As semanas passavam devagar, mas o ritmo entre Minho e Jisung permanecia confortável, quase natural. Não havia rótulos, nem pressa, e ambos pareciam estar em sintonia com o que aquilo significava para cada um. Jisung estava aprendendo a lidar com a ideia de que gostava de Minho — e que Minho gostava dele. E, para sua surpresa, era menos assustador do que parecia no início.
Numa tarde chuvosa, Jisung estava no terraço da escola, um de seus lugares favoritos para pensar. Ele tinha o hábito de fugir para lá quando precisava de silêncio, mas, como de costume, Minho o encontrou. Sempre encontrava.
"Você realmente não sabe usar um guarda-chuva, né?" Minho comentou ao chegar, as gotas de chuva pingando do cabelo. Ele balançou a cabeça para espantar a água antes de sentar ao lado de Jisung.
"Eu gosto da chuva," Jisung respondeu, puxando o capuz do moletom para cobrir a cabeça. "E você é que não sabe. Olha só pra você."
Minho deu de ombros, tirando um lenço do bolso e secando o rosto. "Achei que valia a pena se fosse pra te encontrar."
Jisung não respondeu de imediato. Ele olhou para o chão, sentindo o rosto esquentar, mas não pôde evitar sorrir. Minho era um desastre, mas também tinha uma maneira de tornar tudo mais leve, mais fácil.
"Você é muito insistente, sabia?" Jisung murmurou, brincando com as mangas do moletom.
"Só com você," Minho respondeu sem hesitar. "Eu disse que vou esperar, e vou. Mas enquanto isso, eu vou continuar aqui. Fazendo você sorrir e, ocasionalmente, te irritando."
Jisung soltou uma risada curta, virando o rosto para encarar Minho. "Você faz isso muito bem."
Minho sorriu, mas havia uma suavidade em seus olhos que fazia o coração de Jisung acelerar. "Bom, se você já percebeu isso, meu trabalho tá meio feito, né?"
Jisung revirou os olhos, mas sentiu uma sensação quente se espalhar pelo peito. Minho tinha esse efeito nele, e ele estava começando a aceitar isso.
Na semana seguinte, uma viagem escolar foi anunciada — um acampamento de fim de semana para a turma. A ideia de passar dois dias inteiros fora da escola era emocionante para quase todo mundo, mas Jisung estava um pouco apreensivo. Ele sabia que Minho não ia perder a oportunidade de ficar ainda mais próximo.
E ele estava certo. Assim que chegaram ao acampamento, Minho garantiu que eles ficassem no mesmo grupo de atividades. Durante uma trilha no fim da tarde, Minho fez questão de caminhar ao lado de Jisung, provocando-o o tempo todo.
"Você tá andando igual uma criança de cinco anos. Quer que eu te carregue?" Minho brincou, oferecendo as costas.
"Se você tentar, eu juro que te empurro da trilha," Jisung retrucou, mas havia um sorriso em seus lábios.
"Você não faria isso," Minho respondeu, confiante.
"Quer testar?"
Minho apenas riu, e os dois continuaram caminhando em um silêncio confortável, enquanto o sol se punha no horizonte. No fundo, Jisung sabia que esse tipo de momento era especial. Ele não precisava de grandes declarações ou gestos românticos. Apenas estar ao lado de Minho, do jeito deles, já era suficiente.
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Olhos nos Olhos.
Romans𝐇𝐚𝐧 𝐉𝐢𝐬𝐮𝐧𝐠 𝐞𝐫𝐚 𝐮𝐦 𝐠𝐚𝐫𝐨𝐭𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐭𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐝𝐞𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬𝐚̃𝐨, 𝐞𝐥𝐞 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐢𝐚 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨 𝐛𝐮𝐥𝐥𝐲𝐢𝐧𝐠 𝐧𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐞𝐬𝐜𝐨𝐥𝐚 𝐚𝐧𝐭𝐢𝐠𝐚 𝐞 𝐦𝐮𝐝𝐨𝐮 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐜𝐮𝐫𝐚𝐫 𝐮𝐦 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐝𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐯�...