The Stripper | ENGLOT

Confronto

Engfa Waraha's Point Of View

Play na música: Charlotte Lawrence - Joke's On You

Cherine Charlotte...

Não...

Não é possível!

Fiquei ali paralisada, fitando a mulher entrar até a perder de vista. Eu fechei os olhos, apertando com força as mãos contra o volante, sentindo uma onda de raiva crescer dentro de mim. Um frenesi de ódio inflamava cada célula do meu corpo, quente e incontrolável. A rua estava escura e vazia. Olhei para os lados, respirei fundo e saí do carro.

Charlotte teria que me dar uma explicação.

Caminhei em direção à portaria, tentando me convencer da estúpida ideia de subir e acabar com toda aquela farsa. Olhei entre os vãos da grade não vendo nenhum sinal da mulher. Eu não podia ser impulsiva, mas naquele instante, meu corpo clamava por respostas imediatas enquanto minha mente tentava me lembrar de quem eu realmente era: extremamente calculista.

Ainda assim, o conflito interno me consumia. Respirei fundo e, com passos apressados, voltei ao veículo estacionado do outro lado da rua com a porta escancarada. Entrei, batendo-a com força, como se isso pudesse silenciar o caos dentro de mim.

- Idiota! Burra! – gritei esmurrando diversas vezes o volante do carro.

Eu poderia matar alguém naquele instante com a raiva que me consumia. Fechei os olhos, respirando fundo, deixando que o oxigênio chegasse a meu cérebro ou a qualquer momento eu teria um surto ali mesmo. Olhei mais uma vez para o prédio onde Charlotte morava, deixando a ideia de desmascará-la para depois.

Liguei o carro, dando partida com o mesmo em direção ao meu apartamento.

O céu continuava nublado e carregado de chuva, sendo cortado hora ou outra por raios luminosos. Aquela noite não poderia ficar pior.

Saí do carro seguindo em direção ao elevador da minha cobertura.

Maldita Stripper!

Servir-me de um copo de uísque foi a primeira coisa que fiz ao entrar em casa. Tomei o líquido de uma vez, sentindo-o descer rasgando garganta à baixo, deixando para trás somente a ardência em meu interior.

- Como você pôde ser tão burra, Engfa? Foi enganada esse tempo todo!

Caminhei em direção ao deque de meu apartamento, deitando em uma das espreguiçadeiras. Tudo estava se completando agora... Por isso Cherine nunca tirava sua máscara para mim, por isso os olhos tão familiares, o corpo tão fodidamente bom, as reações parecidas...

Que feitiço aquela mulher havia jogado sobre mim? Justo em mim?

Charlotte mentiu esse tempo todo! Ela não devia, não devia! Se havia algo que eu odiava, era ser enganada. Cherine Charlotte brincou comigo durante todo esse tempo, me manipulando feito um fantoche de sua peça de teatro.

Eu neguei com a cabeça, ainda processando o mundo de informações que passaram a se conectar. Todos os momentos, os beijos, os olhares. Tudo estava se unindo em uma repleta mentira.

Flashback On

"- O quê? Eu não estou fazendo nada, Engfa!

- Você me controla com seus atos, Cherine. Mas não se anime, eu sou dona de minhas vontades.