Sob a Tempestade

Cap. 15 - Como se faz um Aprendiz

Muito obrigada a todas, todos e todes que me desejaram um feliz aniversário no capítulo passado. Suas palavras foram muito gentis. Vamos à atualização de hoje com mais um capítulo grandão e devo lembrar que ninguém, eu digo NINGUÉM está preparado para o cap. 16.

Um bocejo longo e quase sibilado me fez abrir os olhos e sorrir por enxergar uma coisa embaçada que só pode ser Sasuke.

Contei três segundos.

O braço dele esticou e foi para debaixo de mim, sem me tirar da minha posição.

Sutilmente, embora eu perceba porque estou meio acordado, meio adormecido, ele me puxou para o seu regaço. Bia dorme sobre o peito dele, de barriga para cima, protegida pela mão grande e um travesseiro que apoia aquele braço. Eu encaixei meu rosto perto do seu pescoço, ouvindo o som borbulhante que suas guelras fazem a cada respiração dentro da coleira-filtro. Eu sorri quando o rosto dele virou para mim e nossos olhares se encontraram, porque agora é perfeito e paz.

Desde que retornou, o nosso hábito de dormir juntos foi reavivado.

-Bom dia. - sussurrei. Ele arqueou as sobrancelhas em desafio. Engoli em seco e pigarreei. Eu sei que o que Sasuke quer. - Ato Dadi, nem.

Meu noivo riu baixinho.

É a vez dele de achar fofo os meus erros de pronúncia.

-Acompanhe comigo.

-Ok.

-At.

-Ati.

-At. - ele repetiu. - O "t" é um estalo entre os dentes. - ele mostrou como faz. Eu repeti.

-At.

-Ho. - soou como "rô". Repeti. - Atho. - treinei antes de falar.

-Atho.

-Dade. - soou como "dádê". Repeti em voz baixa. Não parece difícil com ele explicando.

-Dade.

-Nem, Atho dade.

-Nem, atho dade. - acho que falei "bom dia, querido" com muito sotaque, mas Sasuke sorriu e creio que ele achou fofo, da mesma forma que eu acho adorável o jeito como ele diz certas palavras.

Ele aproximou o rosto do meu e sussurrou o que me pareceu uma prece em meu ouvido, mas não entendi uma só palavra, apenas senti sob a minha pele, causando um arrepio cálido. Deixou um beijo na minha têmpora antes de sair da cama carregando Bia, que permanece profundamente adormecida. Eu dei a mamada da madrugada dentro da banheira, cheia de água morna porque esses dias estão numa crescente de frieza, já que ainda estamos em inícios de Abril.

Por conta disso, Bia passou o resto da noite e começou a manhã bem relaxada. Eu saí da cama e o segui para o quarto da nossa filha. Sasuke checou a fralda dela e então a deitou no berço, tomando cuidado com o que está ao redor dela para que um acidente não aconteça. Após acomodá-la e garantir que continue dormindo sob a vigilância dos killians, ele voltou ao meu quarto.

-Arrume-se, temos um café-da-manhã de negócios.

-Quem?

-Eu e você.

-Ué. - fui pego de surpresa tal como você, que não esperava por essa.

-É certo que vamos nos casar. - lembrou enquanto andava pelo quarto. Foi até o espaço onde ficam as minhas roupas e separou um terno para mim, junto de uma gravata azul escuro. - Aos poucos, será de bom tom que assuma responsabilidades possíveis, conforme apreende nossa cultura. A minha, a do meu irmão e a de R'lyeh. Para assumí-las, é preciso aprendê-las primeiro.