Bônus
O quarto estava envolto em uma calma pesada, o tipo de silêncio que acontece quando algo grandioso está prestes a acontecer, mas ainda não foi concretizado. Eu estava ali, deitado na cama com Jungkook ao meu lado, em um momento que, por mais que tivesse desejado tantas vezes, agora parecia surreal. A luz suave da cidade iluminava o ambiente, mas era o calor entre nós que tomava conta do espaço, tornando tudo ao redor irrelevante. Era apenas eu e ele. O resto parecia desaparecer.
Eu sentia o peso das emoções que me percorriam, um turbilhão de sentimentos que eu vinha tentando lidar desde que ele entrou na minha vida. Jungkook não era apenas um homem qualquer para mim. Ele era o pilar que sustentava as minhas quedas, a calma que me trazia paz. Tudo em mim queria que esse momento acontecesse, mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim hesitava, como se tivesse medo de me perder de novo, de abrir um espaço tão grande para alguém em minha vida.
Ele me olhou com aqueles olhos penetrantes e suaves ao mesmo tempo, como se estivesse me observando de uma maneira que apenas ele sabia fazer. Eu sempre senti essa conexão entre nós, mas nunca imaginei que ela fosse se tornar algo tão profundo. Cada olhar, cada toque, parecia me ancorar, e agora, ali, deitado ao seu lado, eu sentia que não havia mais volta. O que quer que fosse acontecer, nós estávamos prestes a viver isso juntos, de uma maneira que eu nunca poderia ter imaginado.
Jungkook estendeu a mão e tocou meu rosto com a suavidade de quem manuseia algo frágil, mas ao mesmo tempo, com a firmeza de quem sabia que era necessário. Eu fechei os olhos por um instante, sentindo o toque dos seus dedos em minha pele, e naquele momento, soube que não havia mais dúvida, mais hesitação. Estava pronto.
— Você tem certeza? — A voz dele era suave, mas carregada de uma preocupação que eu conhecia bem. Jungkook sempre foi cauteloso comigo, sempre respeitou meus limites, e eu sabia que ele queria garantir que eu estava pronto para aquilo. Ele não queria me forçar, ele queria que eu fosse, de verdade, capaz de me entregar. A pergunta, embora simples, era carregada de significado.
Eu respirei fundo, tentando alinhar os pensamentos, mas, no fundo, a resposta já estava clara para mim. Eu sabia, mais do que qualquer coisa, que aquela era a hora. Não porque fosse o momento perfeito, mas porque era o momento certo para nós dois. Eu estava cansado de me esconder atrás dos meus medos. Eu queria sentir, queria viver aquilo com ele.
— Sim, eu tenho certeza. — Minha voz saiu baixa, mas sincera. Não precisava de mais palavras. O que estávamos prestes a fazer não precisava de explicações. Era apenas nós dois, em uma entrega mútua que transcendia tudo o que havíamos vivido até ali.
Ele me observou em silêncio, seus olhos passando por mim, como se estivesse gravando o momento na memória, e então, com um sorriso pequeno, ele se inclinou e me beijou. O beijo começou suave, como um toque de linho que vai se tornando mais firme à medida que o momento avança. Não foi apressado, mas algo profundo e carinhoso, algo que dizia muito mais do que palavras poderiam expressar.
Eu o toquei, com as mãos tremendo um pouco no começo, mas logo me entreguei à sensação. Jungkook me envolveu, a sua presença envolvendo-me de forma protetora e ao mesmo tempo tão apaixonada que me senti como se estivesse sendo redescoberto por ele, a cada toque. Ele me tocava com a suavidade de quem sabia exatamente onde me encontrar, onde eu estava mais vulnerável, mais sensível. E em cada parte de mim, ele fazia com que eu me sentisse em casa.
Quando ele tirou minha camisa, a sensação de seu toque foi como um fogo suave percorrendo minha pele, fazendo com que eu me sentisse ao mesmo tempo exposto e protegido. Cada movimento dele era cuidadosamente pensado, mas com uma urgência que vinha do fundo de seus próprios sentimentos. Não havia pressa. Não havia necessidade de correr. Eu sabia que, no momento em que decidimos seguir em frente, tudo o que restava era nos entregarmos ao que viesse a seguir.
Jungkook me deitou na cama, e por um instante, nossos olhos se encontraram. O calor entre nós aumentava, mas o olhar dele sempre foi o mesmo: profundo, seguro e cheio de um amor silencioso que transbordava. Ele me tocava com uma devoção silenciosa, como se cada gesto fosse uma promessa de estar ali, por inteiro, em todos os momentos. Eu sentia como se estivesse me deixando ir, me permitindo ser visto por completo, sem reservas, sem máscaras. Algo que eu nunca havia feito antes, mas que sentia ser seguro fazer com ele.
Eu estava pronto para ser todo dele, por dentro e por fora. Cada toque de suas mãos, cada beijo, cada carícia parecia me deixar mais leve, como se o mundo estivesse finalmente fazendo sentido de uma maneira que eu não conseguia explicar. Jungkook estava comigo, ele sempre esteve, mas naquela noite ele estava de uma maneira nova, de uma maneira que me fazia perceber o quão profundamente ele me amava.
Quando nossos corpos finalmente se uniram, houve um momento de pura conexão, onde não havia espaço para mais nada. Nada além de nós dois, unidos pela confiança, pelo desejo, pela entrega total. A intensidade daquele momento me tomou de uma maneira avassaladora. Não foi apenas o prazer físico, mas a sensação de que finalmente estávamos sendo um, e que essa união ia além do corpo. Era nossa alma, nossos sentimentos, nossos medos e nossas esperanças, tudo entrelaçado de uma forma única e irreversível.
Quando chegamos ao ápice, o mundo pareceu desaparecer. Eu estava com ele, e só isso importava. Não havia mais dúvidas. Não tinha mais medo. Só a certeza de que, naquele momento, éramos um só.
Depois, quando a calma finalmente tomou conta de nós, ele me puxou para seus braços. Estávamos ofegantes, nossos corpos ainda entrelaçados, e ele me abraçou com uma ternura silenciosa. Eu me ajeitei em seu peito, ouvindo o ritmo tranquilo de seu coração. A sensação de paz era absoluta, como se, ao nos entregarmos completamente, tivéssemos encontrado o equilíbrio perfeito.
— Eu amo você, Jimin — a voz dele sussurrou em meu ouvido, suave e cheia de sinceridade.
Eu sorri, sentindo meu próprio peito aquecer com aquelas palavras. Eu não precisava dizer mais nada. Ele sabia. Nós dois sabíamos.
— Eu também te amo, Jungkook — respondi, com a certeza de que nunca havia sido tão verdadeiro.
E ali, nos braços dele, no silêncio compartilhado entre os dois, eu soube que tudo estava como deveria ser. Não havia mais o que temer. Nós dois éramos um só agora, e isso bastava.Fim.
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MUERTE
Hayran KurguSinopse Em um mundo onde clãs de lobos dominam territórios e tradições, Park Jimin é um ômega raro e poderoso, conhecido como "Muerte", destemido que não se curva a ninguém. Temido e respeitado, ele prefere a solidão ao invés de alianças forçadas. P...