Capítulo 81: Cursed Impact

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Cursed Impact

Um estalo na medula, engolindo seco, os demônios sentiram um súbito arrepio. As cores pareciam ásperas e agitadas vindo do lado de fora da dimensão de bolso. Todavia, não poderiam lidar com aquilo, ao menos, enquanto ainda tentavam animar o rato.

MC: Então, isso explica porque não conseguia me lembrar direito daquele dia. Digo, eu me lembro da figura envolta nas sombras, mas seu rosto, por mais que iluminado pelos raios, se tornou um borrão lavado na minha memória.

Naquele dia, o rato havia sido chamado de última hora para ajudar com um serviço de carga no departamento de mudanças do lobby. Entretanto, assim que chegou nos depósitos, não encontrou as caixas e reboco, mas a visão horrenda do corpo desfalecido do antigo Ticudo das gestões públicas.
Estirado no chão, desenhando o piso de ladrilhos com seu sangue maculado. Rente à sua cabeça, os pés envoltos em sombras, a silhueta esguia de olhos verdes, encarando furtivamente a expressão de apavoro do homem rato.

Ambas as faces eram denunciadas pelos estouros cerúleos que penetravam a única janela do depósito; chocando-se em dezenas de veias no céu azul-escuro. Nem mesmo o rugido celeste conseguiu equiparar-se ao atordoante silêncio entre os dois.

O jovem cerrou seus punhos, preparado para neutralizar aquela pessoa. Porém, então se perguntou, quem era ela? E por qual motivo sua visão sempre a borrava?

Suas questões, no entanto, seriam guardadas pelos próximos cinquenta anos. Abruptamente, sendo interrompido pela chegada da guarda-central, cegando-o com seus holofotes. Quando saiu, tentou explicar o que havia acontecido e da pessoa que cometeu o crime, contudo, ela tornou-se apenas mais um borrão lavado entre as milhares de outras cabeças.

Sua má reputação sequer levou um dia para alcançar seu pico. Julgado pelo crime de homicídio contra alguém da alta elite, fora sentenciado ao exílio das camadas central e superior, encarcerado na Prisão Abissal.
Por pouco, não sentenciado à morte, caso não fosse interferido pelo Grande General aposentado Crock; que, apesar dos problemas, ainda mantinha suas dúvidas quanto às acusações. Unindo forças com seu advogado pessoal para garantir uma sentença menor.

Todavia, não importa o que ele fizesse, mesmo que o rato salvasse o cosmos, continuaria manchado aos olhos alheios.

MC: Sendo sincero, até me sinto um pouco mais aliviado. Mas... isso não exclui o fato de que não consegui salvá-lo.

Anatema: Aquilo não foi sua culpa, apenas um acaso. Não percebe que foi apenas manipulado?

MC: E-Eu sei disso, tá?! Mas é que... todos me consideravam forte. Me chamando de forte isso, poderoso aquilo. Só que, eu nunca consigo fazer algo que preste. — disse, cabisbaixo.

Anatema: Bom, como pode ver pela minha história, meio que compartilhamos do mesmo problema, hihi. Porém, mesmo sendo considerado alguém cujo poder é imensurável, isso nunca me tornou isento de erros ou falhas. Muito pelo contrário, foi por culpa desse maldito narcisismo, que percebi como, na verdade, eu era fraco.

Sentou-se ao lado do rato, juntamente a Dragon, que subiu em seu colo.

Anatema: Ser o mais forte traz responsabilidades que, convenhamos, são um pé no saco. O cuidado que precisa ter para não ferrar tudo, ter de cuidar das pessoas à sua volta feito crianças quando um perigo maior aparecer. É uma loucura. Mas sabe, a sensação depois de salvar alguém, e perceber que finalmente não falhou... é edificante.

MC: Hum... — olhando para o menino em seu colo, sentindo-se grato por ao menos ter conseguido mantê-lo seguro, assim como Crock havia pedido. — Sim, e ainda consigo me lembrar de todos os rostos e sorrisos daqueles que consegui ajudar de alguma forma.

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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