Bullying.

413 37 12
                                    

O som do despertador ecoava pelo quarto pequeno de Han, mas ele sequer se mexeu

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O som do despertador ecoava pelo quarto pequeno de Han, mas ele sequer se mexeu. Já era a terceira vez que ele o ignorava. A luz do sol invadia pela fresta da cortina, denunciando que o dia já estava bem adiantado. Ainda com os olhos pesados e a mente mergulhada naquela névoa constante que o acompanhava, Han sentiu um peso familiar no peito.

"Mais um dia...", pensou, mas dessa vez sua rotina melancólica foi interrompida por um toque insistente no celular. Ele esticou o braço, procurando o aparelho sem abrir os olhos, e finalmente atendeu.

— Han! Onde você está? — a voz inconfundível de Minho soava do outro lado da linha, cheia de urgência. — Você está atrasado! A primeira aula já começou faz vinte minutos!

Han arregalou os olhos, sentando-se de repente.
— Droga! — Ele olhou para o relógio ao lado da cama, e o pânico tomou conta. — Eu... eu já estou indo!

— Vou te esperar no portão. Anda logo! — Minho desligou antes que Han pudesse responder.

O garoto pulou da cama e começou a se trocar apressado, tropeçando nas roupas espalhadas pelo chão. Ele não era do tipo que se importava em chegar atrasado, mas, estranhamente, a ideia de deixar Minho esperando o incomodava. Desde que aquele garoto impulsivo havia entrado em sua vida, as coisas tinham mudado de forma sutil, mas significativa. Minho tinha uma energia que era quase impossível de ignorar, e, de algum jeito, ele sempre fazia Han se sentir um pouco mais vivo.

Han chegou ao portão da escola ofegante, com a mochila jogada de qualquer jeito sobre um dos ombros. Lá estava Minho, encostado no muro, com os braços cruzados e um sorriso divertido no rosto.

— Achei que tivesse te perdido para sempre, dorminhoco. — Minho brincou, mas seus olhos brilhavam com algo mais suave, como alívio.

Han revirou os olhos, ainda tentando recuperar o fôlego.
— Eu não sou de ferro, tá? Não tive nem tempo de tomar café...

Minho estendeu um pequeno pacote de pão embrulhado em papel alumínio.
— Já sabia que ia dizer isso. Aqui, trouxe pra você.

Han ficou sem palavras por alguns segundos, segurando o pacote com cuidado. Aquele gesto, tão simples, carregava mais significado do que Minho provavelmente imaginava.

— Obrigado — murmurou, com a voz quase inaudível.

— Vamos logo antes que o professor nos mate. — Minho puxou Han pelo pulso, como sempre fazia quando estava com pressa. Han, por um momento, esqueceu o cansaço e até o atraso.

Enquanto eles corriam juntos pelo corredor vazio da escola, Han percebeu algo curioso: ele não lembrava da última vez que havia começado o dia com um sorriso. Talvez Minho fosse mesmo o único motivo que ele precisava para continuar tentando.
Chegaram à sala de aula com as respirações ofegantes. Assim que abriram a porta, todos os olhares se voltaram para eles, inclusive o do professor, que parou no meio de sua explicação.

Olhos nos Olhos.Onde histórias criam vida. Descubra agora