudesse protestar, Jungkook dá um passo à frente, também com um olhar preocupado.
— Acho melhor você ficar em nossa casa — ele sugere.
— Lá terá o apoio que precisar e eu posso garantir que será mais seguro.
Abro a boca para responder, mas a Sra. Jeon intervém antes.
— Ótima ideia, filho. Vou pedir que preparem o quarto de hóspedes. — Ela sai imediatamente para providenciar tudo, sem deixar espaço para objeções.
Rosé, agora um pouco mais animada, concorda com entusiasmo.
— Acho uma boa ideia. É mais seguro e terá mais gente de olho em você. — Seu sorriso suave traz um pouco de luz a esse momento sombrio.
A conversa é interrompida pela entrada do médico. Ele se aproxima com uma expressão serena, o que traz um pouco de alívio ao ambiente tenso do quarto. Ele examina minha ficha por alguns segundos antes de erguer o olhar e sorrir levemente.
— Sr. Park, parece que está se recuperando bem. Vamos providenciar sua alta em alguns minutos — diz o médico com voz calma.
— Contudo, precisará de cuidados constantes nos próximos dias, e repouso é fundamental. Tento conter um suspiro; por mais que me incomode a ideia de precisar de ajuda, é reconfortante saber que Rosé estará ao meu lado.
— Não se preocupe, doutor. Vou cuidar para que ele siga todas as recomendações — diz Rosé com determinação.
O médico sorri, aprovando sua postura.
— Ótimo. Lembre-se de que qualquer sinal de dor intensa, febre ou dificuldade para se mover deve ser comunicado imediatamente. Fora isso, Sr. Park, aconselho que evite movimentos bruscos e dê tempo ao seu corpo para se recuperar plenamente.
Eu concordo, impaciente para deixar o hospital e recuperar um pouco da minha autonomia.
— Vou enviar uma enfermeira para finalizar a papelada e você estará livre para ir para casa — conclui o médico, acenando para nós antes de sair do quarto.
Assim que ele se vai, o clima no quarto parece aliviar um pouco. Rosé se aproxima, me lançando um olhar afetuoso, enquanto Jungkook já está ao telefone, provavelmente dando instruções para a equipe em sua casa.
— Vai dar tudo certo — Rosé sussurrou, apertando minha mão. Eu apenas aceno, tentando absorver a tranquilidade que ela tenta me transmitir.
O processo de alta foi concluído, e, logo, sinto o frescor do ar ao sair do hospital. A luz do dia parece intensa demais depois de tantos dias naquele quarto fechado. Respiro fundo, tentando afastar a dor constante no ombro, enquanto Rosé e a Sra. Jeon me amparam com cuidado.
Rosé está ao meu lado direito, segurando meu braço com firmeza, enquanto a Sra. Jeon me dá suporte pelo outro lado, oferecendo palavras de encorajamento em tom gentil. A presença das duas ao meu lado faz com que o peso da dor se torne um pouco mais leve, quase suportável.
— Só mais alguns passos, querido — diz a Sra. Jeon, me olhando com ternura.
Rosé me observa com atenção, seus olhos refletindo uma mistura de preocupação e determinação. Parece que está carregando minha dor junto comigo.
— Está tudo bem,appa? Se precisar de uma pausa, é só dizer — ela murmura, cautelosa, como se temesse me sobrecarregar.
— Estou bem, Rosé… — tento responder com um sorriso leve, mas ela percebe a dor que ainda ressoa em minha voz.
Finalmente, chegamos ao carro da família Jeon, que está esperando na entrada do hospital. Jungkook já está ao volante, observando a cena atentamente, pronto para qualquer coisa de que precisemos. Ele se levanta do assento e abre a porta do passageiro, ajudando-me a entrar com cuidado, enquanto Rosé ajusta o cinto de segurança ao meu redor com toda a delicadeza.
— Prontinho, appa. — sussurra ela, afagando minha mão por um momento antes de se afastar.
Quando me acomodo no assento, deixo escapar um suspiro de alívio. Por mais que deteste depender dos outros, saber que tenho Rosé e a família Jeon ao meu lado me dá um pouco de paz.
Jungkook volta ao volante, lançando um último olhar de confirmação pelo espelho retrovisor, antes de dar partida.
Enquanto o carro segue em direção à casa dos Jeon, de pensamentos e emoções.
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MUERTE
FanfictionSinopse Em um mundo onde clãs de lobos dominam territórios e tradições, Park Jimin é um ômega raro e poderoso, conhecido como "Muerte", destemido que não se curva a ninguém. Temido e respeitado, ele prefere a solidão ao invés de alianças forçadas. P...