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Algumas semanas depois, Jisung estava de volta a Seul. Ele alugou um pequeno apartamento no centro, próximo à escola de música onde planejava continuar seus estudos. Apesar do nervosismo, ele se sentia diferente desta vez. Não era o mesmo Jisung que fugira meses antes; ele havia crescido, aprendido a lidar com suas dores e encontrado força nas pessoas que realmente se importavam com ele.
Minho foi o primeiro a visitá-lo no novo apartamento.
"Bem-vindo de volta," Minho disse, segurando uma sacola de mantimentos. "Achei que você provavelmente só teria cup noodles no armário, então trouxe comida de verdade."
Jisung riu, deixando Minho entrar. "Você me conhece bem demais."
Enquanto Minho organizava as compras e Jisung preparava café, os dois conversaram sobre as mudanças desde a última vez que estiveram juntos em Seul. Minho, sempre atento, percebeu que Jisung parecia mais à vontade consigo mesmo. Havia uma leveza em seu sorriso, algo que ele não via há muito tempo.
"Então, como foi voltar?" Minho perguntou, sentado no sofá enquanto Jisung lhe entregava uma xícara de café.
"Foi estranho no começo," Jisung admitiu, sentando ao lado dele. "Mas eu tô feliz por ter dado esse passo. Não vou mentir, às vezes ainda é difícil. As memórias voltam, sabe? Mas eu tô aprendendo a lidar com elas."
Minho assentiu, apoiando a xícara na mesa e olhando diretamente para Jisung. "E você não tá sozinho, Jisung. Nunca vai estar."
Jisung sorriu, desviando o olhar por um momento antes de dizer: "Eu sei. E eu sou grato por isso."
Os dias em Seul começaram a ganhar ritmo. Jisung voltou para as aulas, e seus professores ficaram impressionados com sua evolução. Ele também começou a fazer apresentações em pequenos eventos, aos poucos ganhando confiança no palco novamente. Minho sempre estava na plateia, o maior apoiador de todas as suas conquistas.
Uma noite, depois de uma dessas apresentações, os dois decidiram passear pelo parque. O ar estava fresco, e o céu claro permitia que as estrelas fossem vistas mesmo na cidade.
"Você tá cada vez melhor," Minho comentou, andando ao lado de Jisung. "Eu vejo como você tá se encontrando na música. É incrível."
"Eu acho que, por muito tempo, eu vi a música como uma forma de escapar," Jisung disse, chutando levemente uma pedrinha no caminho. "Agora, ela é uma forma de me expressar, de dizer o que eu não conseguia antes."
Minho parou, segurando o braço de Jisung para que ele também parasse. "E o que você diria agora, se pudesse?"
Jisung olhou para Minho, surpreso com a pergunta, mas não hesitou por muito tempo. "Eu diria... obrigado. Por tudo. Por não desistir de mim, mesmo quando eu tentei te afastar. E por me ensinar que eu mereço ser amado."
Minho ficou em silêncio por um momento, absorvendo as palavras. Então, ele deu um passo mais perto, os rostos quase se tocando. "Você sempre mereceu, Jisung. Desde o começo. E eu vou continuar aqui pra te lembrar disso, até você acreditar completamente."
